Parque da Redenção: qual será o destino da área do antigo Café do Lago

Quem passa pelo Parque da Redenção, em Porto Alegre, não resiste em dar uma espiada na fresta do tapume que esconde um dos ícones do point de lazer dos porto-alegrenses, principalmente nos fins de semana. A instalação onde funcionou o Café do Lago voltou a ter a cor amarelo-ouro e os traços da arquitetura que sempre fizeram do local um dos mais vistosos da Redenção, nome popular do Parque Farroupilha.

A restauração, dentro do pacote de revitalização geral da região, está quase pronta e em breve será vista sem barreiras, mas a ocupação da edificação do antigo café ainda não foi definida, informa Alex Souza, coordenador de Áreas Verdes da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Smams). Tudo indica que o ponto, que é tombado desde 1997, servirá de atracadouro dos pedalinhos, atração para passeios no lago.

Quando a obra de reforma for concluída, os tapumes serão removidos, mesmo sem uma destinação, esclarece o coordenador. Para facilitar a limpeza ante eventual ação de vandalismo, foi usada tinta antipichação.

Souza explica que o modelo de exploração do setor do parque deve ser lançado no primeiro trimestre de 2020, contemplando ainda a área do antigo orquidário. “Estamos vendo com a Secretaria de Parcerias Estratégias o modelo de como será a exploração econômica dentro do chamado Complexo do Lago, que terá módulos de contêineres na área do antigo orquidário. A ideia é utilizar o que era a estrutura do antigo bicicletário e o atracadouro, onde tinha o Café do Lago, como espaço para um possível permissionário de um novo pedalinho”, adianta.

O edital vai prever que o acesso aos equipamentos de passeio no lago seja na área, completa Souza, para evitar “invasão”. Também deve ser incluído no edital que deve ser montado um. espaço para mostra de orquídeas, numa referência ao que havia no passado recente.

O espaço do embarcadouro teve reparos e pintura, o que também vai ocorreu no ponto às margens do lago onde era a antiga bilheteria do pedalinho. Os equipamentos do antigo operador em formato de cisne para os passeios foram removidos no começo do ano, após o fim do contrato com a prefeitura.

Desde agosto de 2014, a estrutura do antigo café está sem operação. O funcionamento como café ocorreu, com intervalos sem concessionário, entre 2001 e 2014. Depredações constantes e o limite de horário de funcionamento, até as 22h, prejudicavam a permanência de operadores. Com a saída do último ocupante, o local entrou em deterioração acelerada, o que chegou a gerar protestos e cobrança de frequentadores sobre os cuidados que cabiam à prefeitura.

Em fim de 2018, a Smams chegou a formular o modelo para nova licitação de exploração do espaço, para reverter o abandono. O plano acabou sendo abortado devido ao projeto do município de fazer a concessão de praças e parques, que incluiria a Redenção. A Câmara de Vereadores aprovou em abril as modalidade de concessão, mas a inclusão da Redenção neste plano não foi definido. Agora a prefeitura está fazendo a concessão da orla 1 e Parque da Harmonia. Ao fiscalizar as obras do Parque Farroupilha, em novembro, o prefeito Nelson Marchezan Júnior falou que não descarta a concessão do local.

As obras atingem vários ambientes da Redenção. Serão investidos R$ 3,86 milhões, tendo como fonte a contrapartida da incorporadora Cyrela Sul (R$ 3,4 milhões) que firmou um Termo de Conversão em Área Pública (TCAP) para compensar a construção de um empreendimento no bairro Rio Branco, na Capital, e do caixa da prefeitura (R$ 465 mil).

Já houve a recuperação da fonte luminosa no chafariz central do parque. Novo playground foi montado próximo à rua José Bonifácio, e uma nova academia ao ar livre para atividades físicas já instalado na área da Redenção ao lado do Viaduto Leopoldina (na avenida João Pessoa). Calçadas de saibro estão sendo implantação em vários trechos.

O Recanto Europeu, próximo ao auditório Araújo Vianna, está sendo restaurado pelo Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS). O local, implantado em 1941, tem um Chafariz Imperial rodeado de recantos ajardinados e bancos de praça, mas sua estrutura foi sendo depredada e danificada pelo tempo, ao longo dos anos.

Uma novidade é que o antigo minizoo deve virar um cachorródromo. O que serviria de atrativo a muitos frequentadores que levam seus bichos de estimação para atividades no parque.