Condomínios residenciais são oportunidade de negócio a partir de atendimento personalizado e proximidade com os clientes

Empreendedores apostam em operações voltadas para moradores de condomínios em Porto Alegre

Condomínios residenciais são oportunidade de negócio a partir de atendimento personalizado e proximidade com os clientes

Condomínios fechados, que oferecem desde o atendimento às necessidades básicas até uma ampla variedade de opções de lazer, têm se tornado uma grande tendência. Especialmente após a pandemia de Covid-19, observa-se uma crescente procura por esses residenciais que funcionam quase como pequenas cidades, oferecendo uma estrutura completa para atender ao bem-estar e à conveniência dos moradores. Esses espaços não apenas atendem às necessidades dos moradores, mas também criam oportunidades para empreendedores que desejam atender a um público específico. Um exemplo é Juliana Cheviche Pires, empreendedora à frente do July Pires Coffee & Bakery (@julypirescoffee), que surgiu em 2016, e atualmente conta com dois pontos na Zona Sul de Porto Alegre, sendo um no bairro Tristeza e, o mais recente, no condomínio Terra Ville, no Belém Novo.
Condomínios fechados, que oferecem desde o atendimento às necessidades básicas até uma ampla variedade de opções de lazer, têm se tornado uma grande tendência. Especialmente após a pandemia de Covid-19, observa-se uma crescente procura por esses residenciais que funcionam quase como pequenas cidades, oferecendo uma estrutura completa para atender ao bem-estar e à conveniência dos moradores. Esses espaços não apenas atendem às necessidades dos moradores, mas também criam oportunidades para empreendedores que desejam atender a um público específico. Um exemplo é Juliana Cheviche Pires, empreendedora à frente do July Pires Coffee & Bakery (@julypirescoffee), que surgiu em 2016, e atualmente conta com dois pontos na Zona Sul de Porto Alegre, sendo um no bairro Tristeza e, o mais recente, no condomínio Terra Ville, no Belém Novo.
A história do empreendimento começou com uma parceria com uma marca de doces de Pelotas. "Nós iniciamos primeiro representando uma marca de doces de lá e ficamos dois anos com essa parceria. Era um licenciamento, não uma franquia", explica Juliana. No entanto, com o tempo, ela percebeu que a qualidade do produto começou a cair, o que motivou a decisão de seguir seu próprio caminho.
Em 2018, a July Pires foi oficialmente criada. Com a nova identidade, Juliana e sua equipe procuraram diversificar os produtos e investir na produção própria. Eles viajaram até Pelotas, onde realizaram uma pesquisa aprofundada sobre as empresas de doces locais, buscando aquelas que se destacavam pela qualidade. "Fizemos um estudo de todas as empresas de doces que tinham lá e escolhemos as melhores. Optamos por trabalhar com três marcas mais a nossa produção interna", detalha Juliana.
Hoje, 70% dos produtos oferecidos na July Pires são produzidos internamente. A mudança para a marca própria e a gestão do processo produtivo permitiu que o negócio tivesse mais controle sobre a qualidade e a autenticidade de seus produtos. No entanto, foi a pandemia que trouxe um grande desafio à empresa, com a necessidade de adaptação a um novo cenário. Durante esse período, a loja que ficava no Shopping Paseo Zona Sul fechou, e a equipe precisou se abrigar em um novo ponto no bairro Tristeza. Pouco tempo depois surgiu a oportunidade de abrir uma unidade no condomínio Terra Ville. A proximidade com clientes que já frequentavam o ponto da Tristeza fez com que Juliana enxergasse um potencial nesse novo local. "Nós atendíamos muitos clientes que saíam daqui e iam até a loja da Tristeza, encomendar e buscar doces. Aí as pessoas começaram a nos avisar sobre a abertura de um edital para montar um café no condomínio, e foi aí que decidimos montar toda a operação e apostar", explica. A decisão de abrir uma nova loja não foi impulsionada por um desejo específico de atuar em um condomínio, mas por uma oportunidade que surgiu.
De acordo com a empreendedora, estar dentro de um condomínio trouxe diversas vantagens para o negócio. Uma delas é a segurança, algo que, para Juliana, faz toda a diferença no dia a dia da operação. Além disso, a proprietária destaca, que operar em um ambiente fechado permite um contato mais próximo com o público, o que facilita a personalização do atendimento.
"No condomínio, o lado positivo é que você conhece bem o seu público e consegue oferecer exatamente o que ele está buscando, sem mudar a identidade do negócio", destaca. .
Segundo Juliana, o atendimento personalizado é, de fato, um dos maiores diferenciais do negócio. "Desde o momento que a gente abriu, sempre prezamos por um atendimento especializado e individualizado, de conhecer o cliente, entender o que ele quer, saber o que ele gosta. Acho que esse é o principal diferencial", explica. Para ela, entender as necessidades de cada cliente e tratá-lo de maneira única é uma forma de valorizar a clientela "Hoje, o dinheiro está mais escasso, e por isso é fundamental valorizar o cliente que decide colocar seu dinheiro aqui", explica.
No entanto, operar dentro de um condomínio também apresenta desafios. Para Juliana, um dos maiores é a limitação no crescimento. "A desvantagem de estar dentro de um condomínio é que o faturamento vai ficar estagnado. Você vai chegar a um teto, vai atender sempre o mesmo público", conta. Para contornar esse obstáculo, a solução foi adaptar constantemente o cardápio e criar novidades que atraíssem de novo o público. "Eu já mudei o cardápio seis vezes em um ano. Quando você muda, consegue atrair o público de novo, caso contrário, o faturamento estagna", afirma. Essa flexibilidade foi essencial para que a loja mantivesse seu desempenho financeiro, mesmo sem a possibilidade de expandir para novos mercados dentro do condomínio.
Além das lojas no Tristeza e no Terra Ville, o July Pires também se dedica a outros formatos de negócio, como eventos privados e corporativos. "Fazemos muitos eventos particulares e corporativos. Além disso, o café começou a produzir doces para outras cafeterias e restaurantes, um processo ainda em fase inicial, mas que pode representar uma nova forma de expandir sem depender exclusivamente do movimento de suas lojas.
A unidade no condomínio Terra Ville, apesar das limitações de crescimento, tem se mostrado uma operação bem-sucedida. Com uma equipe de quatro pessoas, a loja funciona todos os dias, das 8h às 20h, e oferece uma variedade de produtos, incluindo quiches, saladas, croissants e toasts. O croissant de carne de panela, conhecido como Croissant Rosário, é um dos produtos mais procurados. Entre os doces, a torta brownie e os doces portugueses se destacam. "Temos os brigadeiros, as marmitas doces, que são bastante procuradas também", comenta Juliana.
Mesmo com alguns desafios relacionados a expansão do negócio, Juliana tem planos para crescer. "Temos interesse em abrir outros pontos, mas sem perder o foco no público externo. Estamos sempre de olho em novas oportunidades, mas a pandemia nos deixou mais receosos", revela.
 

Parrilla cria lista exclusiva para moradores de residencial

Com opções de assados, hambúrgueres e pratos executivos, o empreendimento conta com duas sedes em Porto Alegre

A história da Hecho a Mano (@hechoamanoculinaria) começou em 2020, durante a pandemia de Covid-19, quando o casal Caroline Moraes e Tiago Paredi, juntamente com Neli Moraes, mãe de Caroline, assumiu a operação do restaurante do Centro Hípico Querência, próximo ao Terra Ville. O empreendimento, que tem como foco a parrilla, conquistou a clientela do condomínio e, atualmente, conta com duas sedes espalhadas por Porto Alegre.
Antes do Hecho a Mano, Tiago e Caroline trabalhavam como freelancers em eventos gastronômicos. Em 2020, devido à paralisação desses eventos por conta do lockdown, a dupla foi convidada a assumir a operação gastronômica do Centro Hípico Querência. "Na pandemia, ficamos sem trabalho. Quando as coisas começaram a abrir, recebemos o convite para fazer comida para a clientela do Centro Hípico. Desse gancho fomos expandindo", relembra Caroline.
Com o tempo, o restaurante cresceu e foi caindo no gosto dos moradores do Terra Ville, localizado ao lado. "Um morador do condomínio veio, gostou do nosso assado e divulgou para os outros moradores. Depois disso, criamos listas de transmissão no WhatsApp para enviar aos moradores. Assim, fomos crescendo, através do boca a boca", explica Tiago.
O apoio dos moradores do condomínio, segundo Tiago, foi essencial para o início do negócio. "A proximidade com o condomínio ajudou muito. Até pelo momento que estávamos vivendo, as pessoas não queriam muito contato direto com os outros. Assim, nos adaptamos e conseguimos entregar a carne de uma maneira que não perdesse a qualidade do produto", afirma Tiago.
Por lá, são disponibilizados diversos cortes de carne, como entrecot, costela, matambrito e paleta de cordeiro, além de pratos feitos e opções vegetarianas. Durante a semana, o empreendimento, no horário do almoço, funciona como um buffet focado em pratos executivos. A partir de quarta-feira, o restaurante abre a parte da parrilla à noite.
Segundo a dupla, o objetivo do restaurante é oferecer comida caseira e, como o próprio nome já diz, feita à mão. Isso está evidenciado na maneira como as coisas são produzidas no local: a cozinha é liderada por Neli, e, segundo os empreendedores, o talento dela é o principal diferencial do negócio.
"Tudo passa por ela. É o carinho dela, a aptidão que ela tem. Não tem nenhum ingrediente diferente ou tempero especial. É incrível", afirma Caroline.
Com a marca mais estabelecida, surgiu a oportunidade de expansão, e uma nova sede do Hecho a Mano foi inaugurada no bairro Tristeza. Diferentemente da matriz, a segunda sede é exclusivamente focada em parrillas e hambúrgueres, contando com algumas opções de ala-minutas no cardápio.
Mesmo com apenas nove meses de operação, o casal já demonstra otimismo com o futuro do empreendimento.
"O público ainda está nos conhecendo; ainda somos um negócio recente. Conseguimos perceber que o maior movimento é à noite, no presencial. Mas o movimento está ótimo", afirma Tiago.
 

Após experiência em residencial, sócios abrem novo restaurante na Zona Sul

Emersom e Cristiane empreenderam por cinco anos dentro de um condomínio e hoje apresentam nova proposta para o bairro Tristeza

A história de Emersom Baldotto Emery e Cristiane Diehn Emery como empreendedores iniciou com um restaurante no condomínio Terra Ville. O negócio durou por cinco anos, até que o casal decidiu empreender fora do residencial. Hoje, eles administram o Hygge (@hyggerestaurante), localizado na rua Sargento Nicolau Dias de Farias, n°188, no bairro Tristeza. Inspirado na filosofia dinamarquesa, o restaurante busca valorizar o aconchego, o acolhimento e os prazeres simples da vida.
A experiência anterior deu aos sócios muitos ensinamentos para a nova operação. "Um negócio dentro de condomínio tem uma pessoalidade muito grande. Você conhece famílias e acompanha vidas. Em cinco anos trabalhando dentro de um residencial, vimos casamentos, falecimentos, crianças se tornarem adolescentes e adolescentes se tornarem adultos", conta Emersom.
Ele explica que o modelo de negócio tem suas particularidades, que podem ser oportunidades ou desafios para os empreendedores. "É um público diferente do bairro. Às vezes, como já há uma certa intimidade dos clientes com o local, um parente que vem visitar se sente tão acolhido que retorna ao restaurante. Porém, neste processo, fica evidente que o empreendimento se torna uma extensão da sua casa para os moradores", pontua.
De acordo com eles, empreender em um ambiente como esse exige um atendimento muito personalizado, para um público muito diverso, mas que se repete diariamente. "Embora tivéssemos essa relação com os frequentadores, nossa própria família estava no bairro Tristeza. Tínhamos um estilo de vida diferente e percebemos que nosso estilo de negócio também se relacionaria melhor com a cidade em si. Mas isso é pessoal e deve ser observado pelo empreendedor ou economato", explica Cristiane.
Após a experiência e o final do contrato, a mudança no rumo do empreendimento ocorreu. Com novo nome, endereço e foco, o Hygge foi inaugurado no final de outubro. "Aqui estamos construindo nossa identidade desde as coisas mais básicas, e possuímos um público nichado. Mudamos de um atendimento que foca na exclusividade para um atendimento focado no conforto", descreve a empreendedora.
"Hygge", em sua origem, significa "bem-estar" ou "aproveitar". Como eles mesmos contam, o conceito surgiu para tornar as casas nórdicas mais aconchegantes durante o inverno, quando as pessoas passam por um período de isolamento das suas atividades sociais. Eles ainda contam que não buscam um cardápio apenas sofisticado, mas que pensam em receitas para voltar com a família, amigos ou sozinho. O local conta com pratos à la carte, onde se destacam as opções de risotos. Desde a inauguração, o mais pedido é o salmão com risoto de pesto, vendido por
R$ 80,00.