Para Ana Luiza Ferrão Cardoso, a missão da marca é desvincular o termo de uma idade específica, fortalecendo o conceito de espírito jovem na Moda

Há 47 anos no mercado, Gang reformula marca, e CEO celebra boa relação com o público jovem


Para Ana Luiza Ferrão Cardoso, a missão da marca é desvincular o termo de uma idade específica, fortalecendo o conceito de espírito jovem na Moda

Parte da terceira geração do Grupo Lins Ferrão - responsável pelas operações da Pompéia e Gang -, a empreendedora Ana Luiza Ferrão Cardoso é o nome por trás de uma das marcas jovens mais tradicionais do Estado. A Gang vive um período de reformulação de negócio, decisão que, de acordo com Ana Luiza, é essencial para manter a marca sempre atual.
Parte da terceira geração do Grupo Lins Ferrão - responsável pelas operações da Pompéia e Gang -, a empreendedora Ana Luiza Ferrão Cardoso é o nome por trás de uma das marcas jovens mais tradicionais do Estado. A Gang vive um período de reformulação de negócio, decisão que, de acordo com Ana Luiza, é essencial para manter a marca sempre atual.
No grupo há cerca de 13 anos, Ana Luiza fez questão de trilhar a própria trajetória profissional, colecionando experiência em outras empresas antes de ingressar no negócio da família. “Sempre tive muita admiração pelo trabalho de todo o grupo, em especial da Carmen, minha mãe, mas entendia que queria seguir a minha carreira, pelo menos num primeiro momento”, reconhece a empreendedora. Após a empresa em que trabalhava na época ter sido vendida, e o momento ser propício para a entrada da nova geração no grupo, Ana aceitou o desafio de comandar a sucessão familiar.

“Ainda não tinha um processo estruturado, então combinei de fazer parte disso, de entender que precisava fazer sentido para mim, mas, acima de tudo, para a marca. Se fizesse sentido para o negócio eu estar ali, aí sim, iria continuar”, lembra sobre o início, quando entrou no grupo como gerente de novos projetos. A nova empreitada, nas palavras de Ana, foi paixão à primeira vista, além da oportunidade perfeita para superar quaisquer expectativas que o mercado tivesse sobre ela.

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“Não queria ser reconhecida por ser filha da Carmem, mas ter a minha própria história. Quebrei muitos paradigmas aqui. Gosto de dizer que, quando a gente ama o que faz, quando tem brilho no olho, fica muito mais fácil”, define a CEO. Após quase três anos atuando na Pompéia, surgiu a oportunidade de compra da Gang. À frente dos novos projetos do grupo, Ana foi a responsável pelas pesquisas e estudos que levaram à decisão de adquirir a marca em 2013. “Fez muito sentido para o grupo ter uma marca focada em jovens para complementar a força que a Pompéia já tinha, que era muito focada na mulher adulta, na família, e não tinha tanto essa força jovem”, expõe a empreendedora.
EVANDRO OLIVEIRA/JC


Após embarcar no novo desafio, o objetivo principal era resgatar a força da Gang no mercado, feito que Ana Luiza acredita estar sendo bem sucedido na década em que está à frente da empresa. “Abrimos várias novas lojas de lá para cá. Também encerramos algumas operações, entendendo que era necessário para a força do negócio, mas nosso foco sempre foi expandir, gerar mais empregos”, afirma. Para a CEO, comandar uma marca voltada ao público jovem gera possibilidades infinitas em todas as áreas de atuação. “Da loja ao Marketing, Comercial, temos mil possibilidades para criar, inventar, colocar a criatividade à prova e fazer coisas diferentes, é muito prazeroso”, define.

Apesar de ser desafiador trabalhar com o público jovem, Ana acredita que, atualmente, existem muitas maneiras de se manter antenado no mercado. “É um superdesafio, tudo muda muito rápido. Se tu ficas dois meses sem dar atenção, já mudou, já tem uma nova tendência. Mas acredito que, hoje em dia, temos facilidades maiores do que antes, como o mundo digital, que está na mão de todo mundo, fica mais fácil acompanhar o jovem”, reflete.

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Além de manter-se atenta às gerações mais jovens, Ana reforça que, durante o tempo em que está à frente da marca, há um esforço conjunto para desvincular o termo jovem de um número específico e desenvolver mais o conceito de espírito jovem. “Estou com quase 40 anos e me visto de Gang sempre, tem muita gente +50 que usa a marca. Não é só o adolescente de 15 anos que, claro, é nosso entrante, são clientes importantes, mas que os de 20, 30 e 40 anos também possam usar. Em algum momento da tua vida, tu vais usar um básico e um jeans, isso é Gang”, pontua.

Outra característica que a CEO considera relevante para manter uma boa relação com o público-alvo é o contato direto com os clientes da marca. “Seja por meio de grupos focais ou de campanhas, as ações da Gang são realizadas com clientes reais da marca, jovens que tem admiração pela Gang ou que usam nossas roupas, essa conexão nos mantém jovens”, define. Recentemente, a marca também anunciou ser uma das patrocinadoras oficiais do Rap in Cena, festival de rap e hip hop que ocorre neste mês em Porto Alegre.