O ponto turístico é aposta de empreendedores do ramo da gastronomia, que chegam ao Mercado Público com o objetivo de renovar o espaço e conquistar novos públicos

Conheça as novas operações gastronômicas do Mercado Público de Porto Alegre


O ponto turístico é aposta de empreendedores do ramo da gastronomia, que chegam ao Mercado Público com o objetivo de renovar o espaço e conquistar novos públicos

Ponto tradicional do varejo e referência turística na Capital, o centenário Mercado Público de Porto Alegre atrai novos empreendedores e empreendedoras, que apostam no potencial do espaço para fortalecer as suas marcas. No fim de 2022, uma nova licitação, voltada especialmente para ocupar os pontos do segundo andar, que estava fechado desde 2013 em virtude de um incêndio, atraiu novos negócios para o local.
Ponto tradicional do varejo e referência turística na Capital, o centenário Mercado Público de Porto Alegre atrai novos empreendedores e empreendedoras, que apostam no potencial do espaço para fortalecer as suas marcas. No fim de 2022, uma nova licitação, voltada especialmente para ocupar os pontos do segundo andar, que estava fechado desde 2013 em virtude de um incêndio, atraiu novos negócios para o local.
Uma das marcas que está chegando ao Mercado Público é a Baden, torrefação de cafés que opera desde 2012 em Porto Alegre e que, hoje, conta com outras três unidades na Capital. A operação, que abrirá as portas ainda em abril, é a quarta da empresa, que está presente nos bairros Santana, Moinhos de Vento e Passo d'Areia, onde fica a torrefação dos grãos.
Guert Schinke e Caroline Borges, nomes à frente da marca, contam que tinham o desejo de levar o Baden para o Centro Histórico de Porto Alegre. "Temos essa pegada de querer fazer parte e de trazer de volta algumas partes da cidade", conta Guert sobre o processo de chegado ao ponto. O empreendedor pretende que a nova operação contribua no processo de renovação do público do espaço, atraindo também as novas gerações. "Nós temos filhos pequenos e eles não gostam de vir aqui, porque tem aquela sensação do cheiro ruim, de que não é legal. E o Mercado Público é muito legal. Junto com a gente, estão vindo outras pessoas. Abriu a parrilla Rincón74, vai abrir mais um restaurante, abriu a casa de massas Di Toni. Então, vamos revitalizar esse espaço, com ideias novas, que acho que é fundamental. É tradicional, é muito legal e bacana, mas tem que dar um F5, atualizar até a forma de trabalhar e tratar a galera", pondera Guert.
O negócio operará no segundo andar do Mercado Público, em uma loja ampla. O objetivo, contam os sócios, é ser um ponto de calmaria em meio à conhecida agitação da região. "Nós pensamos em cada bairro e nas pessoas para ver como o negócio funciona melhor. E tem também o espaço que temos disponível. Dependendo do ambiente e do bairro, pensamos o que podemos oferecer. Aqui, pensamos que a pessoa bateu perna pelo Centro, fez compras no Mercado e vai parar e sentar num lugar tranquilo, pode ler um livro, combinar com as amigas. Apesar de ser a mesma marca, estamos em cenários muito diferentes", compara Caroline.
A operação terá um cardápio enxuto, inspirado na cafeteria do bairro Santana, com opções de tortas doces e salgadas. A novidade fica por conta da torrada colonial, feita com insumos gaúchos, aposta da unidade. Além disso, o ponto no Mercado Público contará com o sistema de refil de café pela manhã, pensado para quem frequentar o espaço para trabalhar. Com mesas amplas e sofás, a ideia é que o ponto opere se forma leve e descontraída, como afirmam sócios. Para isso, o espaço do barista não fica atrás do balcão, como normalmente é visto em cafeterias. "O barista vai estar aberto para o pessoal ir e falar com ele, ver o que está fazendo. É para ele conversar com as pessoas. Não é para ter uma divisão física. É para ter essa experiência. Ter esse ambiente um pouco mais aconchegante e acolhedor no Mercado. A proposta é conseguir sentar, relaxar e ter um baita de um café", explica Guert, revelando que estará no dia a dia do operação ao lado de Leo, um dos primeiros baristas do Baden. "A nossa ideia é agregar ao Mercado. Ficou um ponto bem legal para a gente, porque Porto Alegre é de bolhas. Pessoas do Moinhos muitas vezes ficam só por lá, Zona Sul é tudo de bom e só ficam por lá. O Baden é superconhecido no meio do café, mas na cidade, em geral, ainda é pouco. Ainda tem muito a crescer para as pessoas conhecerem a nossa marca, o nosso café. Acredito que 70% das pessoas que vão vir aqui serão novas, que não conhecem a gente. Vai ser legal porque vamos reviver 12 anos atrás. Inclusive, o Leo, barista, pilhou de vir para cá por isso", conta Guert.
Em preparação para receber o público, a dupla conta sobre a boa receptividade dos outros empreendedores do Mercado com as novas operações. "Os caras são comerciantes. Tu achas que vai ser um empresário todo emperiquitado, mas não. A galera é pé no chão, está atrás do balcão trabalhando. Estão o dia inteiro aqui e todo mundo se ajuda. Acredito que quem está mais tempo aqui também está vendo necessidade de ter coisas novas para as pessoas voltarem a frequentar mais o Mercado Público", pontua Guert, refletindo sobre o movimento de renovação que está acontecendo no espaço. "Tem uma coisa bem geracional. A nossa geração não tem esse hábito de frequentar o Mercado, e queremos resgatar esse frescor trazendo coisas que interessem a nossa geração", completa Caroline.
Para os empreendedores, essa percepção não fica restrita ao Mercado, e sim ao Centro de forma geral. "Tem que atualizar o público, trazer pessoas mais jovens. O Centro está cheio de coisa legal. Não é mais aquela coisa antiga, não é só meu avô que vai passear no Centro. Tem coisa bacana para fazer: vai no Mercado, toma um café, tem onde parar e sentar e já compra umas coisinhas", diz Guert.
O espaço deve abrir as portas na última quinzena de abril e operará de segunda a sexta-feira, das 9h às 19h. Aos sábados, o funcionamento será das 9h às 15h.

Hamburgueria abre com foco no público infantil

 
É em uma das pequenas portinhas em frente ao Largo Glênio Peres que, há duas semanas, a primeira hamburgueria do Mercado Público começou a operar. A Larguito chega ao ponto com a proposta de levar um fast food democrático e de qualidade para o centenário ponto turístico porto-alegrense, além de conquistar o público infantil. Para cativar a criançada, a marca aposta no personagem Seu Chico, uma homenagem a um dos empreendedores mais antigos do Mercado Público: Francesco Sartori, responsável por abrir a Casa de Carnes Santo Ângelo, que opera há mais de 60 anos no Centro.
A Larguito surgiu do sonho em comum dos sócios Anne Gugliotta, Arthur Fischer, Diego Serafini, Henrique Cavalheiro e Pedro Albech de ter um fast food de qualidade na região. A operação recebeu investimento de cerca de R$ 600 mil em equipamentos e reformas do espaço. Anne, que é casada com Rafael Sartori Gugliotta, terceira geração à frente de Casa de Carnes Santo Ângelo, conta que o desejo de abrir a hamburgueria veio a partir da vivência dos sócios no Mercado Público. "Todos já tinham outros negócios. Os guris fazem parte da Zero51 aqui no Mercado, que é o braço digital do açougue, e também tocam o negócio da Nuestro Asado, serviço de churrasco em eventos. Todos os sócios têm formações diferentes e se juntaram com esse objetivo em comum de abrir a primeira hamburgueria do Mercado Público", diz Anne.
Além de atender as demandas da região, a empreendedora conta que uma das ideias do negócio é conquistar o público infantil, que, muitas vezes, não é contemplado nas outras operações do Mercado. "O próprio design da marca é mais infantilizado. Queremos trazer esse tipo de público que, muitas vezes, não é abraçado aqui no Mercado", percebe. Para isso, o cardápio foi pensado para agradar todas as idades, dos pequenos aos adultos. Uma das apostas dos sócios é o milk-shake de algodão doce. "Ele é azul, então é muito apelativo para crianças e adultos também, porque é muito bom", afirma Anne. Para eles, conseguir renovar o público é um dos principais desafios do negócio. "Passam 30 mil pessoas por dia no Mercado, e se conta nos dedos as crianças. Esse é o maior desafio", diz Rafael.
Para aproximar as crianças da marca, os sócios criaram um personagem que dá vida ao Larguito. O Seu Chico foi desenvolvido como uma homenagem ao avô de Rafael. "É inspirado em um italiano que veio para Porto Alegre e abriu o açougue dele aqui no Mercado Público, que existe até hoje. Era um senhor que trabalhava muito, mas com sorriso no rosto", conta Anne. "Um cara que trabalhava de sol a sol, mas que estava sempre com um sorriso no rosto. Era um cara querido por todos, e o pessoal chamava ele, de uma forma mais fraterna, de vôzito. Tem todo esse conceito", define Diego sobre a marca, que também faz referência ao Largo Glênio Péres.
 

Depois de ponto no Bom Fim, fast food de massas artesanais volta ao Centro

 
A Di Toni surgiu em 2018, com a proposta de servir massas e molhos artesanais em pouco mais de um minuto. A primeira unidade da marca era no Centro Histórico de Porto Alegre, mas, em 2021, o negócio migrou para o Bom Fim. No entanto, desde agosto de 2023, a marca voltou à região de origem, desta vez no Mercado Público da Capital.
Marcus Costa, fundador da marca, conta que retornar ao Centro Histórico sempre foi um desejo da operação. "Como tivemos nossa primeira loja no Centro, sempre tivemos vontade de voltar para onde foi a origem da Di Toni. Temos um valor sentimental pelo bairro", diz o empreendedor sobre a marca, que segue em operação também no bairro Bom Fim. Para ele, cada um dos pontos proporciona fluxos diferentes para o negócio. "O Mercado tem uma grande circulação de clientes de todos os tipos, acredito que tenha uma constância maior de movimento, não dependendo tanto de fatores externos como chuva e temperatura. Porém, em ambos locais, tivemos uma aceitação grande da nossa marca", conta. Parte da nova safra de empreendedores do Mercado, Marcus conta que a receptividade com as operações recém-chegadas foi positiva, tanto pelo público quanto por quem comanda outros negócios. "Mesmo o Mercado sendo um lugar tradicional de restaurantes antigos, operações novas dão uma nova vida e também mais opções para os clientes. A opção de comida italiana também é uma novidade que foi muito bem aceita pelo público", diz Marcus, revelando que a clientela é variada dependendo do dia. "Durante a semana, predomina mais a rotina de trabalhadores, enquanto nos fins de semana a maioria do público é turista e famílias", percebe.
O formato da operação é o mesmo já conhecido pela clientela. As massas frescas são produzidas diariamente e servidas com molho caseiro. "Em ambas as unidades, o grande carro-chefe é o Fileto La Crema (iscas de carne com molho de nata e cogumelos)", conta.
Para o futuro, a Di Toni planeja expandir por meio de franquias, processo que já está em curso. "Já temos interessados tanto em Porto Alegre quanto na Região Metropolitana. Logo terão mais Di Tonis para nossos clientes comerem aquela massinha fresca pelo Estado", celebra.