O Gym Rats - aplicativo que cria um ranking de treinos entre os usuários - viralizou nas redes sociais e tem ganhado adeptos. Academias locais avaliam os pontos positivos e negativos de levar a gamificação para o ambiente esportivo

Apps que levam gamificação para as academias são tendência nas redes sociais

O Gym Rats - aplicativo que cria um ranking de treinos entre os usuários - viralizou nas redes sociais e tem ganhado adeptos. Academias locais avaliam os pontos positivos e negativos de levar a gamificação para o ambiente esportivo

A gamificação é uma estratégia que está sendo utilizada em vários setores. A ideia é que, através desta ferramenta, que traz conceitos de jogos, os usuários aumentem o engajamento em atividades que vão desde o trabalho até as tarefas cotidianas, como a prática de exercícios físicos. Um exemplo mais recente, é o GymRats, aplicativo que viralizou nas redes sociais, permitindo que alunos de diferentes academias interajam, criando grupos de competição, onde os usuários podem definir o tipo de treino, o tempo realizado, entre outras definições. Apesar de ser uma grande brincadeira, existem usuários que levam mais a sério, criando metas pessoais.
A gamificação é uma estratégia que está sendo utilizada em vários setores. A ideia é que, através desta ferramenta, que traz conceitos de jogos, os usuários aumentem o engajamento em atividades que vão desde o trabalho até as tarefas cotidianas, como a prática de exercícios físicos. Um exemplo mais recente, é o GymRats, aplicativo que viralizou nas redes sociais, permitindo que alunos de diferentes academias interajam, criando grupos de competição, onde os usuários podem definir o tipo de treino, o tempo realizado, entre outras definições. Apesar de ser uma grande brincadeira, existem usuários que levam mais a sério, criando metas pessoais.
Caroline Vanzellotti, doutora em administração, professora e empreendedora, está à frente da RH Decola, uma agência de treinamento e desenvolvimento focada em estratégias de aprendizagem que utiliza a gamificação como estratégia.
De acordo com a CEO, a técnica de gamificação vem sendo muito usada, pois auxilia no processo de aprendizado de alunos ou até de funcionários de uma empresa. "Tem uma série de questões sobre como as pessoas interpretam e como elas usam a gamificação para se motivar, para conseguir alcançar seus objetivos. A principal é que essa ferramenta gera uma sensação de competitividade, e isso tende a engajar mais. Entendemos a gamificação como uma estratégia de engajamento", explica Caroline.
A CEO comenta que a ideia da gamificação é emular a sensação que os usuários têm ao jogar um game qualquer. Para alcançar o engajamento necessário, Caroline destaca que existem várias técnicas, sendo uma das principais o reforço positivo, de recompensa rápida. Ela também aborda a importância do equilíbrio entre o estímulo positivo e negativo. "Segundo a psicologia, funcionamos com base nesses dois tipos de reforço. Se você faz algo e recebe um elogio, tende a repetir aquilo. Se recebe uma punição, evita fazer de novo. Mas a punição não pode ser tão severa a ponto de desmotivar completamente", explica.
Apesar da alta aderência, existem aqueles que preferem não participar, pois não acham confortável a sensação de competitividade. "Nem todas as pessoas gostam. Existe um perfil de pessoas que são mais propensas a isso", reconhece.
Caroline observa que existe uma infantilização de algumas estratégias de aprendizagem dentro da gamificação, como recompensas, que contribuem com a permanência dos usuários nessas plataformas. Dentro do mercado de centros de treinamentos e academias, essa ferramenta possibilita a diminuição da taxa de abandono.
"Por exemplo, se você tem uma academia, qual é o objetivo? Que as pessoas frequentem aquele espaço. A partir do uso do aplicativo, há um engajamento, fazendo com que os alunos permaneçam. O usuário vai ter a sensação de que está progredindo, assim mantendo sua rotina de treinos", explica.
Caroline menciona formas de recompensa que funcionam bem no ambiente corporativo. "A cada tantas tarefas concluídas, você ganha horas de folga ou um dia de folga. É um super estímulo e o que mais funciona". Além disso, algumas universidades corporativas utilizam brindes como recompensa. "Você fez 10 horas de curso, ganha uma caneca. É uma forma de gamificar", exemplifica.
Caroline pondera que a criação de um jogo completo pode levar à infantilização da experiência. "As pessoas podem pensar: 'Não estou trabalhando, estou jogando um joguinho'. E isso pode fazer com que desistam. Por mais que seja uma estratégia da empresa para ensinar sobre algum tema importante, como diversidade, a pessoa pode achar chato e desistir".
Por isso, ela defende o uso de elementos de gamificação de forma pontual. "Completou tantas atividades? Ganha pontos. Finalizou uma fase? Ganha horas de folga. São reforços positivos que mantêm o engajamento", diz.
Caroline destaca que os elementos de reforço negativo são mais sutis. "Não existe um modelo ideal ou perfeito. Nem todas as pessoas se engajam com jogos, e o tipo de jogo que funciona para alguém depende dos valores e interesses dessa pessoa", afirma.
Ela dá um exemplo no contexto de academias. "Se eu nunca fiz academia e entro num jogo onde preciso competir por pontos, posso odiar a experiência porque nunca vou ganhar. Ou posso me envolver e amar. Por isso, é difícil agradar a todos com uma única estratégia. O ideal é oferecer alternativas, seja no próprio game ou nos elementos de gamificação."
Para aqueles negócios que pretendem inserir a ferramenta em suas operações, Caroline comenta sobre pontos importantes para se atentar. "A primeira coisa é conhecer o público. Eu, particularmente, acho uma bobagem generalizar por idade. Tem muito mais a ver com perfil do que com idade. Existem pessoas com mais de 60 anos e que adoram jogos. Tem a ver com o perfil de competitividade e com os valores de cada um", assegura.
Além disso, a empreendedora salienta que é necessário ter certeza que a ferramenta faz sentido para o negócio. "Se faz sentido, eu não sairia gastando dinheiro para montar um game completo. Inclusive, hoje já existem no mercado várias soluções que o próprio usuário pode montar um game. Você vai lá, já tem alguns cenários pré-definidos, você cria seus avatares, e tá pronto", explica Caroline, enfatizando que há possibilidades de começar sem investimentos mais robustos.
 
 
 
 
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Academia usa aplicativo para gerenciamento e para monitorar treinos de alunos

Nos últimos anos, a gamificação e os aplicativos de monitoramento de treinos têm revolucionado a forma como as pessoas encaram a atividade física. Plataformas que transformam exercícios em desafios, recompensas e competições saudáveis ganharam espaço, incentivando a adesão e a consistência nos treinos.
Entre muitos espaços que fazem o uso dessas ferramentas, está o Ivan Treinamento Físico, localizado no Centro Histórico de Porto Alegre. Ivan Schmitt, proprietário do espaço, comenta que essa tendência traz algumas reflexões. Ele reconhece que os apps podem ser poderosos aliados na motivação, especialmente ao criar grupos com objetivos em comum. Por outro lado, alerta para o risco de essas ferramentas gerarem uma sensação de inalcançabilidade em quem está começando ou ainda no sedentarismo. "Às vezes, as pessoas olham para aqueles que estão em um nível avançado e pensam 'Isso é muito difícil para mim'. É preciso equilíbrio", observa.
 
Essa visão crítica e humanizada, de acordo com o empreendedor, é um dos pilares do negócio construído por ele ao longo de mais de uma década no meio fitness. Formado em Educação Física desde 2010, Ivan sempre buscou ir além do convencional. Inicialmente, começou em um pequeno espaço, dentro de uma academia. “Era num ‘lugarzinho’, uma sala dois por dois. Neste lugar, eu comecei a exercer o trabalho e enxergar que eu poderia ter mais. Aos poucos, fui ganhando confiança e expandindo”, lembra.
 
Em 2015, mudou-se para uma sala de 60 metros quadrados e, em 2018, chegou ao local atual, onde consolidou sua marca. Hoje, o Ivan Treinamento Físico atende cerca de 150 alunos, com uma equipe formada por três profissionais, incluindo o próprio Ivan.
 
O crescimento do negócio, segundo ele, deve-se à proximidade com os alunos. "Buscamos estar sempre perto, mandando mensagens, chamando, ouvindo. O tamanho do espaço também ajuda.
 
É grande o suficiente para atender bem, mas não tanto a ponto de perder essa conexão", explica. Segundo Ivan, a metodologia inclusiva e personalizada usada no espaço, é um dos diferenciais. “Acreditamos na importância de respeitar as individualidades de cada um. São coisas que são da minha vida e eu tento trazer para cá”, admite.
 
O proprietário do espaço de treinamento destaca que o período pós pandemia trouxe um aumento significativo no número de alunos, impulsionado pela busca por saúde e bem-estar. Após um crescimento acelerado, o espaço estabilizou, mantendo um público fiel.
 
As redes sociais também têm sido uma ferramenta essencial para atrair novos alunos. "Antes da pandemia, a maioria vinha por indicação ou por passar em frente ao espaço. Hoje, as redes sociais são o principal canal", destaca Ivan. Ele mesmo observa como o comportamento nas redes influencia as pessoas a começarem a treinar, seja pela inspiração de fotos pós-treino ou pela divulgação de conteúdos fitness.
 
Olhando para o futuro, Ivan enxerga oportunidades de crescimento tanto no espaço físico quanto no digital. Ele planeja expandir o negócio, ocupando um local maior para atender melhor os horários de pico, e também ampliar sua presença online, levando sua metodologia para mais pessoas. "Acredito que o digital é um caminho natural, mas sem perder a essência do contato humano que faz a diferença aqui", afirma.

Na contramão da tendência, academia foca em público que busca por bem-estar

Com apps que estimulam competição entre usuários ganhando força, há quem encontre na contramão da tendência o caminho para empreender. Paulo Ricardo Ayres comanda, há dois anos, a P15 Academia, na Zona Sul de Porto Alegre. A operação, que funciona como uma boutique fitness, tem como objetivo oferecer um serviço exclusivo, com limitação de alunos a fim de evitar revezamento por aparelhos.
Paulo era gerente de uma academia de rede no BarraShoppingSul. Quando a operação fechou as portas, decidiu empreender abrindo o seu próprio centro de treinamento. A definição do conceito do espaço veio a partir da demanda de seus antigos alunos. "Comecei a estudar o mercado, e a tendência era toda voltada para academia low cost: baixo custo e muito cheia. Os alunos começaram a pedir para fazer algo diferente. Resolvemos fazer uma academia voltada ao atendimento, exclusividade, para não ser aquela coisa lotada. Fizemos algo mais clean, totalmente aberta, vista para o Guaíba, com horta e um pomar, um clima mais aconchegante", explica Paulo. 
Ao longo de dois anos, a P15 foi se consolidando nesta perspectiva de negócio. O empreendedor conta que os próprios alunos reforçam o caminho escolhido pela academia. "Tinha uma sala de bikes com dois telões: um que era para monitorar a frequência cardíaca dos alunos e o outro passando uma imagem. Os alunos pediram para tirar a frequência cardíaca, porque queriam aproveitar a aula. Falavam que ficavam tensos, olhando se estava na frequência, quem estava na frente, e queriam só se divertir", relata o educador físico, que pondera os prós e contras dessa tendência. "O mercado está indo para a gamificação: aulas de corrida, de bike, aplicativos que estimulam a competição, e que é legal também, mas a gente viu que tinha um outro público que quer treinar sem compromisso. Pessoas que querem treinar porque querem cuidar do corpo", percebe. 
De acordo com ele, o perfil majoritário do público que busca a academia é 40+. "Temos também um público mais jovem que está fugindo do tumulto das academias. Tem uma gurizada entre 18 e 25 anos que vem porque aqui consegue fazer o treino, não tem que revezar equipamento, esperar em fila", pontua sobre o espaço, que tem limitação de 600 alunos. "Quando chega em 600, fechamos e não inscrevemos mais ninguém. Então, no máximo, em um horário de pico, terão 100 alunos aqui, mas temos 96 equipamentos mais a sala de ginástica. É um clube exclusivo", define.
Reforçando o conceito do negócio, Paulo atribui a P15 o título de "antiacademia", já que o espaço oferece diversos outros serviços. "Temos uma frase que diz ‘aqui, você também vem para treinar’. O objetivo é que o aluno venha para cá e aproveite ao máximo o período que está aqui.
Tem boa internet, espaço para coworking, para dar esse conforto. Algumas academias até bloqueiam sinal de internet para as pessoas não ficarem muito tempo. Mas nós vamos no sentido contrário: quanto mais tempo o aluno passar aqui, mais vai gostar, mais amigos vai fazer e mais tempo vai continuar conosco", acredita Paulo, destacando os diferenciais do negócio. "Oferecemos toalha de banho e rosto, temos serviço de hotelaria. Nos vestiários tem shampoo, sabonete, condicionador, protetor solar, creme facial, tem vaporizador para passar roupas. Oferecemos o serviço de lavanderia, se sujou a roupa e tem uma reunião importante depois, vem, treina e a gente lava, seca e passa roupa. Tem todos os opcionais de conforto para que venha e faça um bom treino", conclui sobre o espaço, que conta também com uma cafeteria.
As mensalidades da P15 custam R$ 565,00 no plano mensal e R$ 472,00 no pacote anual. Todos os serviços estão inclusos no valor. Além dos equipamentos clássicos, a academia também conta com aula de yoga, funcional, step, localizada, ritmos, pagode, aula de bike, corrida indoor e outdoor, aula de circo, trapézio e tecido. A P15 fica na rua Gen. Rondon, nº 543, 3º andar, no bairro Tristeza, e opera de segunda a sexta-feira, das 6h às 22h. Sábados, domingos e feriados o funcionamento é das 9h às 14h.

 
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