Luciana Medeiros, sócia da PwC, afirma que 47 % dos consumidores brasileiros priorizam produtos sustentáveis, mesmo que tenham que pagar mais por isso

Brasileiros priorizam produtos sustentáveis, aponta executiva em painel sobre tendências no South Summit


Luciana Medeiros, sócia da PwC, afirma que 47 % dos consumidores brasileiros priorizam produtos sustentáveis, mesmo que tenham que pagar mais por isso

O comportamento do consumidor e os desafios enfrentados pelo varejo passam por uma transformação profunda, impulsionada por valores emergentes como sustentabilidade, diversidade e a integração entre o físico e o digital. A partir de reflexões provocadas por especialistas de empresas como Banco do Brasil, Pandora, PwC e Renner, durante o painel Tendências do Mercado, no South Summit Brazil, nota-se que esses pilares já não são apenas estratégias de mercado – são exigências do novo consumidor e elementos estruturantes do varejo contemporâneo.
O comportamento do consumidor e os desafios enfrentados pelo varejo passam por uma transformação profunda, impulsionada por valores emergentes como sustentabilidade, diversidade e a integração entre o físico e o digital. A partir de reflexões provocadas por especialistas de empresas como Banco do Brasil, Pandora, PwC e Renner, durante o painel Tendências do Mercado, no South Summit Brazil, nota-se que esses pilares já não são apenas estratégias de mercado – são exigências do novo consumidor e elementos estruturantes do varejo contemporâneo.
A sustentabilidade, em especial, emerge como um valor incontornável. Luciana Medeiros, sócia da PwC, trouxe dados que desmistificam uma antiga crença. “Havia um mito de que o consumidor brasileiro não se importava com sustentabilidade, mas 47% afirmam que já priorizam produtos mais sustentáveis, mesmo que tenham que pagar mais por isso.” Essa consciência atravessa todas as classes sociais e influencia diretamente a relação com as marcas.
Larissa Novais, diretora de clientes varejo do Banco do Brasil reforçou esse novo paradigma. A instituição foi reconhecida, pelo terceiro ano consecutivo, como o banco mais sustentável do planeta. “Colocamos a sustentabilidade no nosso DNA. Hoje, temos quase R$ 400 bilhões em crédito com viés sustentável. Não é discurso, é prática incorporada", relata.
Na Renner, a sustentabilidade é um pilar estratégico há anos. Fabiana Tacolla, diretora de operação da companhia, destaca que “não é porque a sigla ESG está na moda; sustentabilidade precisa ser vivida todos os dias”. A empresa é líder mundial no índice de sustentabilidade da Dow Jones entre as varejistas de moda, e 80% de seus produtos têm algum atributo sustentável. “Construímos lojas com menor uso de água, energia, materiais reutilizáveis e foco na circularidade. Isso é persistência, é cultura.”
Luciano Severo Rodembusch, presidente da Pandora na América do Norte, reforça que a sustentabilidade é uma questão de essência. “Somos uma das primeiras joalherias do mundo a usar 100% de prata e ouro reciclados, e todos os nossos diamantes são de laboratório. Refinanciamos nossa dívida com bancos europeus com taxas atreladas a metas sustentáveis”, comenta. Para ele, sustentabilidade não é sobre orçamento ou porte da empresa: “Não importa o tamanho da operação, sustentabilidade não pode ser um projeto paralelo - tem que ser cultura desde o primeiro dia”, salienta.
A transformação digital, embora acelerada, precisa vir acompanhada de um componente humano. Luciana, da PwC, observa que “o consumidor brasileiro aceita a tecnologia, mas quer manter o toque humano”. Os dados confirmam essa tendência híbrida: 36% dos que compram online retiram na loja, e 60% das trocas são feitas presencialmente. A experiência phygital já é realidade.
“O maior varejo de moda do mundo ainda é físico. Mas o digital não pode ser só para o cliente. Toda a jornada interna também tem que ser digitalizada - o colaborador precisa estar empoderado para surpreender o cliente", enfatiza Fabiana.
Luciano representa a marca de joias no Canadá e nos Estados Unidos, porém é de Camaquã, região Metropolitana de Porto Alegre. Ele destaca que empreender em qualquer lugar do mundo tem suas dificuldades, mas que empreendedores brasileiros estão acostumados a lidar com contratempos e mudanças, e isso é uma habilidade necessária em qualquer lugar, atualmente. “O brasileiro tem uma capacidade de adaptação e resiliência que o mundo admira. Quando uma porta se fecha, a gente abre uma janela. Isso, lá fora, é extraordinário.”