Independente do público que se almeja atingir, estar ativo nas redes sociais é imprescindível para fomentar as vendas de um negócio. Rafael Terra, especialista em marketing digital, é quem percebe isso. E não só ele, aliás. O mercado tem, cada vez mais, se movimentado para o meio online, buscando atender aos novos hábitos dos consumidores.
É claro que o atendimento presencial - quando empresa, cliente e produto encontram-se face a face - não deixa de ser relevante. Mas, como aponta a pesquisa realizada pelo Jornal do Comércio em parceria com a Pucrs, o que torna a experiência de compra completa é a diversificação dos pontos de interação do consumidor com o varejista. Cerca de 75% dos entrevistados indicam utilizar vários canais para a aquisição de um produto.
E essa comunicação com a clientela, como ainda aponta o estudo, costuma iniciar no ambiente virtual, num modelo chamado de webrooming. "A oportunidade está onde está a atenção das pessoas", destaca Rafael Terra, trazendo os olhares para a importância das redes sociais, onde, geralmente, acontecem as primeiras interações entre consumidor e empresa.
1. Tenha um propósito
O especialista reforça, por isso, a relevância de apresentar, no meio digital, o propósito do negócio. "Para os clientes terem apego à marca, ela tem que mostrar, além do benefício econômico, um valor para a sociedade", observa Rafael, acrescentando que, no mesmo ambiente que acontece o primeiro contato, também ocorrem os processos de fidelização e, consequentemente, de encaminhamento para a compra.
2. Identifique o público
Mas o chamado funil de compras - como o consumidor enxerga o processo de aquisição de um produto ou serviço - não ocorre sem a definição de um público. "Quem quer falar com todo mundo acaba não falando com ninguém. A linguagem da marca tem que estar condizente com a do público", diz Rafael, que também ministra cursos relacionados ao tema.
O especialista, nesse sentido, indica alguns pilares básicos do marketing que podem ser úteis para o entendimento do papel da empresa no mercado. São eles os quatro Ps: Produto, Praça, Preço e Promoção. A metodologia influencia na forma como os consumidores respondem e, por consequência, nas vendas do negócio. "Não é sobre fazer dancinha, mas, sim, sobre escolher os itens e a linguagem com a cara da plataforma", identifica Rafael sobre o processo de seleção do produto e da praça de divulgação.
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3. Engaje
Por outro lado, viralizar não é um manual. Óbvio, existem algumas dicas para chegar às centenas de milhares de curtidas, mas as regras para atingir as massas não são explícitas. "Viralizar é uma construção. As plataformas levam muito em consideração as marcas que realmente são criadoras de conteúdo, ou seja, postam diariamente", comenta Rafael, salientando a importância da empresa estar cadastrada nos principais canais de comunicação, como Instagram, TikTok e WhatsApp.
Nessa hora, vale tudo para superar a concorrência - e o algoritmo das redes sociais. "O viral começa em casa. Tem que engajar os colaboradores, que eles sejam os primeiros a curtir, a comentar. O like da mãe vale ouro", disserta Rafael. Os primeiros minutos de uma postagem são suficientes para definir se ela terá um bom alcance ou não.
4. Forneça um gatilho
Mas nem só de curtidas e comentários vive o empreendedor: é preciso converter esse público em vendas. "Se engajo determinado produto nas redes sociais, também tenho que dar um motivo para as pessoas comprarem", lembra Rafael. Os usuários nem sempre possuem uma relação amável com a marca e podem acabar comprando por impulso, principalmente se tratando de um público mais ansioso, como é o caso dos mais jovens, entre 18 e 30 anos.
Estratégias para cativar o jovem adulto
Esta, inclusive, é a faixa etária mais presente nas redes sociais. "Os negócios têm que começar para ontem no TikTok. Pensar nas dúvidas mais básicas dos clientes e começar a responder por lá. Hoje, uma marca que não faz vídeo não existe para essa geração", destaca Rafael sobre a importância das empresas estarem presentes nas redes sociais - algumas, inclusive, já nascem por lá.
A dica, nesse sentido, é abusar das produções curtas e chamativas. "É um desafio para as marcas contar uma história em 15 ou 20 segundos e com uma linguagem veloz. Uma ideia é pensar em transições criativas", compartilha Rafael.
Estar atento as novidades também é uma tendência. "É ser novo de novo. Para acompanhar essa geração, tem que ser mais ansioso que ela", complementa o especialista, valorizando as marcas que, atentas ao mercado, aderiram ao Threads, nova rede social queridinha da faixa etária.
As redes sociais e o público 60
Pessoas com mais de 60 anos, por outro lado, procuram por outros conteúdos quando acessam as redes sociais. Vídeos tão velozes e robóticos, talvez, não conquistem eles. Postagens inspiradoras e humanizadas podem ser uma boa aposta, como garante Rafael.
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Além disso, essa geração, ao contrário do público mais jovem, não gera conteúdo, mas compartilha. "São, com certeza, os primeiros a curtirem as fotos dos filhos no Instagram", fala Rafael, sobre os adultos 60+, que, por meio de conversas nas redes sociais, buscam melhor qualidade de vida e entretenimento.
Por já terem crescido com o celular na mão, o público jovem - compreendido na pesquisa por adultos entre 18 e 30 anos -, é claro, possui mais intimidade com a tecnologia. Mas isso não quer dizer que a faixa etária mais elevada não esteja conectada. "Não existe adulto 60+ que não acesse o mundo digital", diz Rafael, compreendendo que as pessoas estão cada vez mais ligadas aos aparelhos tecnológicos e, por isso, o marketing digital pode ser útil para alavancar negócios.