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05 de Setembro de 2023 às 21:42
GASTRONOMIA
Giovanna Sommariva, Jamil Aiquel, João Pedro Cecchini
GE
Giovanna Sommariva, Jamil Aiquel, João Pedro Cecchini
Diferentes empreendimentos de gastronomia surgem com o objetivo de fomentar a cena cultural e artística de Porto Alegre
Cultura é aposta de empreendedores para amplificar negócios em Porto Alegre
Giovanna Sommariva, Jamil Aiquel, João Pedro Cecchini
Diferentes empreendimentos de gastronomia surgem com o objetivo de fomentar a cena cultural e artística de Porto Alegre
Unir gastronomia e cultura é a aposta de diversos empreendedores que comandam novas operações na Capital. E, a partir desta quarta-feira (6), o Centro Histórico ganha um novo espaço que atende a essa demanda. Com sete restaurantes e um palco para shows, o UP Food Art é o novo complexo gastronômico e cultural da rua dos Andradas, nº 788. Localizado em um casarão dos anos 1910, o empreendimento recebeu aporte de R$ 1 milhão para reforma. A fachada histórica, contudo, foi mantida.
Unir gastronomia e cultura é a aposta de diversos empreendedores que comandam novas operações na Capital. E, a partir desta quarta-feira (6), o Centro Histórico ganha um novo espaço que atende a essa demanda. Com sete restaurantes e um palco para shows, o UP Food Art é o novo complexo gastronômico e cultural da rua dos Andradas, nº 788. Localizado em um casarão dos anos 1910, o empreendimento recebeu aporte de R$ 1 milhão para reforma. A fachada histórica, contudo, foi mantida.
A preservação parte de um carinho que Émerson Maicá, um dos sócios do novo empreendimento, conserva pelo endereço. "Moro no Centro Histórico e, há muito tempo, passo aqui pela frente. Sempre imaginava o que poderia abrir aqui", fala sobre a edificação, que estava desocupada há mais de cinco anos.
Com esse olhar atento à região, Émerson juntou-se ao sócio, Egles Notti, para dar vida às novidades. "A ideia é trazer novos serviços para a Andradas. Estamos na vanguarda da revitalização do Centro Histórico, que merece ser olhado com mais carinho", diz Émerson sobre o negócio, que abre as portas nesta quarta-feira, 6 de setembro. O UP Food Art tem sete operações gastronômicas, com opções de parrilla, sushi, massas, pizzas, hambúrgueres, cafés e petiscos. O complexo, além disso, conta com um bistrô de alimentação saudável e um bar de drinks.
A marca à frente da churrascaria é a Santa Bodega, comandada por empreendedores de Cachoeirinha. As massas e as pizzas estão sob cuidado da Otto Pizzeria, estabelecimento oriundo de Canoas. A hamburgueria e o bar para comercialização de petiscos e drinks são de marca própria do complexo.
Para além da alimentação, o UP Food Art oferece programações artísticas em palco para shows. "É um parque gastronômico, mas com um viés cultural", diz Émerson. O empreendedor também comanda o Theatro Fuga, negócio que, assim como a novidade do Centro Histórico, conta com agenda cultural.
O UP Food Art está localizado na rua dos Andradas, nº 788, no Centro Histórico. O atendimento ocorre todos os dias, das 10h à meia-noite. O espaço comporta cerca de 230 pessoas, e a entrada é gratuita.
Empreendedora leva confeitaria afetiva para o Clube de Cultura
Com mais de 20 anos de experiência na cozinha, a empreendedora Liane Moro é o nome por trás da confeitaria Filippa. A operação, criada em 2018, é a nova responsável pelo bar e pela cozinha do Clube de Cultura. Após passar quase um ano fechado, o clube abre as portas para a comunidade e projeta a retomada da agenda cultural.
Quando comandou o seu primeiro negócio, em 1998, Liane já tinha a causa cultural como propósito. "Sempre fazíamos feiras autorais, eventos com música ao vivo, roda de samba, até algumas esquetes de teatro", lembra Liane. Com o passar dos anos, o compromisso em fomentar a cena artística de Porto Alegre aumentou, e, há cerca de um mês, surgiu a oportunidade de fazer parte do Clube de Cultura, que atua desde 1950. "É unir essas duas frentes, confeitaria e cultura, que são alimentos para o coração, para o corpo", reflete a empreendedora.
Em processo de retomar a agenda cultural do espaço, o clube conta, agora, com programações musicais todas as quintas-feiras, e já tem nomes confirmados para o mês de setembro, disponíveis no Instagram (@clubedecultura). "Conforme voltar a circulação, o objetivo é aumentar as atividades culturais para, cada vez mais, movimentar a parte cultural do clube", garante Liane, que foi convidada pela tesoureira do espaço, Carolina Baumann, a assumir a cozinha. "Já conhecia o clube há muitos anos, ele tem uma história muito importante. Então, achei muito legal unirmos com a confeitaria", declara.
O cardápio do espaço busca oferecer uma culinária afetiva, garante Liane, que desenvolveu o apreço pela cozinha com a família. "Meu pai cozinhava muito, minha avó era cozinheira profissional, então tem muito dessa memória afetiva nas receitas da Filippa. Diria que cerca de 80% das receitas aqui são de família", estima. A torta de nozes com ovos moles, que custa R$ 16,00 a fatia, era sobremesa carimbada nos natais da família. "Sempre estivemos reunidos em volta da mesa, do fogão à lenha com a família, então remete muito a essa coisa afetiva, e cultura também é afeto. Tem tudo a ver com o clube", acredita.
Além dos doces, a casa dispõe de cafés, drinks e chope da Joana Artesanal, cervejaria gaúcha. O espaço também conta com uma prateleira colaborativa, que expõe produtos de pequenos empreendedores locais, além de uma arara da loja Profana, que já foi notícia no GeraçãoE e é comandada pela irmã de Liane.
Para o futuro, a empreendedora planeja incluir almoço, mas, por enquanto, a Filippa acompanha o horário de funcionamento do clube e opera como cafeteria de segunda-feira a sábado, das 11h30min às 19h.
Cervejaria abre novo bar para fomentar cultura negra na Cidade Baixa
Fundada em 2018 pelos empreendedores Diego e Daniel Dias, Marcelo Pires e Thiago Rosário, a cervejaria Implicantes nasceu com um conceito bem definido: ser um farol de representatividade negra no mercado cervejeiro. Após fechar a fábrica de produção própria durante a pandemia, a marca, agora, volta ao contato próximo com o consumidor final em um novo bar na Cidade Baixa. O Mocambo abriu as portas, no início de agosto, na rua Joaquim Nabuco, nº 46.
O novo estabelecimento segue trazendo os mesmos ideais de fomento da cultura e história negra brasileira, buscando ser um espaço de representatividade. O Mocambo oferece cervejas clássicas e autorais, mas também drinks e comidas de boteco em geral - com destaque para as pizzas -, tudo isso em um local pequeno e aconchegante. Ao entrar no ambiente, a clientela é recebida com a mensagem "Este local é livre de racismo e preconceito" e imagens de ícones históricos, como um enorme painel com a imagem de Elza Soares e quadros de personalidades como Leônidas da Silva, Malcom X e Muhamed Ali. Esses ideais se traduzem no nome do bar. Mocambo é uma palavra de origem africana, que, no imaginário popular brasileiro, tem uma conotação pejorativa, sendo sinônimo para algo pequeno e precário. Nomear o bar assim foi uma tentativa de ressignificar o termo."Tentamos mostrar que mesmo um espaço pequeno pode ser um espaço aconchegante. Chamava-se de maloca a casinha de vila. Casinha de vila é pequena, mas é organizada, e as pessoas se sentem bem recebendo os outros lá", conta Daniel.
Além disso, a ideia dos sócios é produzir eventos culturais, tanto externos quanto internos. Um dos planos é fazer eventos de rua, com o objetivo de trazer cultura, história e criar um ambiente inclusivo na Cidade Baixa. "Sempre pensamos, desde a fábrica, em fomentar a cultura. Queremos criar um ambiente em que o pessoal esteja livre, não precisa nem consumir. É para vir e dar uma olhada, passear, conhecer, ter essa experiência cultural. Botar um samba na rua, conhecer o artista local, ir na mostra de arte e ver quem é que está trabalhando", conta Marcelo, destacando que sentiam falta de um lugar com os ideais da marca na Cidade Baixa. "A ideia é trazer cultura negra e história para a Cidade Baixa, que já foi um lugar bem mais inclusivo do que é hoje", explica Marcelo.
Quando surgiu, a Implicantes era localizada no bairro Anchieta e contava com uma operação mais complexa que a atual. O empreendimento possuía sua própria fábrica e produzia ali mesmo as cervejas autorais da marca. "Sei que todo mundo gosta de falar que revolucionou o mercado, mas é com muito orgulho que a gente diz que, de fato, mudamos alguma coisa no mercado cervejeiro. Quando fechamos, conseguimos ver que outros pequenos bares e cervejarias começaram a ter mais essa pegada de representatividade", conta Marcelo. A decisão de fechar a fábrica veio durante a pandemia, frente às dificuldades do momento. Agora, com o novo ponto, o objetivo é seguir vendendo cerveja, mas com uma operação mais enxuta e menos custosa.
O Mocambo funciona de quarta-feira a sábado, das 17h até à meia-noite. Aos domingo, das 15h às 20h.