Marcelo Gonçalves, CEO da Pastelina, afirma que o apoio dos clientes tem sido fundamental para a empresa

"Sobraram as paredes e o telhado. Mas estamos trabalhando para voltar", diz CEO da Pastelina, que estima retomada em 60 dias


Marcelo Gonçalves, CEO da Pastelina, afirma que o apoio dos clientes tem sido fundamental para a empresa

A Pastelina, uma das marcas mais tradicionais e queridas pelos gaúchos, foi fortemente impactada pela enchente que atingiu Porto Alegre e diversos outros municípios do Rio Grande do Sul. A indústria, que fica na rua Comendador Coruja, no bairro Floresta, foi tomada pelas águas. "Sobraram as paredes e o telhado. Perdemos máquinas, equipamentos, matéria prima, da farinha à embalagem, da amassadeira à empacotadeira", conta Marcelo Gonçalves, CEO da Pastelina.
A Pastelina, uma das marcas mais tradicionais e queridas pelos gaúchos, foi fortemente impactada pela enchente que atingiu Porto Alegre e diversos outros municípios do Rio Grande do Sul. A indústria, que fica na rua Comendador Coruja, no bairro Floresta, foi tomada pelas águas. "Sobraram as paredes e o telhado. Perdemos máquinas, equipamentos, matéria prima, da farinha à embalagem, da amassadeira à empacotadeira", conta Marcelo Gonçalves, CEO da Pastelina.
Em abril, a marca lançou três novos sabores e se preparava para, em 2024, ampliar sua planta fabril para atender à demanda das novas versões do salgadinho. No entanto, os planos foram adiados pela tragédia climática que assola o Estado. "Infelizmente, foi uma tragédia, uma fúria da natureza imensurável, incalculável, que ninguém tinha noção da proporção gigantesca que ia tomar essa tragédia. Colocamos tudo no meio da rua. Lá se foi nossa história toda. Não tem nenhuma máquina dentro da empresa hoje. Mandamos tudo para as oficinas para ver o que conseguimos recuperar. Tenho o sonho de botar essa empresa de pé de novo", diz Marcelo, destacando que a surpresa positiva do momento adverso foi o apoio da clientela fiel da marca. "Fomos surpreendidos pelo quanto a Pastelina, assim como tantas outras marcas, são importantes. Às vezes, a gente não tem noção do quanto é querido, é acolhido, abraçado pelos quatro cantos do Estado e até longe do Rio Grande do Sul", afirma o CEO. 
A equipe conseguiu voltar à indústria na semana passada, no dia 28 de maio, ainda com água na altura da bota, como conta Marcelo. "É muito triste para mim que vivo, respiro a Pastelina. Isso aqui é a minha vida e a minha história. Com o maior orgulho, carrego essa bandeira. É desolador. Chorar é pouco, a gente é tomado de um sentimento de muita tristeza. Mas encontrei no carinho do nosso consumidor, dos nossos parceiros, muita força", emociona-se o CEO da Pastelina. Marcelo conta que, através das redes sociais, a marca recebeu incontáveis comentários e mensagens de apoio. "Num dia, recebemos quase 500 mensagens de carinho, de força, falando que vamos nos reerguer. Isso se torna um combustível, pois vemos a responsabilidade que temos em virtude do carinho que os clientes têm pela marca", diz. 
A marca, inclusive, fez uma publicação no Instagram (@pastelinaoficial) divulgando outras marcas gaúchas, como Fruki, Vinagres Prinz, Oderich e Moinho Estrela. A iniciativa reverberou de forma positiva entre os clientes da marca. "Isso para a gente que é uma empresa que tem uma força e um nome muito grande, mas é uma empresa pequena, é mais que combustível. Nos diz: ‘olha para frente, transforma essa tragédia em força'", percebe Marcelo. 
Apesar das adversidades, o CEO está otimista para a retomada das atividades. Segundo ele, a previsão é, em 60 dias, retomar a produção na fábrica da Pastelina. "Infelizmente fomos abalados, perdemos tudo, mas estamos trabalhando dia e noite para voltar o mais breve possível, no máximo em 60 dias, e sem olhar para trás. Temos que sonhar com olhar para frente, pensar no futuro. Não vamos perder esses 75 anos de história, vamos construir mais 75 pela frente, com força, vitalidade, com energia e muita garra, que faz parte da história do povo gaúcho", emociona-se.
No entanto, o projeto de ampliação da fábrica ficará para o futuro. "O primeiro momento é reativar a fábrica, a produção, porque temos compromissos a honrar. Folha de pagamento, fornecedores, então temos que retomar para que a gente não acabe sucumbindo. Decidi que quero colocar a fábrica para rodar novamente. Depois disso, vamos decidir o próximo passo, se vamos migrar para outro lugar, nos reestruturar com mais segurança, talvez um prédio maior, com segundo piso, pensando que isso pode se tornar mais frequente. Nesse primeiro momento, estamos preocupados em manter a empresa de pé, voltar a vida normal, e aí voltar a projetar o futuro", afirma. 
O CEO conta que tem chegado às 5h30min na indústria e saído próximo das 23h. O trabalho duro é a esperança para a retomada. "Queremos reerguer a empresa o mais rápido possível. Tendo saúde e força, vamos seguir adiante e em busca dos nossos objetivos. A Pastelina está buscando força no apoio de vários clientes, parceiros. A nossa equipe de colaboradores está sendo fundamental e essencial. Nós somos uma família", diz Marcelo.