Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Geral

- Publicada em 23 de Dezembro de 2019 às 20:32

Mesmo com menos passageiros, receita dos ônibus da Capital cresce

ATP aponta investimento de mais de R$ 10 milhões no serviço

ATP aponta investimento de mais de R$ 10 milhões no serviço


/LUIZA PRADO/JC
Gabriela Porto Alegre
Crescimento tarifário, perda de passageiros e uma frota envelhecida. Esses foram alguns pontos elencados pelo Diagnóstico do Transporte Coletivo, feito pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-RS). A análise destrincha a situação do transporte público de 88 municípios do Rio Grande do Sul com mais de 25 mil habitantes, dos quais 79 possuem transporte coletivo.
Crescimento tarifário, perda de passageiros e uma frota envelhecida. Esses foram alguns pontos elencados pelo Diagnóstico do Transporte Coletivo, feito pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-RS). A análise destrincha a situação do transporte público de 88 municípios do Rio Grande do Sul com mais de 25 mil habitantes, dos quais 79 possuem transporte coletivo.
No que diz respeito à Capital, chamam atenção os números que apontam queda no total de passageiros e aumento na receita das empresas no período entre 2015 e 2019.
Em Porto Alegre, a redução no total de pessoas que utilizam o serviço chegou a 17,8%. Em 2015, a Capital transportou, mensalmente, 17,2 milhões de passageiros, passando em 2019 para 14,15 milhões, o equivalente a 3,06 milhões de usuários a menos nos ônibus da cidade.
Ainda assim, o TCE-RS mostra que a receita do transporte coletivo na cidade cresceu quase 20% por conta dos reajustes nas tarifas. Os aumentos na passagem, conforme as empresas e a prefeitura, se deram pela acentuada perda no número de passageiros. O trabalho também aponta aumento de 30% nos custos das empresas no período analisado.
De 2015 a 2019, levando em consideração os municípios com mais de 100 mil habitantes, o estudo identificou uma evolução tarifária em diversas localidades do Estado. Na Região Metropolitana, Viamão e Gravataí são as cidades com as passagens mais caras, ambas no valor de R$ 4,80, seguidas por Porto Alegre, com R$ 4,70. Os maiores reajustes nesse período, no entanto, foram registrados em Canoas, com 76,92% (de R$ 2,85 para R$ 4,60), Uruguaiana, com 75% (de
R$ 2,00 para R$ 3,50), e Gravataí, 74,55% (de R$ 2,75 para R$ 4,80). Na Capital, o índice ficou na casa dos 44,6% (passou de R$ 3,25 para R$ 4,70). A média de reajuste nas cidades com mais de 100 mil habitantes foi de 55,43%.
Para o diretor-executivo da Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP), que representa as empresas que gerem o sistema da Capital, Gustavo Simionovschi, não existe um motivo único para a queda no número de usuários do transporte coletivo da cidade. "São vários fatores que influenciam essa diminuição. Porto Alegre é a segunda capital do País com maior índice de isenções. Entre outras coisas, há ainda questões de impostos, taxas, congestionamento e, com certeza, a concorrência desleal do transporte por aplicativos", argumenta.
O estudo apontou que a idade média da frota de ônibus da Capital aumentou 42% no período de 2015 a 2019, passando de 5,2 anos para 7,4 anos. A licitação do transporte público da cidade, realizada em 2015, estabelecia a idade máxima de 10 anos por veículo, mas o prefeito Nelson Marchezan Júnior aumentou esse número para 12 anos.
Apesar de a frota estar defasada, as empresas garantem que têm buscado alternativas para tentar melhorar os serviços. "As empresas investiram mais de R$ 10 milhões na questão de melhoria dos serviços, como implantação de GPS dentro dos ônibus, câmeras de reconhecimento facial para controlar a isenção, câmeras de monitoramento para melhorar a segurança, além da criação de aplicativo para recarga do cartão TRI e previsibilidade de ônibus. Ações do próprio governo, como as faixas exclusivas, têm dado um respiro", salienta Simionovschi, ao afirmar que, embora uma série de operações estejam sendo feitas, elas ainda não são suficientes para driblar o que classificou como "crise".
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO