O projeto criado pelo jovem Bernardo Dal Molin busca conscientizar a população sobre a importância da sustentabilidade

Estudante de Porto Alegre cria sabão ecológico com óleo usado para evitar poluição da água


O projeto criado pelo jovem Bernardo Dal Molin busca conscientizar a população sobre a importância da sustentabilidade

Foi através de uma saída de campo escolar, que o jovem Bernardo Dal Molin conscientizou-se sobre a importância da sustentabilidade. Em 2017, os alunos da Pan American School of Porto Alegre, escola localizada no bairro Petrópolis, conheceram uma estação de tratamento do DMAE e, durante a visita, um dado chamou a atenção de Bernardo: um litro de óleo de cozinha contamina mais de 20 mil litros de água. Motivado por essa visita, o estudante criou a Natoclean, uma ONG que busca transformar o produto descartado em sabão. Embora a visita tenha sido feita em 2017, a Natoclean saiu do papel apenas em 2022. Na Pan American School, os alunos do 10° ano precisam fazer um projeto pessoal interdisciplinar focado em colocar em prática uma de suas paixões. Quando chegou a vez de Bernardo criar seu projeto, ele não teve dúvidas sobre qual caminho seguir.“Lembro claramente do guia comentando que um dos maiores problemas do tratamento de água era o óleo de cozinha, por conta do descarte incorreto. Isso aumentava o custo de tratamento da água em 45%. O dado ficou na minha cabeça e, depois de uns anos, decidi agir”, relembra Bernardo.O estudante foi responsável por todas as etapas de planejamento. Bernardo conta que passou por um período intenso de pesquisa, visitando fábricas de sabão e buscando receitas que viabilizassem a produção caseira. O foco da Natoclean não é gerar lucros, mas sim contribuir com a sociedade. Portanto, Bernardo doa os sabões para instituições que distribuem kits de higiene básica para pessoas em situação de vulnerabilidade.
Foi através de uma saída de campo escolar, que o jovem Bernardo Dal Molin conscientizou-se sobre a importância da sustentabilidade. Em 2017, os alunos da Pan American School of Porto Alegre, escola localizada no bairro Petrópolis, conheceram uma estação de tratamento do DMAE e, durante a visita, um dado chamou a atenção de Bernardo: um litro de óleo de cozinha contamina mais de 20 mil litros de água. Motivado por essa visita, o estudante criou a Natoclean, uma ONG que busca transformar o produto descartado em sabão.

Embora a visita tenha sido feita em 2017, a Natoclean saiu do papel apenas em 2022. Na Pan American School, os alunos do 10° ano precisam fazer um projeto pessoal interdisciplinar focado em colocar em prática uma de suas paixões. Quando chegou a vez de Bernardo criar seu projeto, ele não teve dúvidas sobre qual caminho seguir.

“Lembro claramente do guia comentando que um dos maiores problemas do tratamento de água era o óleo de cozinha, por conta do descarte incorreto. Isso aumentava o custo de tratamento da água em 45%. O dado ficou na minha cabeça e, depois de uns anos, decidi agir”, relembra Bernardo.

O estudante foi responsável por todas as etapas de planejamento. Bernardo conta que passou por um período intenso de pesquisa, visitando fábricas de sabão e buscando receitas que viabilizassem a produção caseira. O foco da Natoclean não é gerar lucros, mas sim contribuir com a sociedade. Portanto, Bernardo doa os sabões para instituições que distribuem kits de higiene básica para pessoas em situação de vulnerabilidade.

Inicialmente, a produção era feita na casa de Bernardo, utilizando matérias como baldes, formas e embalagem manual. Porém, com o tempo, o jovem percebeu que, para viabilizar o projeto a longo prazo, ele precisaria de alternativas para aumentar o nível da produção.
“Sabia que fazendo da minha própria casa, ainda mais com um método deficiente, não seria o suficiente para atingir meus objetivos. Levava cerca de 2h para fazer 20 barras de sabão. Assim, eu descobri as máquinas produtoras de sabão”, relembra Bernardo.

A ideia era produzir sabão com as máquinas, porém, surgiram alguns desafios. Além de serem muito caras, elas precisavam de espaço e mão de obra para operá-las. Pensando nisso, Bernardo se inscreveu para uma bolsa destinada a projetos sociais ao redor do mundo, oferecida pela instituição estadunidense National Student Leadership. O projeto da Natoclean foi aprovado e o estudante recebeu um aporte de US$ 3 mil.

Expansão do Projeto

Com o recurso recebido, ele conseguiu adquirir o maquinário. Assim, Bernardo passou a procurar um lugar para instalar a máquina. Para isso, o jovem passou a buscar parcerias para seguir com a produção.

“Queria implementar o projeto aqui na Pan American, porque as oportunidades sociais e educacionais do projeto são tremendas. Infelizmente não foi possível, mas consegui implementar na Escola Imperatriz Leopoldina, que é uma instituição pública com a qual o Pan American tem vínculo”, explica.

Atualmente, o projeto está em fase de mudança para sua nova sede, a Escola Estadual de Educação Fundamental Imperatriz Leopoldina. Assim, estão sendo aguardadas as chegadas das máquinas, assim como a adaptação do espaço para melhor recebê-las.

Neste ano, a história da Natoclean virou um livro. Chamado de “A Fábrica de Sabão”, a obra é focada no público infantil e busca estimular os cuidados com a natureza e fomentar o empreendedorismo. A história se trata de uma narrativa bilíngue, que conta as aventuras de Charlie, jovem que passou a produzir barras de sabão reciclado para conseguir comprar um mascote de pelúcia.

“Obviamente, o ideal seria que a gente conseguisse coletar todo o óleo de cozinha que está poluindo, mas isso é inviável. Então, a melhor forma de combater a poluição é prevenindo. Assim, sabia que queria usar a educação para conscientizar sobre o problema. Além disso, queria ensinar para as crianças coisas como noções básicas de empreendedorismo e literatura financeira”, explica Bernardo.