Angélica Madalosso é CEO da ILoveMyJob, hub de marca empregadora do Brasil, dedicado a transformar a relação entre pessoas e empresas.
Livro: Na Raça, de Guilherme Benchimol
O título Na Raça acaba sendo associado a um estilo masculino de gestão. Mas, com esse livro, pude ter certeza que meu estilo de empreendedora pode existir. Sou uma empreendedora na raça. Mesmo sendo escrito por um empreendedor homem, é a realidade para mim como mulher.
1. Feito é melhor que perfeito - O primeiro aprendizado que o livro traz é que o feito é melhor que perfeito. O Guilherme traz exemplos de como a XP foi testando antes de chegar no produto ideal, desde que era uma escola para ensinar as pessoas a investirem na bolsa. Foi um curso extremamente simples, com o material que eles usavam para outras funções, e sem uma didática pesada. Tudo isso foi evoluindo aos poucos. O importante era ser pioneiro nessa frente de educação no mercado de investimentos. Quando criamos a ILoveMyJob, sempre pensamos em mais negócios. Temos a escola, que é onde formamos profissionais da área de comunicação e RH que querem trabalhar com employer branding. Tínhamos tido experiência com employer branding, mas éramos as pessoas com maior experiência no mercado? Provavelmente não. Mas resolvemos criar essa solução de educação em um mercado que quase ninguém falava sobre isso. O aprendizado é não espere a perfeição para começar a realizar o seu sonho. O começo nunca vai ser perfeito, mas ele é essencial para que a gente evolua. Não ter medo da imperfeição é muito importante para ser um empreendedor de sucesso.
2. Exercitar a resiliência - Ao longo do livro, o Guilherme fala sobre o quanto ele usa a corrida de rua para exercitar a capacidade de resiliência. Eu também sou corredora de rua, e a corrida é uma batalha contigo mesmo e com o seu sofrimento. Não adianta a gente esconder. O empreendedorismo traz muito sofrimento para, depois, termos a recompensa. Exercitar a nossa capacidade de seguir performando em meio a adversidades é muito importante para que a gente siga em frente e não desista ao longo do desafio do empreendedorismo.
3. Confiar no seu potencial - Quem realmente conhece o seu potencial é você mesmo. Guilherme trouxe a relação com o pai dele, que não acreditava a profissão que ele escolheu, dando a entender que o filho seria um fracassado. Escutei isso de líderes, que talvez não fosse uma boa gestora ou empreendedora. Mas algo no fundo do meu coração falava, principalmente depois que fui mãe e lidei com muitos desafios, que sim, eu sou capaz de suportar uma empresa. No fundo, tinha certeza que tinha a resiliência necessária para criar uma empresa do zero.