O primeiro mês do ano foi marcado pelo movimento de ampliação de operações já consolidadas na Capital

Negócios de gastronomia de Porto Alegre começam 2025 em expansão

O primeiro mês do ano foi marcado pelo movimento de ampliação de operações já consolidadas na Capital

Entender a hora certa de aposta na expansão de uma operação, seja mudando para um espaço maior, seja abrindo novas unidades, é um movimento-chave para quem empreende. Dar esse passo de forma sólida e saudável, sem perder o timing exigido pela clientela é um desafio. Mas há quem tenha aproveitado o começo de 2025 para tirar esses planos do papel. A Sabor de Luna, operação que, desde 2011, traz quitutes típicos do Uruguai para Porto Alegre, está em expansão. O negócio se prepara para abertura, em fevereiro, de uma nova unidade na rua Carlos Trein Filho, nº 1.220, no bairro Auxiliadora. A operação vem com novidades no cardápio, além de uma ampliação no empório e na padaria.
Entender a hora certa de aposta na expansão de uma operação, seja mudando para um espaço maior, seja abrindo novas unidades, é um movimento-chave para quem empreende. Dar esse passo de forma sólida e saudável, sem perder o timing exigido pela clientela é um desafio. Mas há quem tenha aproveitado o começo de 2025 para tirar esses planos do papel. A Sabor de Luna, operação que, desde 2011, traz quitutes típicos do Uruguai para Porto Alegre, está em expansão. O negócio se prepara para abertura, em fevereiro, de uma nova unidade na rua Carlos Trein Filho, nº 1.220, no bairro Auxiliadora. A operação vem com novidades no cardápio, além de uma ampliação no empório e na padaria.
Tatiana Druck, sócia-diretora da Sabor de Luna, conta que o movimento de expansão aconteceu de forma gradual, respeitando as especificidades do negócio que preza pela produção artesanal como um pilar. "Nossa história sempre foi de crescimento lento, gradual e orgânico. Há 14 anos, quando abrimos a primeira casinha na rua Freire Alemão, a pretensão era ser uma padaria de bairro. Embora a gente quisesse chegar na cidade inteira, o espaço físico ainda era muito pequeno. Os saltos de crescimento foram muito lentos, porque a produção artesanal que fazemos, livre de químicas, é limitada, então não comporta grandes movimentos", pontua a empreendedora, lembrando do início do ponto matriz da Sabor de Luna na rua Dr. Freire Alemão, nº 310, no bairro Mont'Serrat.
A nova filial é o terceiro ponto da marca, que também conta com uma unidade em Xangri-Lá. Apesar da cautela nos movimentos de ampliação, Tatiana, que toca o negócio ao lado do sócio Raul Hermann Coppetti, ressalta que a abertura do novo ponto foi muito estudada. "Sempre planejamos essa expansão a los poquitos. Esse passo agora, 14 anos depois, é muito parte dessa história gradual que temos de querer chegar mais perto do cliente, de entregar mais, mas com cada vez mais conforto", afirma a empreendedora, ressaltando que a nova unidade chega para resolver demandas da matriz. "A loja nova vai ter espaços climatizados, que não temos hoje. Vamos resolver uma série de problemas, implementar melhorias que sentimos falta, como espaço, conforto, estacionamento", enumera.
Identificar a hora certa de crescer é um desafio para quem está à frente de um negócio. Tatiana pontua que, no caso da Sabor de Luna, um dos maiores desafios é manter a produção artesanal, o que ela considera o eixo do negócio. "Ampliar a escala sem perder as características artesanais é sempre um desafio. Mas chega um momento em que crescer não é mais uma opção, é um compromisso com o mercado, com a clientela", explica.
Hoje, a Sabor de Luna conta com 300 itens entre empório e os servidos no local. A venda de produtos é uma das apostas da nova operação. "Essa nova filial vai ter um empório maior do que temos hoje e terá uma padaria dentro do empório com pão quentinho", diz Tatiana, revelando que os carros-chefes da Sabor de Luna são as medialunas e as vigilantes, além de outros doces típicos uruguaios, como os alfajores. As referências ao país vizinho, no entanto, não ficam apenas no cardápio. Tatiana destaca que ter uma equipe alinhada ao propósito do negócio é fundamental. "O atendimento é o ponto mais desafiador de todos os negócios de serviço. Investimos muito no desenvolvimento de pessoas, em engajamento, para que a gente possa oferecer esse atendimento afetivo que sempre nos caracterizou. Fazemos uma viagem anual ao Uruguai com alguns funcionários-chave, lideranças, para entender o sentido desses alimentos que servimos, o sentido que eles têm na vida do uruguaio e o que queremos compartilhar com os gaúchos", explica Tatiana.
O novo ponto recebeu investimento de R$ 4 milhões. A unidade contará com todos os itens que a clientela já conhece, exceto a parrilla. "Teremos café da manhã, almoço, lanche da tarde, chá, happy hour e talvez jantar, se tiver um bom fluxo", projeta.

Clássica lancheria do Bom Fim ampliará e abrirá em novo endereço no mesmo bairro

Operando desde 2019 na esquina das ruas General João Telles e Henrique Dias, no coração do bairro Bom Fim, a Lanchera do Ildo se prepara para trocar de endereço. A mudança, no entanto, não é drástica: o negócio passará a ocupar um dos espaços do clube Hebraica, também na João Telles. O novo espaço terá 70 m², o que representa um salto comparado aos 20 m² da atual operação. Para transformar o ponto, o empreendedor investiu R$ 200 mil e projeta abrir as portas no fim de fevereiro.
A história de Ildo Berté com o Bom Fim é longa. Por mais de 20 anos, ele atuou como garçom da Lancheria do Parque, uma das operações mais tradicionais de Porto Alegre. Em 2015, Ildo anunciou sua aposentadoria, notícia que gerou comoção entre os frequentadores da Lancheria do Parque. Na época, clientes e amigos organizaram uma despedida que reuniu um grande público na Osvaldo Aranha. Mas o adeus durou pouco. Um ano depois, ele voltou à ativa para substituir um colega. Em agosto de 2018, oficialmente, Ildo deixou a Lancheria do Parque definitivamente para, em 2019, começar a empreender.
A decisão de expandir a operação em 2025 foi fruto dos bons resultados colhidos no pequeno ponto da esquina das ruas Henrique Dias e João Telles. "O nosso espaço é muito restrito. Como começou a evoluir bastante, vi que precisava de melhores condições para quem trabalha com a gente, para mim, para os clientes e para o bairro em si, ter um espaço maior, aconchegante", explica Ildo, que encontrou o novo ponto durante um passeio pelo bairro. "Eu e minha arquiteta passávamos em frente ao espaço e vimos um grande potencial, que podia reunir tudo isso junto, bem localizado e perto daqui. Também gostamos muito do clube, queremos que revitalize", conta.
O espaço, que deve abrir as portas por volta de 20 de fevereiro, recebeu investimento de R$ 200mil. O movimento, explica o empreendedor, foi calculado a fim de manter o negócio sustentável, mesmo visando o crescimento. "Aqui, temos 20 m² e lá teremos 70 m². É um salto bem alto, um investimento bem grande também. Para ter um projeto, tu tens que ter sempre um capital. Não pode querer abrir um negócio fazendo financiamento, se não já nasce morto", pondera Ildo.
Mesmo com a atenção voltada para a saúde financeira do negócio, Ildo ressalta a importância do propósito e da identificação na hora de empreender. "Quando se empreende, tem que ter a volta do dinheiro, mas acho que a coisa mais importante que tenho é o bairro. Estou há 30 anos no Bom Fim, conheço as pessoas. Teve uma criança que passou por mim e disse 'bah, tio tu vai embora' e começou a chorar. Quer dizer que temos muito a fazer pelo bairro. Isso me motivou a ter um projeto novo", afirma Ildo. O espaço será decorado com uma vibe retrô e oferecerá mais conforto para a clientela fiel do negócio. "Estava afim de sair desse espaço, porque quando chove é ruim. Pensei que já que faria, entraria de cabeça para fazer um lugar top para o bairro, onde a gente possa ter um ar condicionado, os ventiladores adequados. Vai ser um projeto mais amplo e com mais organização. Vai ter bancada para as pessoas sentarem dentro, na rua vai ter outra bancada para as pessoas esperarem", revela.
As mudanças, no entanto, não serão só no ambiente: o cardápio da nova Lanchera do Ildo terá novidades. "Segue o mesmo, mas queremos incrementar. Aos sábado, queremos fazer uma feijoadinha e queremos acrescentar à la minuta à milanesa, que pessoal está pedindo. A gente vai agregando conforme o público. De manhã, queremos fazer café da manhã, abrir às 7h, ter sanduíches", conta.
Com expectativa de abrir no fim de fevereiro na rua Gen. João Telles, nº 508, Ildo está otimista para a recepção do público, reforçando o laço com o Bom Fim. "Quanto mais coisas legais no bairro, é melhor para todo mundo", percebe.
 

Novo sushi une cultura japonesa e gaúcha através da brasa

Localizada no terceiro andar do Pontal Shopping, o Daikô Sen é o novo restaurante da rede Daikô e a primeira unidade da marca a operar em um shopping. Com a proposta de ser uma fusão gastronômica, o negócio, que abriu há dois meses, pretende trazer o que tem de mais tradicional na gastronomia clássica japonesa, combinando a cultura do Rio Grande do Sul. Em parceria com os irmãos e sócios do Daikô, Érico e José Luiz Rodrigues, o chef de cozinha Luca de Lima está à frente do novo empreendimento.
Na busca por conectar duas culturas diferentes, Luca encontrou na brasa o eixo em comum. "Entender como eu faria um prato e traria um comfort food para um japonês e para um gaúcho ao mesmo tempo me fez refletir sobre o sabor da brasa", conta Lucas, afirmando que existe muita defumação e carne braseada no Japão, além do apreço pelo churrasco e pelo gado.
"Entendi que se colocasse uma churrasqueira dentro da minha cozinha e conseguisse apresentar muita coisa com o sabor da brasa, teria essa conexão", constata. Entre os pratos destaques do couvert, está a Gaita de Atum. Custando R$ 32,00, é composto por uma cartilagem de costela de atum com fina camada de carne gorda, assada na brasa e servida com chimichurri. "É um dos principais pontos de conexão entre a gastronomia japonesa e a gaúcha, parece um churrasco mesmo", destaca Luca.
O restaurante, que comporta até 100 pessoas, oferece diferentes ambientes. O espaço interno na frente da cozinha conta com mesas e poltronas confortáveis. À frente do salão, em uma espécie de sacada, os clientes podem curtir uma vista exuberante para o Guaíba. No segundo andar, dois salões foram pensados para receber pequenos eventos. "O Daikô já tem 12 anos e eu já conhecia os irmãos responsáveis pela marca. Falamos várias vezes sobre ter um projeto juntos", comenta Luca. O projeto dos três sócios, era, primeiramente, amadurecer a ideia para criarem um produto diferente dos demais. "Algo que fosse realmente mudar o rumo da gastronomia que conhecemos aqui como oriental, tanto que essa unidade leva um nome diferente dos outros restaurantes. É uma outra ideia, uma outra essência de negócio", explica o chef. A oportunidade de ocupar o ponto no Pontal veio através de um grupo que também queria investir na marca, casando, assim, com o desejo de expansão do grupo gastronômico e com a experiência do chef Luca.
É o segundo negócio que Luca comanda a operação e a cozinha. Ele esteve à frente de um restaurante em Gramado. "Era outra linha. Tinha brasa, mas não tinha comida japonesa. Só tinha um lado dessa essência que eu estava estudando. Esse daqui é o primeiro que consigo conectar tudo que realmente estudei e busquei durante algum tempo", afirma.