Diversas operações do bairro foram atingidas pelas águas

Empreendedores da Cidade Baixa trabalham na limpeza dos negócios após enchente


Diversas operações do bairro foram atingidas pelas águas

A Cidade Baixa, região boêmia de Porto Alegre conhecida pela vida noturna movimentada, foi duramente atingida pelas águas. Bares, restaurantes, cafés, entre outros estabelecimentos, que geram entretenimento para a população, além de empregos, foram afetados pela enchente. Com as águas baixando, empreendedores e empreendedoras começaram a trabalhar na limpeza de seus negócios e a mensurar os prejuízos. Na sexta-feira (17), o cenário nas ruas da Cidade Baixa era de destruição, lama e sujeira. Lixos acumulavam-se no meio-fio das calçadas e montanhas de restos de móveis estavam em frente aos estabelecimentos, onde proprietários e funcionários começavam a limpeza pesada. Nas casinhas coloridas da Travessa dos Venezianos, a marca de até onde a água chegou era visível em todos os imóveis do local.
A Cidade Baixa, região boêmia de Porto Alegre conhecida pela vida noturna movimentada, foi duramente atingida pelas águas. Bares, restaurantes, cafés, entre outros estabelecimentos, que geram entretenimento para a população, além de empregos, foram afetados pela enchente. Com as águas baixando, empreendedores e empreendedoras começaram a trabalhar na limpeza de seus negócios e a mensurar os prejuízos. 

Na sexta-feira (17), o cenário nas ruas da Cidade Baixa era de destruição, lama e sujeira. Lixos acumulavam-se no meio-fio das calçadas e montanhas de restos de móveis estavam em frente aos estabelecimentos, onde proprietários e funcionários começavam a limpeza pesada. Nas casinhas coloridas da Travessa dos Venezianos, a marca de até onde a água chegou era visível em todos os imóveis do local.
“A água na travessa foi bem alta, na altura do peito. Muito por causa dos desligamentos das bombas do Dmae, no Menino Deus”, comenta Danuta Zaguetto, proprietária do Polvo Cultural. "Muita coisa elétrica a gente perdeu. O palco, em que fazíamos as apresentações, tudo estava boiando. Nossa geladeira estava tombada", relata a empreendedora. De acordo com Danuta, todo mobiliário de madeira foi danificado pela água. Além disso, produtos como cerveja, chopes e insumos para drinks estavam tomados pelo mofo.
“Estamos em uma parte da limpeza e da reconstrução, para a gente ter também a dignidade de volta. Mas, além da dignidade, também seguir com o comércio local, porque sei que é um ponto importante para a cidade, para as pessoas se encontrarem, rirem, serem felizes, uma coisa que a gente também precisa”, reflete.

Ainda na Travessa dos Venezianos, a Mark Hamburgueria já abriu as portas ao público novamente no último sábado (18). O restaurante também foi inundado, mas o proprietário conseguiu salvar alguns equipamentos importantes no segundo andar do imóvel e fez uma força-tarefa para abrir o local dias depois que a água baixou. “A primeira sensação que dá é o baque da perda. O mais fácil seria sentar na calçada e chorar, mas temos uma equipe boa e o pessoal pegou junto”, afirma Mark Bandeira, chef e proprietário do restaurante.
Júlia Fernandes/Especial/JC


Além dos negócios que já fazem parte da história do bairro há muito tempo, tem aqueles que chegaram recentemente e já contabilizam os prejuízos. Em menos de três meses no ponto, o Pixels Pub, localizado na esquina da José do Patrocínio com a Luiz Afonso, foi totalmente alagado. Segundo uma das sócias, Pauline Gonçalves, os móveis, televisores e videogames foram retirados do pub antes de a água entrar. “Escutamos na rádio que as bombas haviam sido desligadas e quando chegamos aqui às 16h30min a água já estava na rua”, lembra.

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Locais mais afetados não têm perspectivas de retorno

Para além de um bar e restaurante, o 512 Espaço Cultural sempre acolheu diversas atividades culturais, sociais e educativas no estabelecimento. O lugar foi duramente atingido pela inundação. O negócio fica na rua João Alfredo, uma das primeiras vias a alagar no bairro.
Júlia Fernandes/Especial/JC


Guilherme Carlin, proprietário do 512 Espaço Cultural e da Cachaça da Chica, viu seus dois estabelecimentos tomados pela água. Agora, o empreendedor tenta lidar com a sujeira e com os prejuízos que a enchente deixou. “Estamos fazendo esse trabalho de limpeza para, nesse caso, devolver o imóvel”, comenta Guilherme, em relação à loja de cachaças.
De acordo com o empresário, a água subiu mais de 1,5m no local. “Perdemos a maioria da produção. Estou estimando mais de R$ 90 mil de produtos em estoque, insumos de embalagens e produção”, relata. Guilherme conta que foi pego de surpresa com o desligamento da casa de bombas do bairro Menino Deus e com o alerta de evacuação do bairro, após as bombas já não estarem mais funcionando.

“As enchentes não são uma novidade na nossa cidade, e nos revolta muito, porque investimos muito tempo da nossa vida aqui. Não é tanto a questão do valor material, porque a gente trabalha de novo e recupera, mas o tempo perdido que não volta”, lamenta o empreendedor.

Desde terça-feira (14), Guilherme, seu sócio e funcionários estão trabalhando na limpeza do 512. “Tirar o lodo, muita lama, resíduo de esgoto e gordura”, detalha. De acordo com ele, o restaurante teve perda total no mobiliário. É um sentimento de luto e sofrimento. A gente não se sente nem no direito de sofrer, porque sabemos que tem gente sofrendo muito mais. Ainda tentamos olhar para o que a gente tem e para os meios e caminhos que podemos seguir e tentar ajudar quem está precisando mais ainda”, declara. 
 
 
 
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