Começa a ganhar forma o que vai ser a primeira ocupação do Cais Mauá, em Porto Alegre. Os contêineres, estruturas em que estarão as lojas e serviços, foram colocados no Embarcadero após um atraso relacionado ao mau tempo, segundo os empreendedores. A
previsão de inauguração em março é mantida.
Na metade de janeiro, as obras no Cais Mauá foram afetadas por chuvas. As instalações de ferro foram produzidas ou modificadas de acordo com a demanda dos lojistas e deveriam ter sido instaladas no dia 15 de janeiro.
Coma instabilidade do clima, a colocação foi adiada para o final do mês. “As obras estão indo a todo o vapor, mas essa chuva nos causou um leve prejuízo. Voaram uma série de telhas”, afirmou o representante da DC Set, Eugenio Corrêa. Todos os contêineres da rua Pôr-do-Sol já foram posicionados.
Entre janeiro e fevereiro foram realizadas obras de infraestrutura e concretagem. Foto: Nícolas Chidem/JC
Nos dois primeiros meses de 2020, segundo a equipe de obras, estão sendo realizados os trabalhos de infraestrutura da rede hidrossanitária, elétrica e de dados. Também é feita a preparação e concretagem das áreas comuns, bem como obras para o setor administrativo, a área de funcionários e de depósitos. A estrutura para receber energia elétrica, segundo representante da DC Set, já foi inteiramente instalada.
A empresa responsável pelas obras diz que o cronograma de abertura não teve alteração. A intenção é iniciar um processo de soft opening em março até a reinauguração oficial do Cais Mauá no dia 26, no aniversário de Porto Alegre.
O empreendimento não tem a ver com o projeto da revitalização da área na região central da Capital. A concessão do Cais Mauá para o consórcio Cais Mauá do Brasil está hoje na Justiça. O governo de Eduardo Leite fez a rescisão do contrato, alegando descumprimento na execução e também problemas na manutenção dos ativos, como os armazéns, alguns tombados pelo patrimônio histórico. A indefinição
agrava as condições do local, que é tomado pelo mapa e deterioração dos prédios.
A concessão foi feita em fim de 2010, um dos últimos atos do governo de Yeda Crusius (PSDB, 2007-2010). Em uma década, o consórcio, que tinha como principais acionistas iniciais grupos espanhóis acabou trocando de empresas e investidores. O complexo previa shopping center, torres comerciais e restauração dos armazéns e pórtico central. A pendenga tramita na Justiça Federal.