Diferentemente do setor privado, as escolas da rede pública municipal tiveram baixa adesão nesta segunda-feira (19), dia que marcou o retorno das atividades presenciais no ensino fundamental em Porto Alegre.
Autorizada através de decreto na sexta-feira, ideia do executivo municipal era de que fossem retomadas as atividades presenciais do fundamental 1 (até o 5º ano), incluindo a educação especial. No entanto, a realidade foi outra.
Na Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) José Mariano Beck, localizada no bairro Bom Jesus, por exemplo, apenas educadores, funcionários e terceirizados compareceram ao local, segundo a diretora da escola, Beth Masera. “Sem alunos, o que já era previsto”, disse. Outras escolas da rede pública sequer abriram as portas, em virtude de
os municipários terem iniciado uma greve sanitária decorrente das más condições de algumas escolas para retomada das atividades e da
confirmação de 34 casos de Covid-19, dos quais 32 se deram em escolas de Educação Infantil da rede municipal.
Em protesto à retomada das atividades presenciais, o Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) encaminhou um ofício à Secretaria Municipal da Educação (Smed), a fim de obter um posicionamento da pasta quanto às condições sanitárias dos espaços e das contaminações que aconteceram nas escolas. Apesar disso, o sindicato não obteve nenhum retorno. “Entregamos o ofício, mas não tivemos resposta”, disse a diretora do Simpa, Roselia Siviero. A orientação, tanto do sindicato quanto da Associação dos Trabalhadores/as em Educação do Município de Porto Alegre (Atempa) é de que as escolas permaneçam fechadas.
Sendo assim, das 56 instituições da rede pública que deveriam iniciar atividades nesta segunda-feira, apenas seis abriram as portas, segundo a Smed. Já na Educação Infantil, que retomou as atividades de forma gradativa há três semanas, 18 das 43 unidades estavam em funcionamento. A rede comunitária foi a única que registrou 100% de adesão nesse primeiro dia.
Ainda de acordo com a Smed, as escolas que não retomaram as atividades privaram 27,5 mil alunos do acesso à educação e, por isso, deverão justificar suas decisões à pasta. A prefeitura da Capital deve seguir o calendário de retorno gradual que já estava previsto. Além da retomada do Ensino Fundamental 1 e da educação especial, o município previa ainda a volta da Educação dos Jovens e Adultos (EJA).