Recorte da pesquisa produzida pelo JC e Pucrs compara consumidores gaúchos até 50 anos com quem tem 51 anos ou mais

Retomada do RS é um ciclo virtuoso, diz pesquisador


Recorte da pesquisa produzida pelo JC e Pucrs compara consumidores gaúchos até 50 anos com quem tem 51 anos ou mais

A pesquisa realizada pelo Jornal do Comércio em parceria com a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs), conduzida pelos professores e pesquisadores Stefânia Ordovás de Almeida, Clécio Araújo e Vinícius Sitonni, responsáveis pelo Omni-X, hub de inovação na Experiência de Consumo Omnichannel instalado no ecossistema do Tecnopuc Business, revelou um panorama sobre o comportamento dos consumidores gaúchos diante das recentes enchentes. O recorte exclusivo apresentado nesta edição do GeraçãoE compara o comportamento de consumidores com até 50 anos e os com 51 anos ou mais. A amostra, predominantemente masculina (60,5%), com bom nível de instrução (77,5% com curso superior) e idade acima de 50 anos (63,8%), oferece insights sobre como uma parte tem consumido.
A pesquisa realizada pelo Jornal do Comércio em parceria com a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs), conduzida pelos professores e pesquisadores Stefânia Ordovás de Almeida, Clécio Araújo e Vinícius Sitonni, responsáveis pelo Omni-X, hub de inovação na Experiência de Consumo Omnichannel instalado no ecossistema do Tecnopuc Business, revelou um panorama sobre o comportamento dos consumidores gaúchos diante das recentes enchentes. O recorte exclusivo apresentado nesta edição do GeraçãoE compara o comportamento de consumidores com até 50 anos e os com 51 anos ou mais. A amostra, predominantemente masculina (60,5%), com bom nível de instrução (77,5% com curso superior) e idade acima de 50 anos (63,8%), oferece insights sobre como uma parte tem consumido.
A pesquisa destaca que, uma parcela significativa dos respondentes não foi diretamente afetada pelas enchentes. Segundo o levantamento, mais de 85% dos entrevistados relataram não ter sofrido impactos diretos em suas vidas ou fontes de renda. No entanto, isso não significa que o consumo não tenha sido afetado. De acordo com o estudo, 36% das pessoas entrevistadas têm comprado menos após as enchentes. "Sempre que enfrentamos uma calamidade como as enchentes, há um aumento inicial na demanda por produtos básicos, como alimentos e água. Devido às severas restrições logísticas, especialmente nas entregas de produtos comprados online de outras regiões, muitos gaúchos enfrentaram dificuldades de abastecimento por semanas, o que acabou reprimindo o consumo", comenta Clécio.
Durante as enchentes, muitos eventos e feiras, que usualmente impulsionam o turismo e o comércio local, foram afetados diretamente pela paralisação das atividades no aeroporto. "Isso não apenas impactou o lazer e as viagens dos gaúchos, como também gerou preocupações sobre a possibilidade de perder esses eventos no futuro, já que alguns foram parcialmente transferidos para outros estados", comenta. A pesquisa aponta que, apesar das dificuldades, uma parte significativa dos consumidores (45,9%) planeja continuar suas viagens nacionais, em outros estados, enquanto apenas 27,9% consideram viagens internacionais viáveis.
De acordo com Clécio, uma descoberta interessante da pesquisa é que boa parte dos consumidores tendem a escolher produtos fabricados no Estado, desde que ofereçam um custo-benefício adequado. A escolha pelos produtos gaúchos é feita principalmente nos setor de alimentos (52,4%), calçadista (40,3%) e de bebidas alcoólicas (30,6%). "Durante as enchentes, vimos um movimento de valorização dos produtos locais", observa. "Supermercados de outros estados começaram a destacar produtos do RS, o que foi crucial para manter o consumo e apoiar a economia regional", completa o pesquisador.
Clécio ressalta que o apoio ao consumo de produtos gaúchos é uma estratégia vital para a recuperação econômica. "Pequenos negócios, como os encontrados nos bairros, dependem significativamente do apoio da comunidade", enfatiza. "Durante as enchentes, muitos desses estabelecimentos, como restaurantes, operaram para fornecer almoço para voluntários ou produzir marmitas para desabrigados", destaca.
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A pesquisa mostra que 34,2% dos entrevistados preferem comprar em lojas de bairro, enquanto 16,5% não consideram isso uma prioridade. Em relação ao apoio a varejistas e prestadores de serviços gaúchos, 43,3% demonstram prioridade, enquanto 10,4% não costumam adotar essa prática. "As pessoas voltaram a consumir ou alguns que não frequentavam os negócios locais, conhecidos como consumo de vizinhança, começaram a apoiá-los para evitar o fechamento", explica. Segundo o pesquisador, esse comportamento não apenas fortalece o tecido empresarial local, mas estrutura uma parte significativa da mão de obra gaúcha.
Diante das adversidades, o comportamento de consumo dos gaúchos desempenha um papel crucial na reconstrução econômica. "É um ciclo virtuoso", comenta Clécio. "Mais consumo, de forma responsável, significa mais emprego, o que por sua vez estimula mais consumo, criando uma base sólida para o crescimento sustentável do Rio Grande do Sul", completa.