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- Publicada em 28 de Junho de 2022 às 14:21

Governo gaúcho dá início às obras de readequação na Cadeia Pública de Porto Alegre

Governador Ranolfo Vieira Júnior e o secretário Mauro Hauschild autorizaram a reforma nesta manhã

Governador Ranolfo Vieira Júnior e o secretário Mauro Hauschild autorizaram a reforma nesta manhã


Luiza Prado/JC
Fernanda Soprana
Atualizada às 16h40min
Atualizada às 16h40min
Anunciadas em outubro de 2021 pelo governo gaúcho, as obras de readequação na Cadeia Pública de Porto Alegre (CPPA) começam nesta terça-feira (28). Cerca de R$ 116 milhões serão investidos na iniciativa através do Programa Avançar.
O primeiro dia de trabalhos no antigo Presídio Central, localizado na Vila João Pessoa, foi autorizado pelo governador Ranolfo Vieira Júnior. Na companhia do secretário estadual de Justiça e Sistemas Penal e Socioeducativo, Mauro Hauschild, o executivo assinou o ato de início das obras nesta manhã, em evento no auditório da unidade prisional. Também presenciou o momento o ex-governador Eduardo Leite.
"Me recordo, como se fosse hoje, aquelas madrugadas frias do mês de julho de 1994 - quando uma rebelião se deu início no dia 7, exatamente dentro do Hospital Penitenciário do Presídio Central de Porto Alegre", lembra Ranolfo. "Talvez tenha sido a nossa primeira organização criminosa no sistema prisional gaúcho, que promoveu aquela loucura naqueles três dias de julho (...). Foram cenas de muita violência".
Desde então, como medida excepcional, a CPPA é administrada pela Brigada Militar. A transição gradual da gestão de volta à Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) integra o plano de readequação da unidade. Os militares que atualmente operam na unidade retornarão às funções da categoria.
As obras, segundo o governo estadual, objetivam solucionar problemas estruturais e de superlotação — denunciados pela Organização dos Estados Americanos (OEA) após análise em 2017. Ranolfo afirma que a CPPA chegou a comportar 5.500 presos, apesar da capacidade total de 1.350 pessoas. Com a reforma, o número aumenta para 1.884, com celas que comportam entre 6 e 8 vagas.
De acordo com Hauschild, a CPPA abriga cerca de 1.800 pessoas privadas de liberdade no momento, após a transferência de mil detentos a 12 casas prisionais do Estado em Porto Alegre e Região Metropolitana, realizada pelos servidores de segurança na semana anterior para viabilizar o início das obras. Após a conclusão, a população retirada deve retornar à cadeia da capital.
“A demanda pela reforma era das famílias e da própria população privada de liberdade, pelas condições precárias que tinham aqui”, relata o secretário. “O que estamos fazendo é para eles, não para nós (do governo). São eles que vivem aqui. Então, sem dúvidas, vamos propiciar melhores condições de habitação e também para que os familiares possam estar aqui com mais dignidade quando fizerem suas visitas”.
A modernização da CPPA envolve a demolição de quatro galerias inauguradas no governo de Yeda Crusius e a construção de seis novos pavilhões. As obras serão divididas em duas fases — cada uma deve durar seis meses, segundo Hauschild, que projeta a conclusão total da readequação para meados de 2023.
Concomitantemente, nesta quarta-feira (29) se inicia a construção da Penitenciária Estadual de Charqueadas II, que resulta na abertura de 1.656 vagas a partir de um investimento de R$ 184 milhões. O governador gaúcho estará na cidade para assinar o documento de autorização dos trabalhos.
Com a nova unidade, a Secretaria de Justiça e Sistemas Penal e Socioeducativo (SJSPS) ainda define uma mudança no perfil da população prisional. “Aqui (na CPPA), tínhamos presos provisórios e definitivos. Provavelmente, a definição que estamos fechando é que a Penitenciária de Charqueadas seja para presos definitivos e a CPPA seja destinada especificamente a presos provisórios”, afirma Hauschild.
Na segunda (27), o Rio Grande do Sul inaugurou o Núcleo de Gestão Estratégica do Sistema Prisional (Nugesp), um centro de triagem de detentos na capital. Hauschild estima que, além da qualificação dos 1.884 espaços no antigo Presídio Central, obras e readequações em diversos municípios devem viabilizar 5.500 novas vagas no sistema prisional gaúcho. 
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