No Brasil, 90% das empresas têm perfil familiar, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, um estudo do Banco Mundial afirma que apenas 30% das empresas familiares chegam à terceira geração e só metade disso, ou seja, 15%, sobrevivem à sucessão de três gerações. Muitas vezes isso ocorre pelos desafios que estão associados à gestão das empresas com esse perfil. Os sinais de um possível fracasso podem ser percebidos na rotina. Em um dia ocorre uma discussão em uma reunião, no outro as decisões da empresa são tomadas com base nas emoções, levando em conta favoritismos ou ressentimentos.
Por isso, é essencial adotar estratégias que promovam uma gestão transparente e profissional, evitando, assim, que os conflitos pessoais interfiram na operação das empresas. Isso pode ser feito através de acordos e com a criação de um conselho de administração. Por meio deles são definidos os papéis e responsabilidades de cada membro, além de critérios objetivos para tomada de decisões. Esses acordos devem ser revisados e respeitados especialmente em momentos de tensão ou divergências.
A comunicação também tem um papel fundamental na prevenção de conflitos. A sugestão é criar espaços onde os membros da família possam discutir questões de forma estruturada e com respeito, longe das emoções do dia a dia. Além disso, é recomendável desenvolver habilidades de gestão de negócios e de resolução de conflitos para que possam lidar de maneira construtiva com as tensões que surgirem.
Outro ponto é considerar a contratação de profissionais externos, que podem trazer objetividade e neutralidade para o processo de tomada de decisões e ajudar a evitar que os conflitos pessoais interfiram no andamento da empresa. No entanto, para que esta estratégia funcione, é essencial que os membros da família abram espaço para estes profissionais de mercado de forma alinhada e intencional. A contratação de um conselho, mediador externo ou de uma consultoria especializada em comunicação ou gestão e processos também podem ser avaliadas para garantir neutralidade nas decisões.
Por fim, as famílias devem buscar constantemente o equilíbrio entre os interesses do negócio e as relações pessoais. Manter a mentalidade de que o sucesso da empresa depende da gestão profissional, e não apenas dos laços familiares, é fundamental para garantir que os conflitos não afetem o desempenho e a longevidade da organização.