A Meu Sapato Preto se prepara para abrir sua primeira loja física em São Paulo, maior mercado da marca

Com R$ 34 milhões em vendas, marca de sapatos de Campo Bom comemora cinco anos e abrirá loja em SP


A Meu Sapato Preto se prepara para abrir sua primeira loja física em São Paulo, maior mercado da marca

Comemorando cinco anos de operação, a marca de sapatos Meu Sapato Preto (@meusapatopreto) nasceu em Campo Bom, na Região Metropolitana de Porto Alegre, e, agora, prepara-se para a inauguração da primeira loja física em São Paulo, onde concentra seu maior público. Com R$ 34 milhões em vendas em cinco anos de operação, a marca está prestes a lançar a primeira linha de bolsas na segunda quinzena de outubro.A Meu Sapato Preto surgiu como uma solução para o descarte do couro remanescente da produção da fábrica dos pais do CEO da marca, Mateus Barcelos de Menezes. Ainda em 2019, a marca foi criada com a proposta de tingir de preto todo o couro que sobrava da produção da Zanni Barcelos. "A ideia era resolver toda essa questão de descarte", conta o CEO. No entanto, devido à alta demanda, o processo precisou ser adaptado. "A marca tem uma produção muito maior do que projetávamos no início", explica ele.
Comemorando cinco anos de operação, a marca de sapatos Meu Sapato Preto (@meusapatopreto) nasceu em Campo Bom, na Região Metropolitana de Porto Alegre, e, agora, prepara-se para a inauguração da primeira loja física em São Paulo, onde concentra seu maior público. Com R$ 34 milhões em vendas em cinco anos de operação, a marca está prestes a lançar a primeira linha de bolsas na segunda quinzena de outubro.

A Meu Sapato Preto surgiu como uma solução para o descarte do couro remanescente da produção da fábrica dos pais do CEO da marca, Mateus Barcelos de Menezes. Ainda em 2019, a marca foi criada com a proposta de tingir de preto todo o couro que sobrava da produção da Zanni Barcelos. "A ideia era resolver toda essa questão de descarte", conta o CEO. No entanto, devido à alta demanda, o processo precisou ser adaptado. "A marca tem uma produção muito maior do que projetávamos no início", explica ele.
LEIA TAMBÉM> Casal de gaúchos comanda café vegano em Lisboa

Em 2020, a Meu Sapato Preto deu origem a outra marca, a Meu Sapato Colorido (@meusapatocolorido), que está prestes a abrir seu primeiro ponto físico no Shopping Iguatemi, em Porto Alegre. A marca é independente e foi criada como resposta aos desafios enfrentados pela fábrica durante a pandemia de Covid-19. "Tivemos pedidos cancelados e estoque de produtos de outra marca, o que nos levou a criar o Meu Sapato Colorido. Tanto o Meu Sapato Colorido quanto o Meu Sapato Preto nasceram para resolver problemas industriais", declara Mateus.

Atualmente, a Meu Sapato Colorido passa por um processo de rebranding, mantendo a proposta de criar sapatos a partir de sobras de couro, o que torna suas linhas limitadas e exclusivas. A marca se prepara para abrir seu primeiro ponto físico fora da casa conceito da Meu Sapato Preto, em Campo Bom. "Provavelmente, vamos optar por quiosques, que exigem um investimento menor", diz Mateus, ressaltando que o Meu Sapato Colorido vende mais em lojas físicas que no digital, ao contrário da Meu Sapato Preto, cujo e-commerce responde por 92% das vendas
Fábrica Zani Barcelos onde são produzidos os sapatos das marcas Meu Sapato Preto e Meu Sapato Colorido  | TÂNIA MEINERZ/JC
Fábrica Zani Barcelos onde são produzidos os sapatos das marcas Meu Sapato Preto e Meu Sapato Colorido TÂNIA MEINERZ/JC


“A cliente da Meu Sapato Preto tem entre 25 e 34 anos, um público bem estabelecido. Já o Meu Sapato Colorido atende desde os 25 até os 80 anos. Temos um público mais diverso", comenta.

Em janeiro de 2020, a Meu Sapato Preto passou por uma transformação devido à pandemia. "De janeiro a maio de 2020, crescemos 10 vezes", afirma Mateus. Segundo ele, durante esse período, o foco foi manter a fábrica em operação e preservar os empregos, mesmo em um momento de incerteza para o setor calçadista, no qual várias fábricas demitiram em massa. “Nós resistimos, esperando entender como o mercado se acomodaria. Quando faltou produto no mercado, estávamos prontos para abastecer”, explica.

Com a pandemia, a Meu Sapato Preto se separou oficialmente da fábrica Zanni Barcelos e passou a focar no varejo e no e-commerce para se adaptar à nova realidade. “Nosso canal de varejo está crescendo 30%, enquanto o B2B, focado na fábrica, não apresenta o mesmo desempenho”, afirma o CEO.

Mateus vê o futuro do varejo como uma integração entre o físico e o digital. "O cliente decide onde quer comprar, seja online ou presencialmente, desde que seja da mesma marca. Estamos caminhando nessa direção, expandindo nossos espaços físicos para oferecer essa liberdade ao cliente."
Atualmente, a casa conceito da marca está localizada em Campo Bom. Com uma área de 750 m², o local recebe um pequeno museu contando a história da marca, showroom, espaço de desenvolvimento e criação do produto, além de salas comerciais e de gestão.
Casa do Meu Sapato Preto, em Campo Bom  | TÂNIA MEINERZ/JC
Casa do Meu Sapato Preto, em Campo Bom TÂNIA MEINERZ/JC

Tradição familiar no setor calçadista

“Somos uma família de sapateiros. Sempre digo que, se não fosse o sapato, eu nem existiria”, conta Mateus. João Luiz Menezes, natural de Santo Ângelo, e Zani Barcelos, de Torres, se conheceram na década de 1980, em Novo Hamburgo. Ambos foram para a cidade em busca de emprego no setor calçadista.

“Quando nasci, meu pai disse: ‘meu filho vai ser jogador de futebol, vai resolver todos os negócios da família’. Ele até fez uma chuteirinha quando nasci, mas acho que acabei gostando mais de sapato do que de futebol”, conta o CEO.
LEIA TAMBÉM> Com unidades fechadas no RS desde a pandemia, rede de escolas de inglês retoma expansão

João Luiz trabalhava na antiga Calçados Fillis, fábrica que já encerrou suas atividades, e foi lá que Mateus cresceu. Hoje, a sede da Meu Sapato Preto ocupa o endereço onde antes funcionava a Calçados Fillis. “Após 17 anos da saída do meu pai da fábrica, voltamos ao mesmo local, agora com a minha marca”, relata Mateus.
Chuteira  feita por João Luiz, pai de Mateus, quando o CEO nasceu  | TÂNIA MEINERZ/JC
Chuteira feita por João Luiz, pai de Mateus, quando o CEO nasceu TÂNIA MEINERZ/JC


A Zanni Barcelos completou 16 anos em 2024. A fábrica, que leva o nome da mãe de Mateus, é responsável não só pela produção dos calçados da Meu Sapato Preto e da Meu Sapato Colorido, mas também de outras marcas. “Ao longo desses 16 anos fabricando sapatos, passamos por vários ciclos. No início, tentamos desenvolver a marca por meio de parcerias. Depois, passamos pelo ciclo das multimarcas, e, em outro momento, nos especializamos no segmento de private label”, explica Mateus, que aprendeu na prática como o negócio funcionava.

“No início, eu era chão de fábrica, o que foi muito importante para entender como todo o processo produtivo funciona. Isso me ajuda muito no desenvolvimento de produtos, que também ocorre todo dentro de casa”, afirma ele.

Em meio a essa trajetória de crescimento, Mateus enfrentou desafios pessoais. Seu filho Conrado nasceu em agosto de 2022 com uma cardiopatia congênita. "Isso nos abalou muito, pois sabíamos que o tempo com ele poderia ser curto. Foram oito cirurgias no primeiro ano, e nossa produção diminuiu. Enquanto o mundo voltava ao normal, vivíamos uma realidade adversa em casa", relata.

Apesar das incertezas, Mateus mantém o otimismo. "Hoje, Conrado está em uma fase muito boa, e continuamos vivendo cada momento com ele da melhor forma possível."
Zani Barcelos e João Luiz Menezes, pais de Mateus e responsáveis pelo espaço fabril Zani Barcelos  | TÂNIA MEINERZ/JC
Zani Barcelos e João Luiz Menezes, pais de Mateus e responsáveis pelo espaço fabril Zani Barcelos TÂNIA MEINERZ/JC


A marca segue expandindo sua presença, apostando em automação e inteligência para otimizar processos. "Estamos investindo muito em tecnologia, o que nos permite crescer sem aumentar nossa estrutura", conclui Mateus. 

Além disso, a empresa criou a Escola de E-commerce, um projeto para capacitar outras empresas da região em processos de venda online, especialmente aquelas afetadas pelas enchentes. "Recebemos 21 empresas em agosto para encontros totalmente gratuitos. A ideia é apoiar quem foi atingido e ajudar no desenvolvimento da região", conta o CEO.