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Geral

- Publicada em 29 de Fevereiro de 2020 às 15:05

Hospital de Clínicas pede R$ 47 milhões para nova CTI

Gabbardo (2º à esquerda) visitou neste sábado os novos anexos do HCPA

Gabbardo (2º à esquerda) visitou neste sábado os novos anexos do HCPA


CLOVIS PRATES/HCPA/DIVULGAÇÃO/JC
Jefferson Klein
O governo federal quer que o Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) seja uma referência no combate ao coronavírus no Rio Grande do Sul. Porém, a direção do complexo frisa que para que esse objetivo ser alcançado serão necessários recursos financeiros. Dentro desse contexto, a diretora-presidente do Clínicas, Nadine Clausell, aproveitou neste sábado (29) a visita do secretário executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo dos Reis, às estruturas dos novos anexos do hospital para repassar um documento apontando quais equipamentos serão necessários para que dois andares de uma nova CTI, que podem abrigar até 105 leitos, comecem a funcionar. O investimento estimado para aparelhar especificamente esse espaço é de R$ 47 milhões.
O governo federal quer que o Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) seja uma referência no combate ao coronavírus no Rio Grande do Sul. Porém, a direção do complexo frisa que para que esse objetivo ser alcançado serão necessários recursos financeiros. Dentro desse contexto, a diretora-presidente do Clínicas, Nadine Clausell, aproveitou neste sábado (29) a visita do secretário executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo dos Reis, às estruturas dos novos anexos do hospital para repassar um documento apontando quais equipamentos serão necessários para que dois andares de uma nova CTI, que podem abrigar até 105 leitos, comecem a funcionar. O investimento estimado para aparelhar especificamente esse espaço é de R$ 47 milhões.
“Entregamos uma lista de supermercado”, compara Nadine. Ela cita que entre os itens solicitados estão camas, ventiladores, bombas de infusão e aparelhos de tomografia. Outra questão importante, ressalta a diretora-presidente do Clínicas, é a necessidade de contratação de pessoal. Com a ampliação do atendimento, ela calcula que é preciso agregar mais 775 novos funcionários, profissionais como enfermeiros, técnicos em enfermagem, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, entre outros. O hospital conta atualmente com um pouco mais de 6 mil funcionários.
O secretário executivo do Ministério da Saúde adianta que é possível levantar os recursos por parte do governo federal. “Talvez não seja na totalidade, até porque como a própria presidente (do Clínicas) falou pode ser feito por etapas, então vamos ver o que é necessário para a primeira fase, mas o Ministério da Saúde tem condições de auxiliar o hospital para fazer a antecipação da entrega dos equipamentos”, frisa Gabbardo.
O dirigente destaca que o Hospital de Clínicas precisa ser equipado independentemente de um eventual surto do coronavírus. Entretanto, devido à expansão global dessa doença, está sendo analisada uma maior rapidez na compra dos aparelhos. O secretário enfatiza que ainda é preciso esperar para saber como será o comportamento do vírus no ambiente brasileiro e do Rio Grande do Sul para identificar as ações que serão tomadas pelo sistema de saúde.
Parcela dos leitos deve estar disponível até o inverno
A diretora-presidente do Clínicas, Nadine Clausell, destaca que é preciso se precaver, contudo não há necessidade de alarmismo. Ela prefere não estimar um prazo para que os leitos da CTI estejam disponíveis, contudo algumas dessas camas hospitalares já deverão estar sendo usadas até a chegada do inverno, período em que a tendência é que se tenha um volume maior de casos da doença.
Nadine revela que estão sendo mantidas conversas com o Exército e a Aeronáutica para montar barracas em frente à entrada no hospital para evitar que haja tumultos, se por acaso um volume muito grande de público procurar atendimento. Estratégia semelhante foi adotada na época da gripe H1N1. A médica diz que o ideal é que as pessoas que apresentarem sintomas de infecção do coronavírus procurem primeiro atendimento no local em que normalmente são tratadas, porque se todos se dirigirem ao Clínicas resultará no colapso do sistema. O complexo de Porto Alegre funcionará como uma espécie de hospital de retaguarda, atendendo a casos mais sérios.
No encontro desse sábado também estiveram presentes a secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, e o líder do governo Eduardo Leite na Assembleia Legislativa, deputado Frederico Antunes (PP). O parlamentar informa que conversou com o governador e com a secretária a respeito da possibilidade que cerca de R$ 5 milhões de emendas parlamentares estaduais sejam destinados para a adequação do Hospital de Clínicas nessa força tarefa de combate ao coronavírus.
No total, os anexos do Clínicas, os blocos B e C, contam com dois andares de subsolo, para estacionamento, sete pisos superiores que, além da CTI, concentram emergência de adultos e pediátrica, hemodinâmica, bloco cirúrgico e centro de material e esterilização. Soma-se a esse conjunto uma cobertura com heliponto. A construção dos dois anexos começou em 2014 e foi concluída em outubro do ano passado, absorvendo um investimento de cerca de R$ 500 milhões e aumentando a área física do Clínicas em 70%. Apesar das notícias positivas quanto à expansão, no dia 21 de fevereiro o hospital passou por um pequeno incêndio ocasionado por um curto-circuito em uma lavadora de materiais cirúrgicos. Nadine informa que não houve muitos estragos, o maior problema foi a fuligem desprendida que caiu sobre pacotes de itens esterilizados.
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