A Salga Panificação atua em Porto Alegre desde 2016 atendendo restaurantes, hotéis, cafeterias e choperias em diversas regiões do RS

Panificadora gaúcha voltada ao B2B mira expansão após superar impactos das enchentes


A Salga Panificação atua em Porto Alegre desde 2016 atendendo restaurantes, hotéis, cafeterias e choperias em diversas regiões do RS

Focada na venda B2B de pães de fermentação natural, a Salga Panificação nasceu em 2016, quando os caminhos de Rafael Marcellino e Vanessa Marques se cruzaram pela primeira vez. Hoje, a empresa atende restaurantes, hotéis, cafeterias e choperias em diversas regiões do Rio Grande do Sul, com destaque para a distribuição na Serra Gaúcha e no Litoral, além de contar com mais um sócio, Fabrício Freitas, gastrônomo e consultor de negócios.O início da Salga ocorreu quando Rafael começou a vender pães que fazia para colegas de trabalho. Após a empresa em que trabalhava falir, o empreendedor descobriu seu gosto pela gastronomia e seguiu aprimorando suas técnicas em panificação. “Fazia para amigos, depois comecei a vender para mercadinhos e em condomínios”, lembra. O negócio cresceu, e Rafael decidiu se especializar, ingressando no curso técnico de panificação oferecido pelo IFSul. Foi durante esses estudos que ele conheceu Vanessa. A empreendedora tinha interesse em confeitaria e buscou o curso para se aprimorar. Ao fim do ciclo de estudos, os empreendedores se uniram em uma sociedade e passaram a produzir pães de fermentação natural na garagem da casa de Rafael.
Focada na venda B2B de pães de fermentação natural, a Salga Panificação nasceu em 2016, quando os caminhos de Rafael Marcellino e Vanessa Marques se cruzaram pela primeira vez. Hoje, a empresa atende restaurantes, hotéis, cafeterias e choperias em diversas regiões do Rio Grande do Sul, com destaque para a distribuição na Serra Gaúcha e no Litoral, além de contar com mais um sócio, Fabrício Freitas, gastrônomo e consultor de negócios.

O início da Salga ocorreu quando Rafael começou a vender pães que fazia para colegas de trabalho. Após a empresa em que trabalhava falir, o empreendedor descobriu seu gosto pela gastronomia e seguiu aprimorando suas técnicas em panificação. “Fazia para amigos, depois comecei a vender para mercadinhos e em condomínios”, lembra. O negócio cresceu, e Rafael decidiu se especializar, ingressando no curso técnico de panificação oferecido pelo IFSul. Foi durante esses estudos que ele conheceu Vanessa. A empreendedora tinha interesse em confeitaria e buscou o curso para se aprimorar. Ao fim do ciclo de estudos, os empreendedores se uniram em uma sociedade e passaram a produzir pães de fermentação natural na garagem da casa de Rafael.
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Quando a dupla iniciou seus planos de expansão e mudança para um local próprio para a produção da Salga, a pandemia de Covid-19 impôs restrições que afetaram significativamente o trio. Embora desafiador, o momento foi um período de reinvenção, em que os dois começaram a vender kits de café da manhã para datas comemorativas, o que ajudou a empresa a se manter ativa.
O carro-chefe da operação é o pão de hambúrguer, com uma produção média de 30 mil unidades por mês | NATHAN LEMOS/JC
O carro-chefe da operação é o pão de hambúrguer, com uma produção média de 30 mil unidades por mês NATHAN LEMOS/JC


Foi nesse período que Fabrício, atuando como consultor estratégico da Leiteria 639, conheceu a dupla. Com formação em gastronomia, o empreendedor encontrou a Salga enquanto buscava um fornecedor de pães de fermentação natural. Fabrício logo percebeu a oportunidade de alavancar o negócio da marca. “Eu vi uma carência no mercado local por produtos de panificação artesanal com foco em distribuição para empresas”, explica Fabrício. Assim, ele se uniu aos sócios e ajudou a Salga a se direcionar para o mercado B2B.

Atualmente, a marca distribui pães para 17 cidades no estado, atendendo clientes como o Grupo Gramado Parks, na Serra Gaúcha. O carro-chefe da operação é o pão de hambúrguer, com uma produção média de 30 mil unidades por mês. Um dos grandes diferenciais do empreendimento, segundo os sócios, é a qualidade dos produtos. “Somos os únicos que fabricam brioche com manteiga e ovos de verdade”, destaca Fabrício. Além disso, a empresa tem uma linha variada de produtos, incluindo pães rústicos de fermentação natural, sanduíches e minipães para eventos.
 A empresa agora mira em um aumento de aproximadamente 80% até o final do ano | NATHAN LEMOS/JC
A empresa agora mira em um aumento de aproximadamente 80% até o final do ano NATHAN LEMOS/JC
De acordo com o trio, o investimento em tecnologia também tem sido crucial. Após as enchentes, a Salga obteve crédito para ampliar sua capacidade produtiva e continuar sua expansão. Diante das perdas consideráveis — que somaram mais de R$ 100 mil entre o prejuízo de insumos e conserto de máquinas — e sem faturamento durante dois meses, os sócios chegaram a se perguntar se conseguiriam se reerguer.

"Foi um balde de água fria quando nos deparamos com a destruição. Nos questionamos se teríamos fôlego para retornar e se os clientes voltariam", recorda Rafael. Apesar das dificuldades, a proximidade com seus clientes e a qualidade dos produtos acabaram se tornando fatores decisivos para a recuperação. "Assim que reabrimos, nossos clientes retornaram, o que mostra o quão forte é nossa relação com eles. Acreditamos que isso, junto à qualidade do que produzimos, foi essencial para voltarmos à ativa”, explica Rafael.

Responsável pelo setor financeiro da Salga, Vanessa foi a peça-chave na recuperação do negócio. Com foco em investimento nos maquinários, a Salga obteve uma linha de crédito que permitiu não só repor as máquinas perdidas, mas também retomar o planejamento de expansão da fábrica. "Já estamos em fase de crescimento acelerado. Antes do alagamento, tínhamos 25 clientes, agora estamos com 43 e não pretendemos parar por aí", relata Vanessa.

A enchente não afetou apenas a fábrica, mas também muitos dos clientes da Salga, como padarias e restaurantes no 4º Distrito, também atingidos pelas águas. "Foi um impacto duplo. Vimos nossos parceiros sofrerem, e isso nos motivou ainda mais a continuar", acrescenta Fabrício. A empresa agora mira em um aumento de aproximadamente 80% até o final do ano, quase o dobro do que faturava antes da enchente.

Além da expansão, a Salga tem planos de diversificação. Os sócios estão desenvolvendo uma linha de produtos defumados, como bacon e pastrami, voltados principalmente para o mercado de restaurantes e hamburguerias. "Já fizemos testes e estamos na fase de estruturação física e burocrática. Acreditamos muito no potencial desse mercado", comenta Fabrício, que também explicou que esse novo braço da Salga foi pensado a partir das hamburguerias parceiras, que serão a porta de entrada dos produtos defumados.
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Outro ponto de destaque na trajetória da empresa é o lado educacional. Rafael, Fabrício e Vanessa, todos com experiência como professores de gastronomia, estão estruturando o Instituto Salga, um projeto voltado para capacitação de profissionais no setor de panificação. "Queremos formar mão de obra qualificada, algo que o mercado precisa muito. Além disso, vamos promover uma reeducação sobre o que é um pão artesanal, em contraponto aos produtos industrializados", diz Fabrício. A iniciativa já atuou em frentes solidárias, como a distribuição de marmitas durante a enchente, e agora mira também na formação de futuros profissionais da área.