No South Summit Brazil 2025, painelistas discutiram o uso da Inteligência Artificial no empreendedorismo

'A IA nunca vai substituir um ser humano, é um copiloto', diz especialista


No South Summit Brazil 2025, painelistas discutiram o uso da Inteligência Artificial no empreendedorismo

Os debates acerca dos usos da Inteligência Articial (IA) ganharam os palcos da quarta edição do South Summit Brazil. Em um dos painéis na última quinta-feira (10), especialistas discutiram os benefícios e desafios da aplicação deste tipo de tecnologia no empreendedorismo. 
Os debates acerca dos usos da Inteligência Articial (IA) ganharam os palcos da quarta edição do South Summit Brazil. Em um dos painéis na última quinta-feira (10), especialistas discutiram os benefícios e desafios da aplicação deste tipo de tecnologia no empreendedorismo. 
O painel, mediado por Ricardo Luís Sehn, superintendente de varejo do Branco do Brasil no Rio Grande do Sul, contou com a presença de outros executivos da instituição financeira. Rafael Rovani, head de Inteligência Artificial e Analytics, e Rodrigo Mulinari, diretor de TI, debateram de que forma a IA pode ser uma aliada dos empreendedores. 
Para Mulinari, a tecnologia é um marco na história e segue os passos de outros avanços anteriores. "Depois do mobile, talvez seja a tecnologia que mais vai revolucionar o mundo. É a grande mola transformadora dos próximos tempos", percebe o especialista, destacando que o diferencial da IA é a interação com as pessoas. "Ela vem para nos ajudar a pensar, a propor e tem essa possibilidade de compilar um número de dados que humanamente é impossível, oferendo insights que não teria como fazer de outra forma. Hoje, todas as soluções usam de alguma maneira a IA, e esse é o grande segredo: você consegue fazer melhorias eficientes nos seus processos, como você consegue melhorar a experiência, hiperpersonalizando e com segurança", avalia o diretor de TI do Banco do Brasil.
Olhar para a IA como uma aliada pode ser estratégico também para negócios de menor porte, pontua Rovani. "Os dados históricos do Sebrae mostram o quanto é difícil ser empreendedor no Brasil, o quanto ser resiliente e ultrapassar a barreira dos dois anos é fundamental. A IA é uma ferramenta poderosa para trazer eficiência para esse contexto. Sabemos que a maioria dos empreendedores, num primeiro momento, não tem um grande quadro de colaboradores, e a IA pode substituir esse funcionário, executando um processo administrativo, executando uma tarefa, gerando informações poderosas sobre o mercado, sobre preços de vendas e compras, sobre cadeia de valor. Apontar quais são os elos que conectam esse empreendedor a outras oportunidades de negócio para a cadeira produtiva. A IA nunca vai substituir um ser humano, ela sempre vai ser um complemento. A IA é um copiloto", afirma o head de Inteligência Artificial e Analytics do Banco do Brasil. 
Ambos destacaram como o segmento bancário é um dos pioneiros quando o assunto é tecnologia de ponta no Brasil. "O segmento bancário brasileiro é um dos mais avançados do mundo, e é o setor brasileiro que mais investe em tecnologia. Dados da Frebaban mostram que foram mais de R$ 40 bilhões investidos em tecnologia só no ano passado, mais ou menos R$ 1,5 bilhão em IA, e isso cresce ano a ano", afirma Mulinari. 
Seguindo o investimento do segmento, Rovani destaca que o Banco do Brasil está colocando em prática uma IA generativa pensada para os empreendedores parceiros da instituição. "Lançamos o primeiro agente de IA generativo que conversa com o cliente. Está disponível no painel pessoa jurídica para os clientes. O objetivo é ser um facilitador para o empreendedor, que consegue conversar de manhã com essa ferramenta, como se fosse uma revista eletrônica, e ter insights e saber que informações ele precisa consumir sobre o mercado dele", explica. 
Para os especialistas, o empreendedor que consegue usar, de fato, a IA como aliada é aquele que identifica quais são os problemas e dores que a tecnologia pode resolver. "Primeira questão é entender o problema de negócio, e a segunda é gerar uma cultura sobre a IA. Entender a dor e a demanda, e se capacitar", diz Rovani. "Olhar para seus dados, entender qual é o problema, entender que não é uma solução de tecnologia tradicional. Experimentar, começar pequeno, entender se o problema está resolvido e aprender com ele a escalar", completa Mulinari.