Um pedacinho do Uruguai no Bom Fim. É com essa proposta que Lucas Tatit Menegassi comanda o El Churrero há oito anos. Com receitas artesanais que aprendeu no país vizinho, o empreendedor busca diminuir a distância entre o Uruguai e a capital gaúcha.
Natural de Júlio de Castilhos e de família empreendedora, Lucas sempre sonhou em abrir o próprio negócio - e até teve algumas experiências enquanto morava no Interior. Mas, quando se mudou para a Capital, em 2000, sabia que estava entrando em território profissional. "Aqui em Porto Alegre, não poderia brincar, tinha que ser algo muito legal mesmo, não queria ser só mais um", admite Lucas.
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O desejo de empreender cresceu cada vez mais até que, em 2014, após anos trabalhando com Marketing, Lucas teve o insight que tanto esperava. "Sabia que tinha essa vontade, mas não sabia exatamente o que era. Um dia, estava no Uruguai, comendo churros em uma churreria famosa de lá, e aí me deu um estralo. Do nada, decidi que abriria uma loja de churros", lembra o empreendedor sobre o início do negócio. A partir daí, a dedicação foi ao estudo, e Lucas fez questão de aprender as técnicas do quitute no país de origem. "A receita da nossa massa é uruguaia, o doce de leite também é uma receita artesanal de lá, o chimichurri é feito exatamente como se faz no Uruguai, mas fui adaptando", afirma Lucas.
Quando o El Churrero abriu as portas, o cardápio contava com apenas três opções de recheios de churros. Hoje, com mais de 10 sabores disponíveis, a casa também é reconhecida pelo pancho, mudança feita por Lucas para atender a demanda da clientela. "Com o tempo, as pessoas pediam por algo salgado no cardápio. Temos um churros maravilhoso de cream cheese e parmesão, mas os clientes tinham receio, era algo muito novo. Então, comecei com o pancho nas quintas-feiras e, hoje, fazemos todos os dias", lembra o empreendedor.
Recentemente, o menu do espaço expandiu e, agora, conta com uma opção especial para as crianças, o sabor unicórnio. Para Lucas, são essas atualizações constantes que mantêm o negócio vivo.
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"Quando abri a loja, achei que seriam só três sabores de churros, mas amadureci muito nessa questão, de entender que não era só o que eu queria, que precisava adaptar o negócio para fazer sucesso, ser mais flexível", reflete. "Hoje, tu comes churros até com sorvete aqui, mas coisas que eu criei, fui adaptando às necessidades, aos pedidos dos clientes", acrescenta.
A dica do empreendedor para quem está iniciando um negócio - ou sonha com isso -, é ter curiosidade. "Precisa ter um olho lá na frente e o outro na tua volta. Não dá para querer fazer sempre a mesma coisa, são coisas que o tempo ensina", pontua Lucas, que também reforça a importância de o empreendedor, principalmente, na área da Gastronomia, ter autonomia sobre todos os seus processos.
"Precisa ter noção total da cozinha, de todos os processos, além de saber pelo menos o básico de gestão e administração. Não dá só para ficar sentado e achar que o negócio vai acontecer", ressalta.
Não são muitos os planos para o futuro. Apesar de, no início do negócio, ter sonhado em abrir várias lojas do El Churrero, hoje, o empreendedor pretende manter-se no mesmo espaço. "Sei que é pequeno, mas tenho domínio sobre isso aqui. Nosso negócio é muito artesanal, tenho medo de ampliar e não ser a mesma coisa", declara.