A partir desta quinta-feira (2), o Executivo gaúcho abre a etapa de consulta pública digital às entidades da área da educação e de assistência à criança e ao adolescente para avaliar a melhor forma de retomada do ensino presencial em todo o Rio Grande do Sul. Como anunciado
na semana passada, serão mais de 1,5 mil entidades participantes do processo, que se estenderá até 12 de julho, fundamental para a tomada de decisão sobre a formatação do calendário e das etapas de ensino para o retorno.
A ideia do governo é obter sugestões sobre os protocolos de prevenção a serem adotados nas atividades escolares, bem como definir a melhor forma de conduzir a volta gradual às aulas e os níveis de ensino que deverão iniciar o processo. Nos formulários eletrônicos enviados, as perguntas se concentram em qual deve ser a ordem desse retorno, por etapas de ensino, e as medidas sanitárias e de segurança a serem tomadas. Segundo o governador Eduardo Leite, a questão para muitos é definir se a Educação Infantil deve ser a primeira a retornar às aulas presenciais, para permitir que os pais possam trabalhar. No entanto, a falta de autonomia das crianças e a dificuldade em manterem os cuidados de distanciamento e higiene necessários acarretam dúvidas."Há argumentos para os dois lados e queremos ouvir as entidades", comentou Leite.
Segundo ele, o certo é que o retorno será gradual e por etapas, a cada duas ou três semanas. O governo também quer ouvir as entidades sobre o ensino integral. Serão consultadas 1520 entidades, entre sindicatos, associações, conselhos de educação e assistência social, Conselho Tutelar, Apaes, etc. Para a coordenadora do Comitê de Dados Covid-19 e ex-secretária de Planejamento do Estado, Leany Lemos, a organização da volta às aulas merece atenção redobrada e tem sido estudada com afinco, inclusive se baseando em experiências já adotadas por outros países durante a pandemia. "Esse é o tema mais complexo em relação à pandemia. É muito bem-vinda essa consulta para que a decisão do governo seja a mais bem alinhada ao que a sociedade ambiciona", aponta.
No total, mais de 2,5 milhões de pessoas estão ligadas ao ensino no Estado, da educação infantil à pós-graduação, sendo 800 mil alunos apenas na rede estadual. "Isso representa 20% da sociedade e, portanto, precisamos ter cuidado para a circulação dessas pessoas e disseminação do vírus. Não dá para nos resignarmos com as aulas sendo absolutamente interrompidas e suspenso o ano letivo, não é correto", ressaltou Leite.
O secretário estadual da Educação, Faisal Karam, reforçou a importância da consulta pública. "É momento de compartulhamento, de ouvir as entidades e definir o que é prioridade, como e quando voltaremos, respeitando o momento em que vivemos", encerrou.