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Geral

- Publicada em 30 de Dezembro de 2018 às 17:38

Faixa com publicidade na chaminé do Gasômetro causa polêmica em Porto Alegre

Exposição da faixa é contrapartida à empresa que custeará show de fogos na orla, diz prefeitura

Exposição da faixa é contrapartida à empresa que custeará show de fogos na orla, diz prefeitura


MARIANA CARLESSO/JC
Patrícia Comunello
O ano de 2018 não iria terminar sem uma nova polêmica em Porto Alegre. E o motivo está bem à vista, para quem passar pela orla do Guaíba revitalizada. A chaminé da Usina do Gasômetro, que é tombada pelo patrimônio histórico municipal e estadual, tem uma enorme faixa cor de rosa com a publicidade de um varejo da Capital. A exposição é contrapartida à empresa que vai custear o show de fogos na orla. 
O ano de 2018 não iria terminar sem uma nova polêmica em Porto Alegre. E o motivo está bem à vista, para quem passar pela orla do Guaíba revitalizada. A chaminé da Usina do Gasômetro, que é tombada pelo patrimônio histórico municipal e estadual, tem uma enorme faixa cor de rosa com a publicidade de um varejo da Capital. A exposição é contrapartida à empresa que vai custear o show de fogos na orla. 
O adereço gerou estranheza e surpresa, logo que começou a ser percebido nesse sábado (29), e passou a ser alvo de críticas nas redes sociais. "Não basta ser cafona. É preciso mostrar que é cafona. Feliz 2019, POA", reagiu Duca Cescani, no Facebook. "Jura???? Qué coisa feia!", emendou Waleska Vasconcellos.
Mas teve quem retrucasse as postagens, defendendo a ação do município: "Gente, absurdo é não ter festa de réveillon para a população de Porto Alegre. A Empresa Está patrocinando a Festa para 200 mil pessoas se divertirem, a Prefeitura tem que entregar a Visibilidade da Marca. É assim em qualquer lugar do Mundo, Simples! Período de exibição da marca 5 dias", escreveu Carina Bernardi.  
A exposição faz parte de um acordo entre a prefeitura e empresas que vão bancar a festa do Réveillon na orla, na noite desta segunda-feira (31). A festa após três anos de jejum e, segundo o município, só será possível devido ao financiamento do setor privado. Mas na divulgação das ações para o evento não foi divulgado, por exemplo, este tipo de compensação.
"A empresa Casa Maria Bazar e Utilidades é uma das patrocinadoras que permitiu a realização da festa de pública e gratuita. É a empresa quem ofereceu os fogos de artifícios — em um investimento de aproximadamente R$ 200 mil — para o show pirotécnico, que deve durar cerca de dez minutos", diz nota postada no site da prefeitura no começo da manhã de sábado. Segundo a nota, "a única contrapartida solicitada pela empresa foi a colocação de um banner na chaminé da Usina do Gasômetro".
Sobre o uso da chaminé, a área da comunicação diz que "não há prejuízo à estrutura da edificação" e que já houve em outros anos ações com colocação de enfeites de Natal, "além de campanhas institucionais e sociais". "A gestão Marchezan seguirá utilizando espaços públicos sempre que houver benefícios públicos."
O Instituto dos Arquitetos do Brasil no Rio Grande do Sul (IAB-RS) postou nota no site questionando o uso do espaço para expor publicidade comercial. Mesmo considerando que o edital foi bem formulado na intenção de buscar apoio do setor privado, o presidente do IAB-RS, Rafael Passos, opina que a exposição da faixa feriu a regra ao não fazer alusão à festa que justifica a parceira.
"Fomos, contudo, surpreendidos por uma enorme peça publicitária instalada na chaminé da Usina do Gasômetro, bem tombado em níveis municipal e estadual. Um dos principais, se não o maior símbolo de Porto Alegre deve ser tratado com o respeito que lhe cabe, que nos cabe!", critica Passos. 
O dirigente questiona se o uso foi precedido por consulta a órgãos que atuam no patrimônio histórico. Além disso, Passos levanta que, caso o tipo de exposição não tenha sido contemplado no edital, pode ter ocorrido desigualdade em relação a outros patrocinadores. "Quanto custaria este espaço? Está compatível com o investimento feito pela empresa?", observa Passos.
Foram duas patrocinadoras da festa, segundo informou a prefeitura ao Jornal do Comércio. 
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