O prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior, manteve a intenção de retomada das aulas presencias em 5 de outubro, apesar do impasse que foi criado com o Estado e
até mesmo com o Ministério Público. Em reunião na manhã desta terça-feira (22), o Sindicato do Ensino Privado (Sinepe) e diretores de estabelecimentos mostraram preocupação com a divergência, que gera dúvidas e até insegurança sobre os preparativos.
"Estamos preocupados com a disputa, se volta ou não, pois são apenas dez dias para organizar tudo", pontuou Guilherme Peretti, diretor do Colégio Província de São Pedro.
Em 5 de outubro, começam as atividades presenciais para Educação Infantil, Educação de Jovens e Adultos e Ensino Profissionalizante. Os demais níveis terão
retornos até começo de novembro.
O presidente do Sinepe-RS, Bruno Eizerik, diz que é preciso um alinhamento entre Porto Alegre e o governo. "Não tem como ter calendário do RS e outro do município", ponderou o presidente. "As escolas não sabem o que responder aos pais", reforça o dirigente, ante a divergência.
Prefeitura e Estado têm reunião no fim da tarde desta terça-feira para discutir a questão do calendário. Porto Alegre só pode voltar se estiver em bandeira laranja por duas semanas consecutivas, segundo orientação que vale para todas as regiões. A Capital está em vermelha.
O prefeito alega que pelo número de escolas da Capital não há como analisar todos os protocolos, que estão previstos na regra estadual e que cada estabelecimento precisa apresentar. "Os dados epidemiológicos indicam que não há razão para não voltar às atividades e os nossos protocolos são feitos pela Saúde", argumenta Marchezan.
"Se cada escola tiver de fazer o seu, vamos até 2021 analisando protocolos", projetou o chefe do Executivo Municipal na reunião. Sobre a necessidade de retomada, ele reforçou: "Para muitas crianças este período não volta mais".
Mesmo com esta regulamentação dentro do sistema de distanciamento controlado, o Colégio Militar de Porto Alegre tem previsão de retorno no dia 28, antes mesmo da data para as demais instituições. Foi um acerto com a prefeitura, após o CMPA dizer que voltaria em 21 de setembro.
O secretário da Saúde, Pablo Stürmer, garantiu que a questão sanitária está resolvida e que "é hora de voltar às atividades letivas". "Não é disputa e sim visão diferente", repôs Stürmer, sobre o impasse com o comitê estadual que regula o sistema de distanciamento. O secretário aposta em resolução das "diferenças". "Queremos resolver o mais rápido possível."
Eizerik fez uma solicitação em relação ao que prevê os protocolos da Capital. As escolas querem ampliar o número de crianças que podem ir por turno na Educação Infantil. A mudança seria na faixa três a quatro anos, permitindo até 20 anos e de quatro a cinco anos, até 25. A regra prevê até 15 crianças.