Na segunda edição do Bora, GE na Região Metropolitana, empreendedores de Canoas, terceira maior cidade do Estado, confirmam o ambiente pujante para os negócios

Resiliência e criatividade marcam negócios de Canoas


Na segunda edição do Bora, GE na Região Metropolitana, empreendedores de Canoas, terceira maior cidade do Estado, confirmam o ambiente pujante para os negócios

 
 

Após crise de burnout, Bruna Trufas reduz operação e aumenta faturamento da marca

Confeitaria enxuta. Esse foi o formato adotado por Bruna Tossi Longarai, empreendedora à frente da marca de doces Bruna Trufas, depois de ser diagnosticada com doença de Crohn e enfrentar uma crise de burnout. A marca surgiu em 2010 e, no seu auge, contou com unidades em Canoas, Porto Alegre e uma fábrica para produção própria. No ano passado, Bruna optou por enxugar as operações e, hoje, atua com um delivery, localizado na garagem de casa, além de oferecer cursos de confeitaria e mentoria personalizada.
Quando começou a sua trajetória no ramo da confeitaria, Bruna vendia trufas na universidade. Em pouco tempo, já faturava cerca de R$ 500,00 por dia, mas, com o aumento da demanda, os doces passaram a tomar conta da sua rotina. Sentindo que já havia encontrado sua vocação, ela desistiu da faculdade para focar 100% no negócio. "Além das trufas, eu estudava, fazia estágio e trabalhava. Sempre me preocupei muito em dar orgulho para a minha família, me preocupava com o que as pessoas iriam pensar, então desistir da faculdade de Direito na Pucrs, com bolsa integral, para vender trufa na rua, foi uma decisão louca, muito difícil", admite a empreendedora.
Após um ano, Bruna abriu a primeira loja da marca em Porto Alegre. Pouco tempo depois, surgiu a segunda unidade, desta vez, em sua cidade natal, Canoas. Mas, apesar do crescimento operacional, o faturamento do negócio não parecia compensar o trabalho. "Parece bobo hoje, mas, na época, não sabia que precisava ter um controle financeiro, que precisava cuidar isso e aquilo, ter colaboradores com funções bem definidas", reconhece a empreendedora, que, no mesmo ano, recebeu o diagnóstico da doença de Crohn, enquanto estava grávida da sua primeira filha. "A doença foi me incapacitando e, pela primeira vez, tive de me permitir ficar doente, permitir cuidar de mim mesma. Essa é uma das coisas que mais prego para as minhas alunas. A última coisa que as confeiteiras fazem - principalmente as que são mães - é olhar para si mesmas. Então, hoje, prego muito que, para poder cuidar da empresa, precisa cuidar de si mesma, porque a empresa não existe sem um CPF", aconselha.
Em 2018, Bruna decidiu passar mais tempo perto da família e, para isso, fechou a loja e o delivery da Capital e passou a operar apenas no espaço de Canoas. "No primeiro dia, já vendeu mais do que com as duas lojas de Porto Alegre juntas, atribuo isso pelo fato de estar mais perto do negócio, aprender a delegar e ao delivery", compreende. Em três meses com uma só operação, o faturamento da marca passou de R$15 mil para R$ 75 mil. "Foi surreal, mergulhei mesmo no negócio, com muita entrega, e começou a render financeiramente, mesmo sendo um lugar pequeno, o pessoal ia muito, fazia fila", lembra.
Dias antes do início da pandemia de Covid-19, em 2020, Bruna abriu mais dois espaços na Capital, e, pouco depois do anúncio do isolamento social, descobriu que estava grávida do segundo filho. Durante o período de reclusão, teve de lidar com o fato de que, por conta da doença de Crohn, não poderia mais comer os doces que produzia. "A doença foi agravando e foi muito difícil de aceitar isso, que era o meu negócio, mas eu não poderia comer. E não era comercial falar que eu não comia meus próprios doces. Foi quando vi pessoas com a doença, que por me verem comendo, pensavam que poderiam comer também e passavam mal, que começou a bater nos meus valores. Nesse momento, não dava mais para não falar", admite Bruna, que, na mesma época, começou a sentir os sintomas do burnout.
"Demorei para procurar um psiquiatra, acho que é bem comum. Todo mundo pensa que é coisa de louco, vai tomar remédio como se fosse a pior coisa do mundo, mas, quando procurei e comecei a ajustar a medicação, finalmente foi me trazendo mais qualidade de vida. Mas, ao mesmo tempo, vi que não aguentava mais essa rotina", confessa a empreendedora, que, na época, estava com três lojas, contemplando Canoas e Porto Alegre, e uma fábrica. "Estava tudo estruturado, tinha um faturamento expressivo, mas estava muito infeliz, não aguentava mais aquela estrutura, mas o que eu iria fazer com o meu ego? Todo mundo me elogiava, que eu vim do zero para três lojas e uma fábrica, mas, dentro de casa, não conseguia levantar da cama. Além do trabalho, também sou mãe, tenho dois filhos, uma enteada, sou uma pessoa, tenho vida social. Foi quando comecei a pesquisar e encontrei a confeitaria enxuta", rememora.
Em 2022, Bruna registrou a marca Confeitaria Enxuta e adotou o modelo de trabalho para si. Após participar de um evento em São Paulo, a empreendedora teve certeza de que precisava desacelerar o ritmo. "Lá, eu era famosa, as pessoas só me viam pela internet, então chegavam e tiravam fotos, diziam que queriam ser igual a mim, e eu sabendo o quanto estava doente. Liguei chorando para o meu marido e falei que não aguentava mais", conta. Dias depois, iniciou o processo de fechar as lojas, reduzir pessoal e, cada vez mais, se encaminhar para um modelo de negócio enxuto. Hoje, a empreendedora realiza as produções do delivery, que atende a Capital e Canoas, em uma cozinha na garagem de casa, com o auxílio de duas funcionárias, e conta com um estúdio no segundo andar, espaço que utiliza para gravar vídeos de receitas, cursos e mentorias. "Se eu não tivesse a trajetória que tenho, mas estivesse aqui, na garagem de casa, fazendo doce e vendendo para caramba, as pessoas iriam falar para abrir um espaço físico. É muito cultural, também é uma questão de status, mas precisei parar de pensar no que os outros iriam achar e organizar a minha vida", reflete sobre a decisão.
Nos cursos de confeitaria e de planejamento de negócios, Bruna compartilha sua trajetória e oferece o apoio profissional que não teve quando começou no ramo. "Passei na pele todas as etapas que se pode imaginar: vender na rua, para o cliente final, ter loja, ter delivery, ter uma estrutura gigantesca, trabalhar de casa, ter fábrica, tudo mesmo. Mas vi que era muito mais simples do que eu pensava. Muitas alunas acham que não, que é muito difícil ganhar dinheiro assim, mas tem histórias incríveis, de mulheres que saíram do fundo do poço, que se tornaram independentes financeiramente, que conseguiram matricular o filho em uma escola particular, que mudaram de vida", orgulha-se.
Mais informações sobre os cursos e pedidos no Instagram @brunatrufas.

Desde 1980, Rapach Lanches é referência de xis em Canoas e mira chegada à Capital

Quando chegou em Canoas, em 1974, o gaúcho Antonio Odir Rapach não imaginava que seu sobrenome daria vida a uma das lanchonetes mais tradicionais da cidade. Natural de Barra do Ouro, distrito da cidade de Maquiné, Antonio abriu a primeira unidade da Rapach Lanches em 1980. Hoje, o empreendedor é responsável por cinco operações na cidade, quatro lanchonetes e uma pizzaria, que toca ao lado da família, além de uma lancheria em Novo Hamburgo e outra em São Leopoldo.

Conhecida como a cidade do xis, Antonio lembra que Canoas nem sempre contou com tantas opções gastronômicas. “Quando começamos, lá em 1980, só tinha a gente, o Passoquinha e outras poucas opções, mas a cidade cresceu muito. As pessoas fazem muitas refeições fora de casa hoje, então, tem muita coisa boa, o que é bom, porque o mercado cresce”, pontua o empreendedor, que acredita, ao longo dos anos, ter contribuído para que a cidade se tornasse referência no lanche. “É uma responsabilidade gigantesca, mas ficamos felizes com esse reconhecimento, com certeza fizemos parte dessa história”, afirma Antonio.
Um dos segredos para tornar um negócio longevo, de acordo com o empreendedor, é manter-se acessível ao mercado. “Nosso objetivo sempre foi produzir o melhor lanche e com o melhor preço, não adianta querer fazer algo que o mercado não pode pagar”, pondera Antonio. Para isso, a estratégia do empreendedor é manter o negócio sustentável. “Sempre tento reinvestir o que ganho no negócio, é o meu jeito de fazer as coisas. Todos os nossos espaços são próprios, a energia é solar, buscamos reduzir custos fixos para ter mais tranquilidade no dia a dia”, explica Antonio, que conta com a ajuda da família no comando das lanchonetes, ponto que acredita ser indispensável para o sucesso da Rapach. “O chapista aqui é o meu primo. Em Novo Hamburgo, é outro primo. Aqui em Canoas, na avenida Niterói, é a minha irmã, em toda unidade tem gente da família”, comenta.

Com o passar dos anos, novos estabelecimentos foram surgindo na cidade, muitos no ramo da gastronomia, mas o que pode ser motivo de medo para alguns empreendedores, para a família Rapach, é motivação. “A concorrência te faz pensar diferente, te estimula a inovar, ir atrás de novas ideias, vemos como uma forma de melhoria para todo mundo, principalmente para o consumidor, porque força o mercado a se movimentar, melhorar”, reflete Lucas, filho de Antonio, que já atua no negócio e tem planos de seguir o legado do pai. “Aos poucos vamos saindo e os filhos vão entrando, tenho três filhos, o Lucas e a Raquel, que já estão no negócio, e a Jéssica. Espero que eles continuem, senão nada disso aqui tem sentido”, considera o patriarca da família.
Mas, apesar de estar de olho no futuro da Rapach, Antonio não planeja se afastar do negócio tão cedo. “Comecei a trabalhar aos sete anos, na roça, e não penso em me aposentar. Quero continuar até o último dia, trabalhando menos, de agora em diante, mas essa é a minha meta de vida”, garante, orgulhoso da sua trajetória. Com o objetivo de estimular o empreendedorismo local, a Rapach Lanches participou da criação de uma cozinha no banco de alimentos da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CICS) de Canoas para capacitação de pessoas em situação de vulnerabilidade social. “É um trabalho social, mas que serve para treinar a mão de obra, auxiliar essas pessoas de alguma forma”, comenta Antonio. A família também faz questão de estar presente em entidades locais voltadas ao empreendedorismo, como a Câmara de Dirigentes e Lojistas de Canoas (CDL), onde compartilha experiências com outros empreendedores da cidade. São mais de 15 sabores de xis disponíveis na casa, com valores que variam entre R$ 25,00 e R$ 42,00, mas o carro-chefe da Rapach, de acordo com Antonio, é o xis salada. “O tradicional é o que mais sai. Mas também temos opções como o costelão, que surgiu como uma forma de trazer esse apelo do gaúcho, do churrasco. É um xis com 100% de carne de costela moída e temperada só com sal”, descreve Lucas.

Destaques do Rapach

O cardápio também conta com torradas, cachorro-quente, porções de fritas e espetinhos. Para o futuro da operação, a família não descarta abrir uma unidade em Porto Alegre, mas Antonio garante que deixar Canoas nunca foi uma opção. “Cheguei aqui sem nem um real, me fixei na cidade, criei família e nunca pensei em sair. Canoas melhorou muito nos últimos anos, como cidade, como comércio, é muito bom viver aqui”, garante o empreendedor.

Onde encontrar o Rapach

Canoas: rua Venâncio Aires, nº 2505, bairro Niterói.
de segunda-feira a domingo, das 11h às 23h30min.
Canoas: avenida Inconfidência, nº 550, no Centro.
de segunda-feira a domingo, das 11h às 2h.
Canoas: rua Ver. Antônio Ferreira Alves, nº 417, bairro Mathias Velho.
de segunda-feira a domingo, das 11h à meia-noite.
Canoas: avenida Inconfidência, nº 68, bairro Mal. Rondon.
de segunda-feira a domingo, das 11h à meia-noite.
Pizzaria Casa Rapach: rua Ver. Antônio Ferreira Alves, nº 453, no centro de Canoas.
de segunda-feira a sábado, das 11h às 23h50min.
 

Churrascaria Jardim do Lago cativa clientela de Canoas há 19 anos

Prestes a comemorar 20 anos de operação, a Churrascaria Jardim do Lago celebra, também, a relação sólida com a clientela de Canoas. Quem garante isso é Cezar Luiz Mazocco que, ao lado dos sócios Moisés Mazocco e Luis Carlos Bernadon, comanda o negócio, que fica na rua Dona Rafaela, nº 386.
Apesar das duas décadas de operação, a relação de Cezar com o empreendedorismo veio antes disso. Em 1990, ele começou a tocar seu primeiro negócio em Nova Santa Rita. Após algumas experiências à frente de restaurantes, a família decidiu investir em um espaço próprio. Assim, em 2004, nasceu a Churrascaria Jardim do Lago. "O prédio foi desenvolvido para a churrascaria. Inicialmente, no segundo piso da casa seria um salão de eventos, mas trabalhamos assim só um ano. Vimos que tinha uma possibilidade maior e, então, criamos a pizzaria, depois o buffet de grelhados e a tele-entrega de pizza", lembra sobre a operação, que, hoje, é dividida em três frentes. No primeiro andar, durante o almoço e o jantar, funciona a churrascaria. No segundo piso do espaço, durante o dia, funciona um buffet com grelhados que, à noite, dá espaço para o rodízio de pizzas.
Cezar conta que o cenário dos negócios de Canoas é muito diferente de 2004. Antes, segundo o empreendedor, a cidade funcionava como dormitório, ficando de fora nos momentos de lazer. Hoje, a percepção é outra. "Mudou bastante. No começo, era muito mais sofrido, porque Canoas era conhecida como uma cidade dormitório. Nesse eixo (da rua), somos os primeiros. Depois, veio o shopping, muitos comércios, e isso nos ajuda. Hoje, a conscientização da população de Canoas está completamente diferente", garante Cezar, que vê de forma muito positiva a chegada de novos negócios à cidade da Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA).
"Como o público tem mais opções, ele não precisa se deslocar, então, se torna um círculo vicioso favorável", pontua. Apesar das diversas frentes, Cezar garante que o carro-chefe do negócio segue sendo a churrascaria, que opera todos os dias para almoço e jantar, exceto no domingo à noite. São duas opções de rodízio para os amantes de carne: o tradicional, que custa R$ 86,90, e conta com 20 cortes. Já o premium custa R$ 131,90 e oferece 30 tipos de carne. A operação que, em um dia positivo, recebe mais de 400 clientes planeja, em breve, uma remodelação do negócio, que deve começar pelo espaço físico. A partir dessa atualização, Cezar projeta, também, a mudança na operação do restaurante, já que percebe no sistema de rodízio um gargalo para o desperdício de alimentos. "No futuro, não sei quanto tempo vai demorar, mas vai desaparecer o rodízio", acredita o empreendedor, garantindo que a mudança não tem data para acontecer. "Tem que fazer as mudanças aos poucos", afirma.
Perto dos 20 anos de operação, Cezar acredita que o diferencial do negócio é ser familiar, além de ter uma gestão presente. "Tem que estar junto, pelo menos alguém da administração tem que estar perto. Se não, vemos o que acontece com vários negócios, que começam bem e é aquele fogo de palha, em dois ou três anos desaparecem", percebe o empreendedor, que compartilha um conselho para a longevidade dos negócios. "Tem que fazer constantes investimentos", afirma.

Esportes radicais para todas as idades são aposta de diversão em Canoas

Empreender, muitas vezes, é uma aventura. Essa é a percepção de Danilo Nichele e Rafael Merten. Eles abandonaram carreiras já consolidadas para se arriscarem no mundo dos negócios. O segmento escolhido amplifica a coragem demonstrada pelos empreendedores. Os primeiros disparos na nova profissão foram com a Arena Wood, espaço com foco nos esportes radicais que opera, há 15 anos, em Canoas.
O estabelecimento oferece diversas opções relacionadas ao nicho, como paintball e tiro ao alvo com equipamentos inspirados em armamentos reais. Atividades de menor impacto, como o gel blaster - que utiliza armas que lançam bolinhas de gel à base de água -, também são alternativas. O objetivo da Arena Wood é ofertar esportes radicais para públicos de todas as idades.
Mas essa diversidade nem sempre foi uma realidade do negócio. Em 2008, quando ainda operava dentro de uma área de rodeio, a Arena Wood estava restrita aos estereótipos. "Nosso público era basicamente homem adulto, mas sempre lutamos para mudar isso. Até hoje, recebemos perguntas do tipo 'mulher pode jogar?'. E eu respondo: 'por que não poderia?', diz Rafael, que busca livrar-se dos rótulos dos esportes radicais.

Esportes para todas as idades

O redirecionamento do público veio junto com a mudança de endereço, em 2013. "Hoje, nosso maior movimento é de aniversário infantil", observa Rafael sobre os impactos do realocamento do negócio para uma região mais próxima ao centro de Canoas. O negócio opera na rua David Canabarro, nº 532, e disponibiliza um quiosque com churrasqueira de forma gratuita para a realização das comemorações. "Eles ficam muito eufóricos. É algo que sai do cotidiano deles. Fica aquela adrenalina boa", percebe Danilo sobre o comportamento das crianças.
Com maior adesão do público, a Arena Wood passou a investir também em outras vertentes do entretenimento, como o escape game. Neste, os participantes são trancados em uma sala e têm até 60 minutos para desvendar os mistérios e escapar dela. "Achava que era jogo de nerd, mas fui convencido e me viciei na hora", recorda Rafael, que, em 2015, teve a sua primeira experiência com o jogo de enigmas. "Gostei tanto quando joguei lá em São Paulo, mas procurava aqui e não tinha", acrescenta.
Essa foi a virada de chave para Rafael e Danilo acrescentarem o escape game às opções da Arena Wood. Hoje, o negócio conta com duas salas temáticas: camarote (onde os participantes são desafiados a desarmar uma bomba) e bunker (onde são convocados para a invasão de um bunker no meio da floresta). "Queremos o título de escape game mais difícil do Brasil", ousa Rafael. Os valores partem de R$ 45,00 por pessoa. Em breve, uma nova sala, apelidada de Egito, deverá ser adicionada à operação.

Inovação no entretenimento de Canoas

Mas as novidades, ao menos no ramo do entretenimento, ainda não são uma tendência na região metropolitana de Porto Alegre, como dizem os sócios da Arena Wood. "Canoas sempre teve o título de cidade-dormitório. Com a vinda do ParkShopping, começaram a chegar outros empreendimentos. Cresceu muito em restaurantes e bares, mas a parte de entretenimento ainda tem que evoluir bastante", observa Rafael, que planeja ser pioneiro quanto às inovações do segmento em Canoas.
Para o futuro, os proprietários da Arena Wood planejam ampliar o espaço físico e o conceito do negócio, aproximando-o da ideia de um parque. "Pensamos em começar esse projeto com paintball, escape game, airsoft, tirolesa, arvorismo, entre outros", almeja Rafael, que, além de comandar o negócio em Canoas, é responsável por atividades do segmento no Acqua Lokos, em Capão da Canoa.

Informações gerais

Na Arena Wood, os valores das partidas de paintball, carro-chefe do empreendimento, partem de R$ 49,00 por pessoa. O gel blaster segue o mesmo preço. É recomendado, no mínimo, oito jogadores por rodada.
A partir de R$ 15,00, os visitantes podem se divertir no tiro ao alvo com equipamentos que simulam armamentos reais. Todas as atividades, incluindo o escape game, devem ser agendadas pelo WhatsApp (51) 99955-1075.

Casal combina confeitaria, cafeteria e bistrô em única operação em Canoas

Comandado pelo jovem casal Tamires Fetter e Pedro Branchi, o Ah Casa Café e Bistrô oferece aos seus clientes almoço, café da tarde e jantar. Localizado na avenida Farroupilha, nº 3989, no bairro Marechal Rondon, o empreendimento combina bistrô, cafeteria e confeitaria em um ambiente aconchegante e bem iluminado.
A ideia do negócio surgiu quando Tamires e Pedro ainda eram estudantes universitários. O casal estava em intercâmbio em Portugal e se interessou pelo empreendedorismo em uma disciplina da faculdade. Ao retornar ao Brasil, a dupla resolveu abrir o próprio negócio.
Inicialmente, eles estavam em busca de uma sala para iniciar uma operação de delivery de saladas. Um café com bistrô não era a primeira opção da dupla, que, por inúmeros motivos, não conseguiu dar continuidade ao empreendimento dos sonhos. Até que, em 2019, surgiu a oportunidade de assumir o Zita's Café, uma cafeteria local frequentada pelo casal.
"O dono dessa cafeteria nos ofereceu um negócio. A proposta dele era assumirmos as dívidas. Então, a gente não entrava com aporte, apenas assumia as dívidas e tocava a cafeteria a partir dali", conta Tamires.
Pelo apego emocional que nutriam pelo café e pela oportunidade de adquirir um negócio sem um grande investimento, Tamires e Pedro resolveram aceitar e assumiram o Zita's Café. Em pouco tempo, a dupla colocou sua cara no negócio: alterou o cardápio e, em janeiro de 2020, alterou o nome da operação para Ah Casa.
"Trocamos o nome e viemos com uma nova proposta. Aí sim, era a nossa identidade, os nossos produtos e a qualidade que sempre pensamos em oferecer", explica Tamires.
A principal mudança do negócio aconteceu durante a pandemia. Sem poder receber público, a operação teve de se adaptar, passando a focar quase exclusivamente no delivery. Sem muita experiência em uma operação tele-entrega, o Ah Casa foi aprendendo com as demandas dos clientes.
"Enfrentamos um baita desafio. O pessoal nos ligava e perguntava 'vocês fazem cuca? E produto congelado?'. Fomos nos adaptando. Saímos muito do nosso dia a dia para conseguir sobreviver. Também foi nessa época que a confeitaria fortaleceu muito", conta Tamires.
Com a operação focada no delivery, a parte da confeitaria virou a preferência da clientela e, segundo a empreendedora, é, até hoje, o segmento mais estabelecido do negócio. No entanto, os empreendedores desejam mudar esse cenário. Além da confeitaria, o Ah Casa oferece almoço executivo, massas, peixes e cafés, e a dupla busca fortalecer essas outras frentes do negócio.
A ideia de oferecer opções para diferentes refeições do dia é um dos ideais por trás do empreendimento. Segundo Tamires, foi isso que inspirou o slogan do Ah Casa. "Conseguimos estar presente em todos os momentos do dia dos nossos clientes. Trazemos a frase 'compartilhando bons momentos' justamente por isso", conta.
Além do atendimento diário, o espaço opera para eventos internos e externos. Para fazer uma festa no local, que comporta de 60 a 80 pessoas, é apenas necessário reservar com antecedência e fazer o orçamento. O estabelecimento também faz noites temáticas e confraternizações próprias, como noite mexicana e noite de comédia.
Tamires acredita que empreender em Canoas tem seus pontos positivos e negativos, mas destaca a boa relação com os outros empreendedores e o recente crescimento da região. "Vejo que tem muito negócio crescendo em Canoas, muita coisa nova vindo para cá. Estamos saindo um pouco das sombras de Porto Alegre. Estou no CDL aqui de Canoas e dentro dessas entidades a gente consegue trocar muita figurinha. São pessoas que estão empreendendo há muitos anos em diversos segmentos, e assim tu consegues ter uma boa troca", explica Tamires.

Informações Gerais

O Ah Casa Café e Bistrô funciona de terça a sexta, das 11h às 22h, sábado das 9h às 22h e, aos domingos, das 12h às 20h. As encomendas podem ser feitas pelo Ifood ou pelo perfil no Instagram (@ahcasaencomendas_).

Hamburgueria de Canoas temática de capivara chega a Porto Alegre

A Capim Burger é uma das novidades do bairro Rio Branco em Porto Alegre. Mas, antes de chegar à Capital, a marca conquistou - e ainda conquista - a clientela de Canoas. A hamburgueria está localizada na rua Açucena, nº 1258, e aposta na temática de capivara para se diferenciar no nicho.
O negócio estampa essa ideia em bichinhos de pelúcia, camisetas, rótulos e na decoração do ambiente. Apesar do conceito ter surgido com o viés de apresentar as carnes exóticas ao mercado, não são servidos hambúrgueres de capivara.
Charles Peixoto, Guilherme Lepke e Matheus Fortes são os proprietários da operação. Foi em 2020 que o trio deu os primeiros passos no empreendedorismo. Na época, muitas pessoas - algumas por necessidade devido à pandemia - também decidiram apostar no ramo, e a concorrência, como contam os sócios, estava em seu auge.
A solução foi diferenciar a Capim Burger das demais operações. O hambúrguer se manteve, mas os demais braços do negócio sofreram alterações. "O que virou a chave foi mudar a forma de se comunicar. Começamos a fazer vídeos engraçados, uma pegada mais de humor e menos de comida. Ter um hambúrguer bom é o mínimo, o resto fomos agregando", diz Charles, que acredita que a comunicação seja o principal diferencial da Capim Burger.
Mas o que realmente mudou os rumos da hamburgueria foi a mudança para Porto Alegre. Inaugurado em junho deste ano, o ponto na Capital, na rua Liberdade, nº 108, impactou - e muito - no faturamento da marca. A Capim Burger passou de uma receita de R$ 40 mil para R$ 150 mil mensais.
A expansão para novos espaços, contudo, não inibe o crescimento em Canoas, cidade natal do empreendimento. "Estamos construindo um polo gastronômico aqui na cidade. Porto Alegre já está mais consolidado, é bem mais difícil se inserir lá. Canoas também tem muitas opções, mas ainda dá para se destacar", avalia Charles, valorizando a importância da Região Metropolitana para a operação. "Tem dias que não conseguimos comportar toda a clientela, até pensamos em mudar para outro ponto maior em Canoas", complementa.
Mas encontrar esse novo endereço tem sido um problema. "Em Porto Alegre, tu tens o 4º Distrito, o Rio Branco, a Cidade Baixa, a Zona Sul. Dá para se alimentar bem em diversos pontos da cidade. Em Canoas, não temos isso. Está tudo concentrando em um lugar só, entre a avenida Dr. Sezefredo e a rua Açucena", destaca o empreendedor, acrescentando que é na cidade que acontece toda a produção de insumos da Capim Burger.
Entre hambúrgueres tradicionais, smash burgers e vegetarianos, o estabelecimento oferece cerca de 15 opções de lanches. O destaque, nesse sentido, é o american burger, que leva duas carnes, uma fusão de queijo prato e provolone, maionese, cebola caramelizada, bacon e picles. Acompanhada de fritas, a alternativa custa R$ 39,00. Em breve, um hambúrguer com carne de jacaré deve ser adicionado ao menu.
No último sábado, a Capim Burger realizou a doação de 300 hambúrgueres para uma escola municipal de Canoas. "Para celebrar os três anos de Capim, iríamos fazer uma promoção superagressiva. Acabamos mudando de ideia e fizemos um projeto social, abordamos bastante esse tema", diz Charles.
Para além do fast-food, a Capim Burger possui drinks e cervejas autorais no cardápio, como a IPA com capim limão. A opção está precificada em R$ 18,00. A pelúcia de capivara, um dos souvenirs mais procurados pela clientela, parte de R$ 60,00. Outras lembrancinhas também estão disponíveis a partir de R$ 25,00.

Informações gerais

Em Canoas, a Capim Burger está localizada na rua Açucena, nº 1258. Já em Porto Alegre, na rua Liberdade, nº 108. O horário de atendimento nas duas sedes é o mesmo: de terça-feira a domingo, das 18h às 23h30min.