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Porto Alegre: Recuperação do Esqueletão é inviável economicamente, aponta laudo da Ufrgs
Com 6,7% da estrutura com risco de colapso, prefeitura opta pela demolição de edifício no Centro Histórico de Porto Alegre
Com os dias contados em sua atual condição, um dos prédios capazes de definir o futuro do Centro Histórico de Porto Alegre, o Esqueletão, passa por um Sem divulgação do resultado final até o momento, o laudo consta que 61% da estrutura de concreto armado do edifício precisa ser recuperada, enquanto 6,7% do total precisa ser reforçado, o que significa risco de colapso parcial.
“Conseguimos identificar, em percentual, o quanto essa estrutura tinha atingido a vida útil de projetos. Ou seja, precisa de uma recuperação considerável”, explica a coordenadora do Instituto de Desempenho da Ufrgs, Luciani Somensi Lorenzi, também pesquisadora do Laboratório de Ensaios e Modelos Estruturais (Leme). No entanto, segundo o estudo, a recuperação da edificação seria inviável economicamente, pois demandaria intervenções na estrutura e adequações para prevenção a incêndio.
“Conseguimos identificar, em percentual, o quanto essa estrutura tinha atingido a vida útil de projetos. Ou seja, precisa de uma recuperação considerável”, explica a coordenadora do Instituto de Desempenho da Ufrgs, Luciani Somensi Lorenzi, também pesquisadora do Laboratório de Ensaios e Modelos Estruturais (Leme). No entanto, segundo o estudo, a recuperação da edificação seria inviável economicamente, pois demandaria intervenções na estrutura e adequações para prevenção a incêndio.
Em setembro de 2021, o prédio de 19 andares - quatro ainda contavam com moradores e comerciantes - foi totalmente desocupado. De outubro até 31 de maio deste ano, a Ufrgs trabalhou na elaboração do laudo, envolvendo cinco áreas. A primeira, nomeada Área de Cadastro, tinha como objetivo fazer um levantamento estrutural, principalmente tirando medidas e elaborando as plantas do edifício, uma vez que o laboratório não teve acesso às plantas originais.
O segundo grupo, voltado para a Área de Patologia, verificou como eram as origens do prédio e como estava o estado de conservação; o terceiro realizou uma análise estrutural. Nesse processo, o prédio foi montado em softwares e comparado com as normas vigentes. Essa comparação também ocorreu na Área de Incêndio, que analisou a construção e quais eram as condições dos elementos estruturais e condicionantes.
Já o quinto grupo trabalhou especialmente voltado para durabilidade e vida útil. “É um grupo de desempenho que também foi responsável por articular os cenários para que a prefeitura conseguisse ter uma base em sua decisão”, comenta Luciani. Ao todo, 30 pessoas trabalharam na elaboração do laudo, incluindo coordenadores, vice-coordenadores, professores, pós-doutores e estudantes.
O segundo grupo, voltado para a Área de Patologia, verificou como eram as origens do prédio e como estava o estado de conservação; o terceiro realizou uma análise estrutural. Nesse processo, o prédio foi montado em softwares e comparado com as normas vigentes. Essa comparação também ocorreu na Área de Incêndio, que analisou a construção e quais eram as condições dos elementos estruturais e condicionantes.
Já o quinto grupo trabalhou especialmente voltado para durabilidade e vida útil. “É um grupo de desempenho que também foi responsável por articular os cenários para que a prefeitura conseguisse ter uma base em sua decisão”, comenta Luciani. Ao todo, 30 pessoas trabalharam na elaboração do laudo, incluindo coordenadores, vice-coordenadores, professores, pós-doutores e estudantes.
Prefeitura retira 123 toneladas de entulho antes de análise preliminar
Com uma área superior a 13 mil metros quadrados, o Esqueletão está entre as obras previstas no programa Centro+, que visa a revitalização do Centro Histórico da Capital. No entanto, o prédio começou a ser erguido na década de 1950, pela Sociedade Brasileira de Construção, mas nunca foi concluído. Dentro desse cenário de abandono e longos anos sem uma definição concreta para o futuro do Esqueletão, as inspeções para construção do laudo foram firmadas entre a prefeitura e a Ufrgs.
Em entrevista ao Jornal do Comércio, em janeiro deste ano, o então secretário municipal de Planejamento e Assuntos Estratégicos, Cezar Schirmer, ressaltou que o futuro do prédio tinha duas soluções. “A primeira é um reforço estrutural no próprio prédio e a sua conclusão. A segunda é a sua demolição e eventual destinação do terreno para uma outra atividade”.
Durante a vistoria preliminar realizada pelo Leme, em outubro do ano passado, também foram analisados os pontos chaves que iriam precisar do auxílio da prefeitura. Segundo a pesquisadora Luciani, a prefeitura realizou um levantamento referente a quantidade de entulho retirado do local, após a desocupação. “A equipe não tinha condições de chegar, por exemplo, para analisar os pés dos pilares - que são elementos estruturais muito importantes em uma edificação”, diz.
Ao todo, foram retiradas 123 toneladas de material de entulho no local. O processo de limpeza foi executado pela Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Smsurb), por meio do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (Dmlu), e contou com cerca de 20 garis.
Em entrevista ao Jornal do Comércio, em janeiro deste ano, o então secretário municipal de Planejamento e Assuntos Estratégicos, Cezar Schirmer, ressaltou que o futuro do prédio tinha duas soluções. “A primeira é um reforço estrutural no próprio prédio e a sua conclusão. A segunda é a sua demolição e eventual destinação do terreno para uma outra atividade”.
Durante a vistoria preliminar realizada pelo Leme, em outubro do ano passado, também foram analisados os pontos chaves que iriam precisar do auxílio da prefeitura. Segundo a pesquisadora Luciani, a prefeitura realizou um levantamento referente a quantidade de entulho retirado do local, após a desocupação. “A equipe não tinha condições de chegar, por exemplo, para analisar os pés dos pilares - que são elementos estruturais muito importantes em uma edificação”, diz.
Ao todo, foram retiradas 123 toneladas de material de entulho no local. O processo de limpeza foi executado pela Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Smsurb), por meio do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (Dmlu), e contou com cerca de 20 garis.
Imóvel conta com aproximadamente 300 proprietários
Além de pareceres, o laudo apresentado pelo Leme aponta que o edifício tem risco iminente de rupturas localizadas, o que será agravado em caso de uma nova ocupação. A primeira família deixou o espaço em março de 2021, sete meses antes de iniciar, de fato, a elaboração do laudo. Durante oprocesso, as famílias receberam auxílio-moradia, e as mudanças contaram com o apoio da Secretaria Municipal de Habitação e Regularização Fundiária (Smahrf). Em relação aos moradores que não apresentaram intenção de deixar o local de forma espontânea, a PGM ficou encarregada de expedir um mandado judicial para desocupação.
No pedido de demolição feito à 10ª Vara da Fazenda Pública, o município destaca a inércia dos proprietários ao longo dos anos e os altos custos para a recuperação da edificação, cuja estrutura inacabada ficou exposta por quase 70 anos. Aproximadamente cerca de 300 pessoas são proprietárias do imóvel, muitas das quais sequer foram localizadas para o ato inicial do processo judicial.
De acordo com avaliação da Secretaria Municipal da Fazenda (SMF), o valor do imóvel é de cerca de R$ 3,4 milhões. Só em impostos, a dívida supera R$ 1,7 milhão, sendo que a maior parte já está em cobrança judicial. Conforme o Código Municipal de Obra, a demolição total ou parcial de uma edificação poderá ser imposta quando executada sem licenciamento ou em desacordo com o projeto licenciado ou quando julgada em risco iminente de caráter público. Os custos da demolição devem ser cobrados posteriormente dos proprietários, com taxa de administração de 15%.
Em 31 de maio, o laudo elaborado pela Ufrgs foi entregue à prefeitura, que solicitou complementações. A nova versão foi apresentada à PGM, mas ainda não foi tornada pública.
No pedido de demolição feito à 10ª Vara da Fazenda Pública, o município destaca a inércia dos proprietários ao longo dos anos e os altos custos para a recuperação da edificação, cuja estrutura inacabada ficou exposta por quase 70 anos. Aproximadamente cerca de 300 pessoas são proprietárias do imóvel, muitas das quais sequer foram localizadas para o ato inicial do processo judicial.
De acordo com avaliação da Secretaria Municipal da Fazenda (SMF), o valor do imóvel é de cerca de R$ 3,4 milhões. Só em impostos, a dívida supera R$ 1,7 milhão, sendo que a maior parte já está em cobrança judicial. Conforme o Código Municipal de Obra, a demolição total ou parcial de uma edificação poderá ser imposta quando executada sem licenciamento ou em desacordo com o projeto licenciado ou quando julgada em risco iminente de caráter público. Os custos da demolição devem ser cobrados posteriormente dos proprietários, com taxa de administração de 15%.
Em 31 de maio, o laudo elaborado pela Ufrgs foi entregue à prefeitura, que solicitou complementações. A nova versão foi apresentada à PGM, mas ainda não foi tornada pública.