Natural de Santa Cruz do Sul, município a 152 km de Porto Alegre, Natã Eduardo Vargas ficou entre os três empreendedores vencedores do Global Student Entrepreneur Awards (GSEA). O jovem de 24 anos é fundador e CEO da Limbx (@limbx_oficial), uma startup que busca democratizar o acesso a próteses funcionais. Ele concorreu com 14 mil estudantes de mais de 40 países, conquistando o terceiro lugar na competição voltada para empreendedores de até 30 anos de idade à frente de um negócio enquanto ainda estão na faculdade.
Natã é graduando do curso de Engenharia de Controle e Automação na Universidade do Vale do Taquari (Univates), em Lajeado. Paralelamente, o estudante cursa Administração à distância na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Em 2020, Natã resolveu colocar em prática alguns sonhos de infância, entre eles o de empreender.
“Passei a trabalhar com impressão 3D nesse período. Desde pequeno, sempre quis ser inventor, então sempre gostei muito de engenharia, de construir novas coisas, de criar novos objetos”, lembra o jovem. Inspirado por animações infantis como Phineas e Ferb, Jimmy Neutron e O Laboratório de Dexter, o empreendedor sempre se identificou com os personagens curiosos e criativos. “Gostava desses desenhos que mostravam crianças que eram inventoras, que construíam algo que pudesse mudar o mundo. Isso sempre me incentivou a ser inventor também”, conta.
“Passei a trabalhar com impressão 3D nesse período. Desde pequeno, sempre quis ser inventor, então sempre gostei muito de engenharia, de construir novas coisas, de criar novos objetos”, lembra o jovem. Inspirado por animações infantis como Phineas e Ferb, Jimmy Neutron e O Laboratório de Dexter, o empreendedor sempre se identificou com os personagens curiosos e criativos. “Gostava desses desenhos que mostravam crianças que eram inventoras, que construíam algo que pudesse mudar o mundo. Isso sempre me incentivou a ser inventor também”, conta.
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Usando sua expertise para construir protótipos para outras empresas, o estudante sentia a necessidade de voltar seus esforços para projetos sociais, algo sempre presente em sua vida. A partir disso, surgiu a ideia de realizar uma atividade que ligasse o serviço de impressão com atividades sociais. “Vi um vídeo de um homem amputado utilizando uma prótese que foi impressa em 3D, mas não era uma prótese funcional, não tinha autonomia. Era mais para substituir o membro de forma estética”, conta o empreendedor.
Empreendedorismo e responsabilidade Social
A partir das primeiras observações que Natã fez da prótese feita através de impressão 3D, pensou que poderia realizar melhorias no dispositivo. “Desconfiava que seria possível transformá-lo em algo funcional”, comenta. Foi então que o estudante teve a ideia de colocar eletrônica dentro do material, possibilitando que a prótese realizasse algumas funções motoras. Em maio de 2023, Natã tirou a ideia do papel. “Fui atrás de artigos, de algumas pesquisas para me basear. Chamei um colega da faculdade e agora meu sócio, Rafael Taufer, que é estudante de Engenharia Elétrica, para me ajudar a desenvolver a eletrônica”, explica.
Foi assim que nasceu a Limbx, empresa destinada à fabricação e desenvolvimento de próteses biônicas. As próteses conseguem devolver autonomia para pessoas que sofreram amputações de membros superiores. “Elas fazem movimentos como abrir e fechar as mãos, movimento de pinça, movimento de apontar, tudo através do estímulo muscular do amputado. Na região do coto, do membro residual, colocamos eletrodos que conseguem captar o sinal elétrico”, explica Natã.
O empreendedor conta que a escolha em realizar próteses voltadas para membros superiores se deu principalmente pela questão da autonomia. “Se alguém acaba amputando as pernas, por exemplo, existem algumas alternativas, não tão eficazes, mas existem. A perda de um membro superior acaba impactando muito no psicológico, porque perde as atividades diárias. Tudo que estava acostumado a fazer, desde pegar um objeto até pegar o telefone, abraçar, apertar a mão de alguém", comenta.
As próteses biônicas desenvolvidas pela Limbx conseguem devolver autonomia para pessoas que sofreram amputações de membros superiores
DIVULGAÇÃO / LIMBX / REPRODUÇÃO / JC
Foi assim que nasceu a Limbx, empresa destinada à fabricação e desenvolvimento de próteses biônicas. As próteses conseguem devolver autonomia para pessoas que sofreram amputações de membros superiores. “Elas fazem movimentos como abrir e fechar as mãos, movimento de pinça, movimento de apontar, tudo através do estímulo muscular do amputado. Na região do coto, do membro residual, colocamos eletrodos que conseguem captar o sinal elétrico”, explica Natã.
O empreendedor conta que a escolha em realizar próteses voltadas para membros superiores se deu principalmente pela questão da autonomia. “Se alguém acaba amputando as pernas, por exemplo, existem algumas alternativas, não tão eficazes, mas existem. A perda de um membro superior acaba impactando muito no psicológico, porque perde as atividades diárias. Tudo que estava acostumado a fazer, desde pegar um objeto até pegar o telefone, abraçar, apertar a mão de alguém", comenta.
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Durante as pesquisas realizadas para desenvolver o produto, o empreendedor notou que, além de poucas opções disponíveis, a maior parte das soluções encontradas são estrangeiras e custam mais de R$ 200 mil, dificultando o acesso para boa parte da população.
“Com a impressão 3D, em que os materiais são mais acessíveis, conseguimos reduzir esse custo em mais de 90%. Nossa tecnologia é 100% nacional, e conseguimos devolver autonomia para essas pessoas a um preço mais baixo”, relata o estudante. A intenção inicial é que as próteses não custem mais de R$ 20 mil. “Ainda temos que considerar toda a questão de certificação, equipe, funcionários, indústria, mas o valor está entre R$ 15 mil e R$ 20 mil”, afirma.
Marisete Borba é uma das 12 pacientes que participam da fase de testes das próteses desenvolvidas pela Limbx
ARQUIVO PESSOAL / REPRODUÇÃO / JC
Atualmente, a Limbx está na fase de captação de recursos a partir de doações e patrocínios. A marca já iniciou os testes com usuários e está aprimorando os dispositivos a partir desses testes. Os empreendedores estimam um gasto de mais de R$ 400 mil para toda essa etapa até o lançamento do produto, previsto para o segundo semestre de 2025.
De Santa Cruz do Sul para destaque internacional
“No Tecnounisc, na incubadora da Unisc, onde estamos incubados, aproveitamos todo o networking e foi dali que me indicaram para o Eder Griebeler, que foi meu mentor na GSEA”, conta Natã. O empreendedor se inscreveu na competição em dezembro de 2023. Em janeiro deste ano, ocorreu a primeira etapa, de nível estadual. “Foi tudo muito rápido e, desde o início, falei para minha mãe e para a minha namorada: ‘o pessoal é muito bom, não sei se eu vou para a próxima etapa, mas está sendo muito legal o processo’. Fiquei entre os três escolhidos para representar o Rio Grande do Sul na etapa nacional”, lembra.
Em fevereiro, o estudante foi para São Paulo participar da etapa nacional e acabou vencendo junto com os outros dois concorrentes. Os três receberam prêmios em dinheiro e representaram o Brasil na final regional na Cidade do México. Na etapa continental, em março, Natã ficou em segundo lugar e, em maio, foi para a Cidade do Cabo, na África do Sul, para representar a América Latina e o Caribe . “Com certeza, foi a melhor parte. Sempre quis fazer intercâmbio e nunca tive a oportunidade. Lá eu conheci empreendedores de todo o mundo, foi muito bacana”, relata.
Na África do Sul, a competição foi toda gravada, pois também era um reality show de empreendedorismo chamado Start it Up, com transmissão no YouTube. O resultado foi divulgado somente no episódio final do reality show, em julho, após o término da competição. “Só sabia que estava entre os seis finalistas. Fui convidado para ir para São Paulo para assistir junto com toda a organização e lá descobri que fiquei em terceiro lugar”, conta.
Eder Griebeler foi mentor de Natã, durante a competição do prêmio GSEA
ARQUIVO PESSOAL / DIVULGAÇÃO / JC
Em fevereiro, o estudante foi para São Paulo participar da etapa nacional e acabou vencendo junto com os outros dois concorrentes. Os três receberam prêmios em dinheiro e representaram o Brasil na final regional na Cidade do México. Na etapa continental, em março, Natã ficou em segundo lugar e, em maio, foi para a Cidade do Cabo, na África do Sul, para representar a América Latina e o Caribe . “Com certeza, foi a melhor parte. Sempre quis fazer intercâmbio e nunca tive a oportunidade. Lá eu conheci empreendedores de todo o mundo, foi muito bacana”, relata.
Na África do Sul, a competição foi toda gravada, pois também era um reality show de empreendedorismo chamado Start it Up, com transmissão no YouTube. O resultado foi divulgado somente no episódio final do reality show, em julho, após o término da competição. “Só sabia que estava entre os seis finalistas. Fui convidado para ir para São Paulo para assistir junto com toda a organização e lá descobri que fiquei em terceiro lugar”, conta.
Natã reconhece a importância dos relacionamentos dentro do mundo do empreendedorismo. “Jovens empreendedores que querem crescer precisam fazer parte desses ecossistemas de inovação, programas para startups, entre outras atividades. Procurem essas parcerias, networking e se conectem com outras pessoas. Não fazemos nada sozinho, precisamos de outras pessoas para nos impulsionar”, reflete.
As inscrições para o GSEA 2024-2025 estão abertas e podem ser feitas através do site Global Student Entrepreneur Award Brasil.
As inscrições para o GSEA 2024-2025 estão abertas e podem ser feitas através do site Global Student Entrepreneur Award Brasil.