Os servidores da educação de Porto Alegre entrarão em greve a partir de segunda-feira (1º) contra a retomada do modelo presencial na Educação Infantil e primeiros anos do Fundamental. Coordenada pelo Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), a decisão foi tomada em assembleia geral virtual com a participação de mais de 600 pessoas na noite de terça-feira (23).
Segundo o Simpa, o protesto é uma resposta à
decisão do governo estadual de permitir a retomada das aulas presenciais das séries iniciais nesta quarta-feira (3), apesar do aumento de casos e internações pela Covid-19. O cenário crítico levou a Capital à classificação de
bandeira preta no modelo de Distanciamento Controlado nesta semana.
"O Simpa tem defendido que, na ausência da vacinação em massa, o retorno presencial às escolas só deve acontecer mediante condições sanitárias e estruturais capazes de assegurar a proteção de alunos, trabalhadores e da comunidade escolar em geral", explica.
Os educadores devem formalizar a greve em nova assembleia virtual às 19h desta quinta-feira (25). O sindicato afirma que enviou um ofício para a Secretaria Municipal de Educação de Porto Alegre (Smed) exigindo imediata suspensão das aulas presenciais, mantendo o ensino à distância. O Simpa ainda relata ter entrado com ação na Justiça para impedir a retomada.
"A ação se baseia na crise enfrentada pela capital gaúcha, na decretação da bandeira preta e nas orientações do Conselho Municipal de Educação (CME) e documentos enviados por entidades da saúde que corroboram a impossibilidade de as atividades presenciais serem retomadas no atual cenário", diz o sindicato.
Questionada pelo Jornal do Comércio, a Smed afirma que a secretária Janaina Audino receberá a diretoria do Simpa nesta semana para tratar do tema. Contudo, a pasta não cogita a suspensão da retomada.
"Está tudo transcorrendo muito bem. Já temos mais de 1.100 crianças em 170 escolas, entre rede própria e comunitária", ressalta a Smed.