Operando há uma semana, o Milonga pretende levar à Cidade Baixa um clima mais intimista

Bar abre na Travessa dos Venezianos inspirado pela milonga e pela cultura do Pampa


Operando há uma semana, o Milonga pretende levar à Cidade Baixa um clima mais intimista

 É entre as ruas Lopa Gonçalves e Joaquim Nabuco que fica um dos pontos mais icônicos de Porto Alegre. A Travessa dos Venezianos, uma pequena via com 17 casas, cada uma de uma cor, tombadas pelo patrimônio histórico da Capital, agora abriga um novo bar, que nasceu inspirado pela cultura do Pampa. O Milonga, comandado por Roni e Pepe Martini, pai e filho, opera também como espaço cultural e pretende levar para o bairro mais boêmio da cidade um clima mais intimista para o número 38 da via. 
 É entre as ruas Lopa Gonçalves e Joaquim Nabuco que fica um dos pontos mais icônicos de Porto Alegre. A Travessa dos Venezianos, uma pequena via com 17 casas, cada uma de uma cor, tombadas pelo patrimônio histórico da Capital, agora abriga um novo bar, que nasceu inspirado pela cultura do Pampa. O Milonga, comandado por Roni e Pepe Martini, pai e filho, opera também como espaço cultural e pretende levar para o bairro mais boêmio da cidade um clima mais intimista para o número 38 da via. 
 O Milonga, no entanto, é a segunda aventura da dupla na Travessa dos Venezianos. Em 2019, eles abriram o Guernica, bar que segue operando. Mas a dinâmica do negócio, aliada com o desejo de tocar outros projetos, fez com que os sócios passassem o projeto para o comando de amigos. Agora, a ideia é estar à frente de um bar longevo, pensado para ser um espaço que respira a cultura sul-americana e que sirva de ponto de encontro para os músicos. "É um pequeno bar e espaço cultural localizado nesta casinha de 110 anos, um bar que pretende durar bastante tempo, talvez 100 anos", brinca Pepe, que compreende a região de outra forma comparado a experiência anterior. "Em 2019, era um contexto em que dinâmica da Travessa era completamente diferente. Era um espaço tão lindo quanto é hoje, mas não tinha esse movimento boêmio tão forte. O Guernica trouxe um pouco disso e, depois, abriram diversos outros espaços com perfil variado", contextualiza. 
Observando o perfil e os hábitos do público que frequenta a região, Pepe percebeu que existia espaço para uma operação mais intimista, que também oferecesse uma proposta além da rua. "Queremos, claro, aproveitar a rua, porque é muito propícia, mas ter esse uso interno. Que não seja só uma festa de rua todos os dias, mas que também tenha um espaço de boemia, onde a música possa acontecer nos shows e em rodas. A gente vem com essa marca de tentar ser um espaço de trocas mais íntimas, em que a cultura circule de forma mais orgânica. É um bar que os músicos frequentam não só quando estão tocando, mas depois dos seus shows", explica sobre o Milonga, que abriu as portas há pouco mais de uma semana.
O foco, agora, é dar destaque para a cultura do Rio Grande do Sul e dos países vizinhos, reforçando a identidade do Pampa. "Não é temático no sentido que só temos a milonga ou a música nativista, mas também temos isso eventualmente, assim como tem outros gêneros. A ideia é focar nas culturas do Rio Grande do Sul, da América Latina em geral, mas, especialmente, dessa zona mais pampeana, incluindo Argentina e Uruguai. Tem toda uma diversidade que inclui, inclusive, o samba do Rio Grande do Sul, o candombe, o rock dessa parte do mundo. O nosso foco é trazer a diversidade dessa parte do Sul", pontua.  

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Pampa no cardápio 

Operando de quinta-feira a sábado a partir das 19h, o Milonga ainda está em pleno desenvolvimento. No entanto, o que já se pode confirmar sobre o cardápio é o foco no vinho. "Achamos que tem muito a ver com a proposta de trazer a cultura do Sul da América, as culturas pampeanas, que são diversas, e o vinho está inserido nisso", percebe Pepe, que também serve cerveja e espumante. Para comer, o destaque é o Choripán, sanduíche típico no Uruguai e Argentina, que custa R$ 13,00. Inclusive, o sabor do país vizinho é garantido pela linguiça, que é produzida de forma artesanal por um amigo uruguaio de Pepe a partir de uma receita familiar. 

Milonga também é urbana

Apesar de garantir que a milonga não é um tema que engesse o conceito do negócio, Pepe ressalta a importância da inspiração para a operação. "Às vezes, a milonga é estigmatizada como algo muito tradicional e campeiro no Rio Grande do Sul, mas tem manifestações que já romperam com isso, como Vitor Ramil, Bebeto Alves. No Prata, isso é muito mais presente, de ter a milonga urbana. E acho que esse espaço é uma milonga urbana, fora do lugar comum", define o empreendedor, ressaltando a importância de levar e renovar essas tradições na Cidade Baixa. "O bairro é um tanto - algo que amo e pertenço - tropicalista, o que é superlindo. Mas, às vezes, falta um olhar para uma outra vertente, que também é nossa. Especialmente para o Rio Grande do Sul, que é esse lugar híbrido, complexo na sua identidade", destaca.