A Vittude é uma empresa focada em desenvolver e gerenciar ações de saúde mental em organizações

Saúde mental deve estar na pauta das empresas no Rio Grande do Sul


A Vittude é uma empresa focada em desenvolver e gerenciar ações de saúde mental em organizações

Especialista em saúde mental para empresas, a Vittude desenvolveu uma central telefônica pensada em atender a demanda que surgiu com a tragédia climática causada pelas enchentes no Rio Grande do Sul. A empresa de São Paulo atende mais de 200 clientes, como Grupo Boticário, Vivo, Ambev, Sodexo, Arcos Dourados e Zamp. Frente os desastres climáticos, a empresa viu a necessidade de criar uma central para atender de forma ativa e receptiva os colaboradores atingidos nos clientes da Vittude que estão no Estado.
Especialista em saúde mental para empresas, a Vittude desenvolveu uma central telefônica pensada em atender a demanda que surgiu com a tragédia climática causada pelas enchentes no Rio Grande do Sul. A empresa de São Paulo atende mais de 200 clientes, como Grupo Boticário, Vivo, Ambev, Sodexo, Arcos Dourados e Zamp. Frente os desastres climáticos, a empresa viu a necessidade de criar uma central para atender de forma ativa e receptiva os colaboradores atingidos nos clientes da Vittude que estão no Estado.
Tatiana Pimenta, CEO da Vittude, conta que essa estrutura foi montada de forma complementar ao atendimento online da companhia, que segue vigente. "Montamos essa estrutura só com psicólogos que têm experiência em crises de emergência. O atendimento da Vittude sempre foi digital. Temos a possibilidade acessar e fazer uma consulta pelo app e implementamos a central telefônica ativa na semana passada, porque muitos colaboradores não conseguiam ter rede. Pessoas que estão em abrigos, em situações mais delicadas, e só conseguem por telefone", explica Tatiana sobre o trabalho com as cerca de 10 empresas que atende no Estado. "Temos vários clientes no Rio Grande do Sul que foram impactados, principalmente porque trabalhamos com grandes empresas. Por exemplo, o Grupo Boticário tem lojas no Brasil inteiro, então tem uma parte que foi impactada. Temos a Sodexo, que toda a estrutura operacional fica no Sul, e daí tem um impacto até maior, porque o escritório não está funcionando. Temos empresas que não estão no Rio Grande do Sul, mas os funcionários moram porque tem modelo híbrido", contextualiza.
Segundo ela, a frente de trabalho tem sido dividida em vítimas primárias e as que estão em segurança, além da atuação imediata e a pensada a longo prazo. "Vítimas primárias são pessoas que perderam suas casa ou tiveram algum prejuízo, impacto direto. É preciso garantir que, nesse primeiro momento, elas estejam em segurança, que tenham para onde ir, o que comer, que tenham água. Na central de acolhimento ativa e receptiva, já temos recebidos bastante ligações de pessoas que estão em situações superdelicadas", conta. A segunda frente de atuação da empresa especializada em oferecer ações de saúde mental para outras organizações é com as pessoas afetadas pela tragédia climática que estão em segurança. "A outra camada que temos são as pessoas que estão em segurança, mas que estão atuando no cuidado. Temos feito com vários de nossos clientes grupos de acolhimento e psicoterapia breve para quem está na linha de frente. Fazemos um trabalho com grupo de até 10 pessoas dando instrumentos para que elas estejam bem para cuidar e não absorvam a dor do outro. A ideia é que esses grupos sejam direcionados a profissionais de RH e todos que estejam trabalhando de forma ativa e até voluntária no cuidado, porque eles terão contato com histórias muito tristes", pontua. 
Segundo a CEO, é importante que as empresas ajam com urgência no apoio de saúde mental aos colaboradores afetados. "No médio prazo, daqui 30 dias e a seguir por cerca de seis meses, tem que trabalhar, de forma preventiva, o estresse pós-traumático. Oferecer psicoterapia e cuidados coordenados, eventualmente até com psiquiatras, para que essas pessoas não desenvolvam um quadro de estresse pós-traumático, que elas possam elaborar as perdas, olhar para tudo que viveram de uma forma que consigam levar a vida adiante sem desenvolver um quadro grave", explica Tatiana, destacando que esse cuidado deve estar presente também na rotina dos pequenos negócios. "O primeiro ponto é se eu sou pequeno, deixa eu passar a mão no telefone e saber como estão meus dois, três, cinco colaboradores. Às vezes, é essa preocupação com o ser humano que já faz a diferença", garante. 
A saúde mental dos colaboradores deve sempre estar na pauta das empresas, mas ainda mais em momentos tão adversos como o que do Rio Grande do Sul tem vivido. "Pessoas que estão convivendo com o luto, pessoas que estão acolhendo pessoas na sua casa, tudo isso gera uma série de sentimentos que precisam ser olhados", afirma. A CEO lembra que a época da pandemia foi um ponto de virada em relação ao tema no mundo corporativo. "A pandemia permitiu que alguns orçamentos fossem realocados para saúde mental, porque não era prioridade naquele momento. A pandemia teve um papel crucial que é de quebrar alguns paradigmas e permitir, para muitas empresas, a experimentação. O budget que era para viagem, para evento, e naquele ano não teve, fez com que muitas empresas pudessem testar e começar a olhar o efeito do cuidado nos indicadores de negócio", pontua. 
Com foco em empresas com mais de 1 mil colaboradores, a Vittude atua, afirma Tatiana, para mostrar que a saúde mental pode ser, inclusive, um ativo de negócio. "Muitas empresas começaram a ver que investir em saúde mental reduz afastamento, diminui a contribuição previdenciária. Outras começaram a observar redução de turnover, melhoria de clima, melhoria de engajamento", elenca. Corroborando com a importância do tema no mundo dos negócios, em março, entrou em vigor a Lei 14.831, que criou o Certificado Empresa Promotora da Saúde Mental. O selo é dado a empresas que adotem critérios de promoção da saúde mental e do bem-estar de seus colaboradores. "Também tem um projeto de lei em votação na Câmara, que é uma lei de benefício fiscal para empresas que investem em saúde mental. Para aquelas que a desculpa é não ter budget, o governo vai abrir mão da tributação para permitir que essas empresas invistam, porque está custando caro para o governo também", reflete, destacando que o tema seguirá em voga. "Vamos ter essa pauta de saúde mental cada vez mais discutida. Nos próximos dois, três anos mais empresas olhando de forma estratégia para saúde mental", acredita.