Cerca de 28% das mulheres empreendedoras contam com ensino superior no currículo, enquanto 17% dos homens empreendedores têm o mesmo nível de estudo

Mesmo com mais estudo, mulheres ainda são minoria no empreendedorismo, aponta pesquisa do Sebrae


Cerca de 28% das mulheres empreendedoras contam com ensino superior no currículo, enquanto 17% dos homens empreendedores têm o mesmo nível de estudo

Uma pesquisa realizada pelo Sebrae RS em 2022 aponta que pelo menos 35% dos empreendimentos gaúchos são comandados por mulheres. O segmento de preferência das empreendedoras é a prestação de serviços, representado por 53%, comparado a 36% dos homens que empreendem no mesmo setor.
Uma pesquisa realizada pelo Sebrae RS em 2022 aponta que pelo menos 35% dos empreendimentos gaúchos são comandados por mulheres. O segmento de preferência das empreendedoras é a prestação de serviços, representado por 53%, comparado a 36% dos homens que empreendem no mesmo setor.
A forte presença feminina na área, de acordo com Andreia Cristine Gratsch do Nascimento, especialista em inteligência de negócios no Sebrae RS, se dá pela proximidade com as atividades que compreendem o segmento. "É um setor que reúne atividades como alimentação, serviços de moda, beleza, estética. Talvez por maior conhecimento e proximidade com essas atividades que existe essa presença feminina tão forte", considera Andreia.
Um dos grandes destaques da pesquisa e que, de acordo com Andreia, não é novidade no setor, é o fato de que, mesmo sendo minoria no comando de negócios, as mulheres se mantém, ano após ano, com um nível de escolaridade superior ao dos homens. Cerca de 28% das mulheres empreendedoras contam com ensino superior no currículo, enquanto apenas 17% dos homens empreendedores têm o mesmo nível de estudo.
Apesar do ensino superior, as mulheres ainda representam um número significativamente menor de pessoas que comandam negócios no Estado. "Elas costumam ser mais preparadas, tanto no ensino quanto no planejamento do seu negócio, com um cuidado maior. Mas elas ainda têm algumas dificuldades, por conta de todo um contexto histórico, acabam se sentindo menos capazes do que os homens em se colocar no mercado, mesmo que mais preparadas", reflete Andreia.
Outra observação decorrente da pesquisa é o número significativo de mulheres empreendedoras responsáveis por sustentar famílias. "Cerca de 49% delas têm a principal renda da casa, são chefes de família. Isso, durante a pandemia, foi um desafio maior. Muitas mulheres precisaram tocar os seus negócios de casa, enquanto cuidavam dos filhos, da casa e, por vezes, dos companheiros", destaca a especialista.
Com o crescente número de empreendedoras surgindo no Estado, aumentam também as iniciativas voltadas para atender esse público como grupos privados, que realizam encontros para troca de experiências, e ações pensadas especificamente para mulheres empreendedoras. "Percebemos um movimento surgindo. Muitas associações de empreendedoras, iniciativas do próprio Sebrae. As mulheres estão procurando se colocar mais nesse local, ocupar o espaço de empreendedora, mas também é uma construção cultural, uma barreira a mais a ser vencida", reforça.