Em 2023, o grupo comemora recordes de patrocinadores, de voluntários e de procura pelos itens comercializados

Há 10 anos, projeto oferece suporte para mulheres vítimas de câncer de mama em Viamão


Em 2023, o grupo comemora recordes de patrocinadores, de voluntários e de procura pelos itens comercializados

Foi quando recebeu o diagnóstico de câncer de mama, em 2008, que Marilisa Peeters, moradora de Viamão, criou uma comunidade na rede social da época, o Orkut, para compartilhar seus medos e frustrações. O que ela não imaginava é que o que iniciou como uma pequena comunidade virtual viria a se tornar uma grande e consolidada rede de apoio e prevenção ao câncer de mama na cidade, projeto hoje conhecido como Viamama.
Foi quando recebeu o diagnóstico de câncer de mama, em 2008, que Marilisa Peeters, moradora de Viamão, criou uma comunidade na rede social da época, o Orkut, para compartilhar seus medos e frustrações. O que ela não imaginava é que o que iniciou como uma pequena comunidade virtual viria a se tornar uma grande e consolidada rede de apoio e prevenção ao câncer de mama na cidade, projeto hoje conhecido como Viamama.
"Éramos uma família no grupo. Todo mundo estava passando pelo mesmo processo, conversávamos todos os dias, porque quem está passando pelo mesmo problema conversa de igual para igual, sabe o que é sentir o enjoo da quimioterapia, a queimadura da radioterapia, perder o cabelo que, para algumas mulheres, é a pior parte", rememora Mari. Ao descobrir que muitas das participantes do grupo eram, por coincidência, de Viamão, decidiu realizar um encontro presencial. "Nos fazíamos tão bem no Orkut, pensamos então, em por que não fazer algo parecido dentro da nossa cidade?", e foi desse pensamento que Mari, ao lado de Tania Castro, Marcia Binatti, Maria Ivanir Soares, Martha Matte, Heloisa Roese, Gabriela Quadros e Lucas Chaves, fundou o Viamama.
 

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"Digo até hoje que foi o destino. A Tânia, por exemplo, morava a cinco minutos da minha casa e a gente nunca tinha se visto. Era para ser assim", acredita Mari, atual presidente do projeto. Apesar de, hoje, a iniciativa já ser muito conhecida, com diversos patrocinadores, a fundadora lembra que, no início, a comunidade não foi tão receptiva à ideia. "Íamos no comércio e não conseguíamos quase nada de apoio. Muitos fechavam as portas na nossa cara", diz.
TÂNIA MEINERZ/JC
O principal objetivo do Viamama é acolher mulheres vítimas de câncer de mama e divulgar a importância do diagnóstico precoce. "Elas recebem o diagnóstico e tem certeza que vão morrer, chegam aqui chorando. Então conversamos, falamos sobre tratamentos, aflições, começamos a rir um pouco, ela fica mais leve e quando vai embora, já é outra pessoa. Ela percebe que não vai morrer, que existe esperança", garante Mari. Para oferecer esse acolhimento, o projeto conta com 22 voluntários e diferentes negócios parceiros. "Contamos com psicólogos, advogados, fisioterapeutas, nutricionistas, voluntários que dão apoio técnico para essas paciente. Quando são necessidades que não conseguimos suprir, encaminhamos para esses especialistas, além de ir atrás de recursos que elas solicitam, como perucas, lenços, requisição de exames", explica.
 

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Neste ano, o grupo comemora recordes de patrocinadores, voluntários e de procura pelos itens comercializados, com destaque para a camiseta da ONG, que é feita anualmente. "Foi a primeira vez que tivemos de recusar patrocinadores, estamos com 34, mas já falta espaço na nossa camiseta", afirma. O lucro dos itens é reinvestido no projeto e usado para atender às demandas das pacientes. O grupo realiza dois grandes eventos por ano. O chá, que conta com atrações musicais e atividades, e a caminhada, que já chegou a reunir mais de 10 mil pessoas pelas ruas de Viamão.