Ao menos 2.237 pessoas estão desalojadas e 1.372 edificações foram danificadas pelo "ciclone-bomba" que atingiu o Rio Grande do Sul nas 48 horas entre segunda (29) e quarta-feira (1º),
segundo boletim divulgado pela Defesa Civil do Estado, no fim da tarde desta quarta-feira.
Na terça-feira (30), pior dia do ciclone, o maior volume de chuva no Interior foi registrado em Entre-Ijuís, na região das Missões, com 184,2mm, seguido por Caxias (158mm), na Serra, e Alto Feliz (152,4mm), no Vale do Caí. Em Porto Alegre, choveu 113mm. Já o vento alcançou a maior velocidade em duas cidades do Sul do Estado: Santa Vitória do Palmar (116,6km/h) e Rio Grande (114,2km/h).
Em Porto Alegre, o vendaval causou transtornos em diversos pontos, com quedas de árvores, alagamentos e semáforos desligados, devido à falta de energia elétrica. Segundo o Centro Integrado de Comando da Cidade de Porto Alegre (Ceic), foram registradas 191 ocorrências.
As cidades gaúchas que sofreram mais danos pela soma das condições adversas foram Cacique Doble, Barracão, Iraí, Vacaria e Capão Bonito do Sul. A Defesa Civil do Rio Grande do Sul confirmou que, só em Vacaria, no Nordeste do Estado, o vendaval desalojou 520 pessoas e danificou 130 residências.
O tempo também afetou o trânsito nas rodovias gaúchas. Em Erechim, no Norte do Estado, chegou a ocorrer o bloqueio total da pista na BR-153, no km 40, devido à queda de árvores.
"Todas as equipes estão mobilizadas para dar suporte (à população). O Estado já distribuiu mais de 3 mil m2 de lona e está atuando também no corte de árvores caídas e na desobstrução de vias", comentou o governador Eduardo Leite em uma live via Facebook, referindo-se ao material entregue a moradores de Iraí, onde ao menos 300 casas sofreram danos. Em Capão Bonito do Sul, o número de desalojados chega a 400.
Além disso, a Defesa Civil investiga a morte de um homem de 53 anos em Nova Prata, soterrado após ser atingido por um deslizamento de terra enquanto trabalhava. Caso confirmado que as chuvas contribuíram para causar o deslizamento, esse será o décimo óbito. As outras nove mortes confirmadas pelo ciclone aconteceram em Santa Catarina. O Paraná também foi bastante atingindo, registrando mais de 1,2 milhão de unidades sem luz.
A notícia boa é que, a partir de agora, as chances de novos estragos são menores. A meteorologista explica que o "ciclone-bomba" está se afastando para alto mar, à sudeste do Rio Grande do Sul, no Oceano Atlântico. Por isso, o mar pode ficar agitado e com bastante ressaca. "Agora não tem mais riscos de chuva excessiva e vendaval no Estado. O ciclone vai sugar o ar frio do polo sul e, por isso, a temperatura vai despencar mais ainda nos próximos dias", afirma Estael.
Fará frio na Capital e no resto do Estado nos próximos dias. A previsão para esta quinta-feira em Porto Alegre é de mínima de 7°C e máxima de 12°C; na sexta-feira, as temperaturas ficam entre 5°C e 12°C e, no sábado, entre 3°C e 17°C.
O restante do Rio Grande do Sul deve registrar temperaturas ainda mais baixas. Para esta quinta-feira, a mínima prevista é de 2°C e a máxima, de 13°C. Na sexta-feira, a Fronteira-Oeste e cidades como Santa Maria (-2°C) e Vacaria (-4°C) podem registrar temperaturas negativas.
Nesta quarta-feira, segundo o Inmet, a menor temperatura no Estado foi em São José dos Ausentes (2,8°C) e a maior, em Teutônia (16,7°C). Já na Capital, os termômetros variaram de 10,6°C a 14,9°C.