O clássico produto gaúcho está em fase de estudos clínicos para novas versões, como a Olina em comprimido

Há mais 100 anos no mercado, Olina mira em novos produtos e consolida sucessão familiar


O clássico produto gaúcho está em fase de estudos clínicos para novas versões, como a Olina em comprimido

A marca Olina, do Laboratório Wesp, está passando por um momento crucial em sua trajetória: a sucessão familiar. Após mais de um século de história, a quarta geração da família Wesp assume o comando, trazendo novos ares e desafios para uma marca que se tornou sinônimo de tradição no mercado farmacêutico brasileiro. A história da Olina é marcada por imigração, inovação e dedicação, e, hoje, sob a liderança de Christian Wesp, sócio-diretor da Olina, a empresa se prepara para um novo capítulo.A história da marca começa em 1911, quando João Wesp, um imigrante alemão, chegou ao Brasil em busca de novas oportunidades. Ele trouxe consigo um conhecimento profundo sobre plantas medicinais e suas aplicações terapêuticas. Após se naturalizar brasileiro, em 1916, registrou seu produto, inicialmente chamado Essenz des Lebens (Essência da Vida, em alemão). No entanto, o nome não foi aceito no Brasil por ser considerado um adjetivo. Foi então que João decidiu homenagear sua irmã, Lina Wesp, batizando o produto de Olina Essência de Vida. Por uma confusão com os artigos definidos, o remédio acabou sendo popularmente conhecido como "O Lina".
A marca Olina, do Laboratório Wesp, está passando por um momento crucial em sua trajetória: a sucessão familiar. Após mais de um século de história, a quarta geração da família Wesp assume o comando, trazendo novos ares e desafios para uma marca que se tornou sinônimo de tradição no mercado farmacêutico brasileiro. A história da Olina é marcada por imigração, inovação e dedicação, e, hoje, sob a liderança de Christian Wesp, sócio-diretor da Olina, a empresa se prepara para um novo capítulo.

A história da marca começa em 1911, quando João Wesp, um imigrante alemão, chegou ao Brasil em busca de novas oportunidades. Ele trouxe consigo um conhecimento profundo sobre plantas medicinais e suas aplicações terapêuticas. Após se naturalizar brasileiro, em 1916, registrou seu produto, inicialmente chamado Essenz des Lebens (Essência da Vida, em alemão). No entanto, o nome não foi aceito no Brasil por ser considerado um adjetivo. Foi então que João decidiu homenagear sua irmã, Lina Wesp, batizando o produto de Olina Essência de Vida. Por uma confusão com os artigos definidos, o remédio acabou sendo popularmente conhecido como "O Lina".
A história da marca começa em 1911, quando João Wesp, um imigrante alemão, chegou ao Brasil em busca de novas oportunidades | JÚLIA FERNANDES/ESPECIAL/JC
A história da marca começa em 1911, quando João Wesp, um imigrante alemão, chegou ao Brasil em busca de novas oportunidades JÚLIA FERNANDES/ESPECIAL/JC
Max Pierre Wesp, neto de João e diretor da empresa por 44 anos, lembra com orgulho a trajetória da família. "Desde sua fundação, a Olina sempre foi fabricada em Porto Alegre. Em 2003, inauguramos uma nova fábrica em Canoas, com instalações modernas e capacidade para produzir 27 mil frascos por dia." O produto, líder de mercado nos três estados do Sul do País na categoria de fitoterápicos estomacais, tem sua eficácia comprovada por diversos estudos clínicos, dizem os empreendedores. "O processo de fabricação é muito técnico e rigoroso, demorando em média 75 dias para finalizar um lote", explica Max. "Não existe genérico ou similar, pois o processo é caro e complexo."

Sucessão familiar na Olina

Atualmente, a empresa passa por um processo de transição geracional, com Christian Wesp, filho de Max, assumindo a liderança. Christian, que cursou administração com ênfase em empreendedorismo e sucessão, traz um olhar jovem e inovador para a marca. "A gente vinha tentando disseminar a Olina pelo Brasil, mas enfrentamos algumas barreiras", comenta. "Contratamos uma consultoria de marketing, fizemos pesquisas e descobrimos que nosso quintal aqui no Sul ainda tem muito espaço para crescer."

Ele também destaca a modernização da embalagem, que agora possui duas faces: uma com a identidade tradicional e outra com a nova identidade desenvolvida por sua equipe. "Se for nas farmácias, o proprietário é que vai escolher como mostrar o produto", explica Max, apoiando as mudanças propostas pelo filho.
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Christian também fala sobre os desafios enfrentados ao assumir a empresa. "Entrei aqui sem muita voz ativa, sem função definida. Foi na pandemia que tive a oportunidade de mostrar meu valor", lembra. "Meu pai se isolou no Litoral, e decidi ficar aqui, tocar a empresa. Foi um ponto de virada", afirma. Desde então, ele implementou mudanças significativas, como a criação de novos setores e a adoção de sistemas baseados em dados. "Antigamente, a direção não acreditava em pesquisas. Hoje, comparamos dados do mercado para entender melhor nosso público", relata.

Apesar dos desafios, a Olina mantém sua posição de destaque no mercado, com mais de 98% de capilaridade nas farmácias do Rio Grande do Sul. "O produto é lembrado pela tradição, mas precisamos reforçar a comunicação", diz Christian. "Investimos em canais esportivos e já vemos jovens comentando sobre a Olina." Ele também adianta planos para o futuro, como o lançamento de novos produtos, incluindo o Olina em comprimidos, que está em fase de estudos clínicos. "Temos alguns produtos no pipeline, mas o foco agora é fortalecer o que já temos", explica. "O Olina Líquida é nosso carro-chefe, e queremos consolidar ainda mais sua presença antes de lançar novidades."

Max, agora aposentado, reflete sobre a passagem do bastão com orgulho. "Fiz minha parte por 44 anos. Agora, o Christian e o Renan, meus filhos, já me superaram. Estou realizado", orgulha-se. Ele também destaca a importância da profissionalização trazida por Christian. "Fazia tudo de forma muito empírica, mas o Chris trouxe uma visão mais estruturada, contratou consultorias e modernizou processos que eu nem imaginava que precisavam ser mudados", comenta. Christian, por sua vez, enxerga o desafio como uma oportunidade de modernizar sem perder a essência. "A Olina é única, não existe similar ou genérico. Nosso objetivo é manter essa excelência enquanto conquistamos novos mercados", garante.
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A história da Olina une tradição e inovação. Com mais de 100 anos de existência, a marca busca evoluir, adaptando-se às necessidades do mercado sem abrir mão da qualidade e eficácia. Christian atribui a longevidade do negócio ao papel do produto na vida dos clientes. "A Olina é mais que um remédio. É parte da história das famílias gaúchas", diz Max. "E agora, com o Chris à frente, tenho certeza de que essa história vai continuar por muitas gerações", diz o empreendedor sobre a marca que se prepara para expandir ainda mais seu legado, levando a essência da vida para todo o Brasil.