Fundada em 2018 pelos empreendedores Diego e Daniel Dias, Marcelo Pires e Thiago Rosário, a cervejaria Implicantes nasceu com um conceito bem definido: ser um farol de representatividade negra no mercado cervejeiro. Após fechar a fábrica de produção própria durante a pandemia, a marca, agora, volta ao contato próximo com o consumidor final em um novo bar na Cidade Baixa. O Mocambo abriu as portas, no início de agosto, na rua Joaquim Nabuco, nº 46.
O novo estabelecimento segue trazendo os mesmo ideais de fomento da cultura e história negra brasileira, buscando ser um espaço de representatividade. O Mocambo oferece cervejas clássicas e autorais, mas também drinks e comidas de boteco em geral - com destaque para as pizzas-, tudo isso em um local pequeno e aconchegante. "As pizzas são feitas pela Ellen Spina, cozinheira de mão cheia que ainda trabalha como freelancer em alguns bares da região, e os drinks são feitos pelo marido dela, o Giovanni, que trabalhou por anos em bares como o Dirty Old Man e até hoje trabalha no 4Bier", explica Marcelo.
A representatividade é a temática principal do empreendimento. Ao entrar no ambiente, a clientela é recebida com a mensagem "Este local é livre de racismo e preconceito" e imagens de ícones históricos, como um enorme painel com a imagem de Elza Soares e quadros de personalidades como Leônidas da Silva, Malcom X e Muhamed Ali, além de uma placa em referência à ativista Mariele Franco.
O novo estabelecimento segue trazendo os mesmo ideais de fomento da cultura e história negra brasileira, buscando ser um espaço de representatividade. O Mocambo oferece cervejas clássicas e autorais, mas também drinks e comidas de boteco em geral - com destaque para as pizzas-, tudo isso em um local pequeno e aconchegante. "As pizzas são feitas pela Ellen Spina, cozinheira de mão cheia que ainda trabalha como freelancer em alguns bares da região, e os drinks são feitos pelo marido dela, o Giovanni, que trabalhou por anos em bares como o Dirty Old Man e até hoje trabalha no 4Bier", explica Marcelo.
A representatividade é a temática principal do empreendimento. Ao entrar no ambiente, a clientela é recebida com a mensagem "Este local é livre de racismo e preconceito" e imagens de ícones históricos, como um enorme painel com a imagem de Elza Soares e quadros de personalidades como Leônidas da Silva, Malcom X e Muhamed Ali, além de uma placa em referência à ativista Mariele Franco.
Esses ideais se traduzem no nome do bar. Mocambo é uma palavra de origem africana, que, no imaginário popular brasileiro, tem uma conotação pejorativa, sendo sinônimo para algo pequeno e precário. Nomear o bar assim foi uma tentativa de ressignificar o termo.
"Mocambo é uma palavra que é sinônimo de um espaço desorganizado e pequeno, tipo uma maloca. Tentamos mostrar que mesmo um espaço pequeno pode ser um espaço aconchegante. Chamava-se de maloca a casinha de vila. Casinha de vila é pequena, mas é organizada, e as pessoas se sentem bem recebendo os outros lá. Ela sempre tem uma organização, uma limpeza, que é o que a gente tenta trazer para cá", conta Daniel Dias, um dos sócios do Mocambo
A história
Quando surgiu, a Implicantes era localizada no bairro Anchieta e contava com uma operação mais complexa que a atual. O empreendimento possuía sua própria fábrica e produzia ali mesmo as cervejas autorais da marca. Sempre com o ideal de ser um espaço representativo e de fomento à cultura e à história negra, os empreendedores acreditam que alcançaram seu objetivo e trouxeram a discussão sobre o tema para o mundo da cerveja.
"Sei que todo mundo gosta de falar que revolucionou o mercado, mas é com muito orgulho que a gente diz que, de fato, mudamos alguma coisa no mercado cervejeiro. Quando fechamos, conseguimos ver que outros pequenos bares e cervejarias começaram a ter mais essa pegada de representatividade", conta Marcelo.
Apesar do sucesso, a pandemia da Covid-19 apresentou inúmeras dificuldades aos cervejeiros. Com a alta nos insumos, baixa nas vendas e a impossibilidade de fazer eventos externos, os empreendedores viram os custos aumentarem, enquanto o faturamento caía.
"Decidimos que deveríamos parar antes que virasse algo muito negativo e estressante. A gente não ia conseguir abraçar o mundo. Paramos e pensamos ‘vamos encerrar enquanto ainda está todo mundo bem'", explica Daniel.
Assim, veio a decisão de fechar a fábrica. A operação, além de muito trabalhosa, não fazia mais sentido financeiramente. No entanto, a Implicantes já era uma marca estabelecida e os sócios não queriam encerrar o negócio, construído em muitos anos de trabalho. Portanto, seguiram produzindo cervejas colaborativas com alguns parceiros.
Com o fim da fábrica, a clientela da cervejaria sentiu falta de seus produtos, e as perguntas de "onde estão as cervejas da Implicantes" se tornaram frequentes. Então, a oportunidade de seguir produzindo em parceria com a cervejaria Zapata apareceu, e a marca voltou à ativa.
Até que veio a ideia de abrir um bar, com o objetivo de seguir vendendo cerveja, mas com uma operação mais enxuta e menos custosa.
"É um movimento que aconteceu com muitas cervejarias, para tentar ter uma redução de custos. Uma fábrica sempre acaba sendo muito custosa, e o volume de cerveja que estava saindo durante a pandemia diminuiu muito. Enquanto isso, as grandes cervejarias conseguiam continuar produzindo em grandes volumes e o público, por ter uma deficiência financeira, voltou-se ao consumo de cervejas mais baratas", explica Marcelo.
"Sei que todo mundo gosta de falar que revolucionou o mercado, mas é com muito orgulho que a gente diz que, de fato, mudamos alguma coisa no mercado cervejeiro. Quando fechamos, conseguimos ver que outros pequenos bares e cervejarias começaram a ter mais essa pegada de representatividade", conta Marcelo.
Apesar do sucesso, a pandemia da Covid-19 apresentou inúmeras dificuldades aos cervejeiros. Com a alta nos insumos, baixa nas vendas e a impossibilidade de fazer eventos externos, os empreendedores viram os custos aumentarem, enquanto o faturamento caía.
"Decidimos que deveríamos parar antes que virasse algo muito negativo e estressante. A gente não ia conseguir abraçar o mundo. Paramos e pensamos ‘vamos encerrar enquanto ainda está todo mundo bem'", explica Daniel.
Assim, veio a decisão de fechar a fábrica. A operação, além de muito trabalhosa, não fazia mais sentido financeiramente. No entanto, a Implicantes já era uma marca estabelecida e os sócios não queriam encerrar o negócio, construído em muitos anos de trabalho. Portanto, seguiram produzindo cervejas colaborativas com alguns parceiros.
Com o fim da fábrica, a clientela da cervejaria sentiu falta de seus produtos, e as perguntas de "onde estão as cervejas da Implicantes" se tornaram frequentes. Então, a oportunidade de seguir produzindo em parceria com a cervejaria Zapata apareceu, e a marca voltou à ativa.
Até que veio a ideia de abrir um bar, com o objetivo de seguir vendendo cerveja, mas com uma operação mais enxuta e menos custosa.
"É um movimento que aconteceu com muitas cervejarias, para tentar ter uma redução de custos. Uma fábrica sempre acaba sendo muito custosa, e o volume de cerveja que estava saindo durante a pandemia diminuiu muito. Enquanto isso, as grandes cervejarias conseguiam continuar produzindo em grandes volumes e o público, por ter uma deficiência financeira, voltou-se ao consumo de cervejas mais baratas", explica Marcelo.
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O bar Mocambo: uma nova era da Implicantes
Apesar da mudança no mercado cervejeiro impulsionada pelo negócio, os empreendedores ainda sentiam falta de um lugar com os ideais da marca na Cidade Baixa.
"Ainda estava faltando um pouquinho dessas ideias por aqui. Por isso, a ideia do novo bar é trazer cultura negra e história para a Cidade Baixa, que já foi um lugar bem mais inclusivo do que é hoje", explica Marcelo.
Os sócios Daniel, Diego, Marcelo, Thiago e Ricardo - empreendedor que entrou na sociedade com a criação do bar - eram frequentadores de botecos da região e, por isso, quiseram trazer essa pegada para seu próprio empreendimento.
O carro-chefe, sem dúvida, são as cervejas. O empreendimento oferece uma variedade de cervejas clássicas e autorais, com foco para a Brown Lagger. Produzida em parceria com a Zapata, a criação da Implicantes é esperança de prêmios para a marca.
"Criamos ela pra ser um pouco mais leve, para acabar com essa ideia de que a cerveja escura é mais forte, que só pode tomar quando está frio. Tu podes tomar ela quando e onde quiseres. Inscrevemos em um concurso e esperamos que possa nos trazer um troféu", conta Ricardo, orgulhoso do produto oferecido no bar.
"Ainda estava faltando um pouquinho dessas ideias por aqui. Por isso, a ideia do novo bar é trazer cultura negra e história para a Cidade Baixa, que já foi um lugar bem mais inclusivo do que é hoje", explica Marcelo.
Os sócios Daniel, Diego, Marcelo, Thiago e Ricardo - empreendedor que entrou na sociedade com a criação do bar - eram frequentadores de botecos da região e, por isso, quiseram trazer essa pegada para seu próprio empreendimento.
O carro-chefe, sem dúvida, são as cervejas. O empreendimento oferece uma variedade de cervejas clássicas e autorais, com foco para a Brown Lagger. Produzida em parceria com a Zapata, a criação da Implicantes é esperança de prêmios para a marca.
"Criamos ela pra ser um pouco mais leve, para acabar com essa ideia de que a cerveja escura é mais forte, que só pode tomar quando está frio. Tu podes tomar ela quando e onde quiseres. Inscrevemos em um concurso e esperamos que possa nos trazer um troféu", conta Ricardo, orgulhoso do produto oferecido no bar.
Além disso, a ideia dos sócios é produzir eventos culturais, tanto externos quanto internos. Um dos planos é fazer eventos de rua, com o objetivo de trazer cultura, história e criar um ambiente inclusivo na Cidade Baixa.
"Sempre pensamos, desde a fábrica, nessa questão de tentar fomentar a cultura. Queremos criar um ambiente em que o pessoal esteja livre, não precisa nem consumir. É para vir e dar uma olhada, passear, conhecer, ter essa experiência cultural. Botar um samba na rua, conhecer o artista local, ir na amostra de arte para dar uma olhada e ver quem é que tá trabalhando", conta Marcelo.
"Sempre pensamos, desde a fábrica, nessa questão de tentar fomentar a cultura. Queremos criar um ambiente em que o pessoal esteja livre, não precisa nem consumir. É para vir e dar uma olhada, passear, conhecer, ter essa experiência cultural. Botar um samba na rua, conhecer o artista local, ir na amostra de arte para dar uma olhada e ver quem é que tá trabalhando", conta Marcelo.
Informações gerais
O Mocambo funciona de quarta-feira a sábado, das 17h até à meia-noite. Aos domingo, das 15h às 20h.