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Economia

- Publicada em 24 de Julho de 2020 às 18:43

Entregadores de empresas de aplicativo fazem nova mobilização neste sábado

Na primeira manifestação, trabalhadores largaram as mochilas em protesto por melhores condições

Na primeira manifestação, trabalhadores largaram as mochilas em protesto por melhores condições


Antonio Neto/PSOL/Divulgação/JC
Fernanda Crancio
A paralisação dos entregadores de empresas de aplicativo por melhores condições de trabalho, prevista para este sábado (25) em todo o País, será marcada em Porto Alegre por uma concentração e caminhada dos profissionais que atuam no segmento. A mobilização, marcada para ocorrer a partir das 10h, terá como ponto de partida o Mac Donald's da avenida 24 de Outubro, no bairro Moinhos de Vento.
A paralisação dos entregadores de empresas de aplicativo por melhores condições de trabalho, prevista para este sábado (25) em todo o País, será marcada em Porto Alegre por uma concentração e caminhada dos profissionais que atuam no segmento. A mobilização, marcada para ocorrer a partir das 10h, terá como ponto de partida o Mac Donald's da avenida 24 de Outubro, no bairro Moinhos de Vento.
Segundo os organizadores, está prevista uma caminhada a partir do local, mas o trajeto será definido na hora. A estimativa do grupo é mobilizar cerca de 60 profissionais na atividade. "Ainda somos uma categoria muito desunida, por isso é difícil uma grande organização na cidade", destaca Tirza Ferreira, integrante do movimento Entregadores Antifascistas, e que faz entregas de bicicleta para uma das empresas atuantes na Capital.
Esta será a segunda paralisação nacional da categoria, conhecida como Breque dos Apps. A primeira, no dia 1 de julho, contou com ampla mobilização nacional e foi concentrada, na Capital, na Praça da Matriz, no Centro Histórico, onde os entregadores largaram as mochilas de trabalho em sinal de protesto. Os profissionais seguem reivindicando melhores condições de trabalho, reconhecimento dos direitos sociais e vínculo trabalhista, aumento do valor por quilômetro rodado e da taxa mínima das entregas, fim das pontuações mínimas de entregas e auxílio específico durante a pandemia para aquisição de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e apoio aos diagnosticados com Covid-19.
Desde o início da crise do novo coronavírus, a demanda por delivery aumenta, assim como o número de desempregados e profissionais de outras áreas que passam a atuar com os aplicativos. Embora não haja número oficial, as estimativas apontam que cerca de 5 milhões de brasileiros, 23% dos profissionais autônomos em atividade, trabalham com aplicativos de entrega. Na Capital, segundo Tirza, há mais de 3 mil profissionais.
A precarização desse serviço e a falta de atenção das empresas às reivindicações chegou a mobilizar a criação de uma Frente Parlamentar na Câmara dos Deputados, que está em fase de coleta de assinaturas, liderada pela deputada gaúcha Fernanda Melchionna (PSOL).De acordo com levantamento da bancada do PSOL na Câmara, a média salarial dos entregadores e motoristas fica em torno de R$ 950,00 para 12 horas de trabalho diárias, sem contar os finais de semana, utilizados para complementação da renda. O valor que fica para cada trabalhador varia do tipo de entrega e preço da corrida. "A média de cada frete é de R$ 15,00 por usuário, mas para o entregador fica em torno de R$ 4,00", relata Tirza.
Outro problema recorrente é a lista de espera para se cadastrar como entregador nas principais empresas, algumas chegam a levar mais de seis meses. "Só tenho cadastro em uma empresa de entrega e tento há meses entrar em outras, por isso busco entregas também por fora para ter mais renda", conta a entregadora. O PSOL tem apoiado informalmente a categoria e participado das mobilizações. No domingo (26), uma live comandada pelo vereador Roberto Robaina e pela deputada estadual Luciana Genro, ambos do partido, terá a participação do líder nacional dos Entregadores Antifascistas, Paulo Lima, às 18h. O tema será "A luta dos trabalhadores de aplicativo por mais direitos".
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