Auditório Araújo Vianna terá bar na esplanada para receber o público
O auditório foi criado em 1927, originalmente no espaço onde, hoje, é a Assembleia Legislativa do Estado. Mas, desde 1964, ocupa o endereço no coração do bairro Farroupilha. O espaço foi projetado pelos arquitetos Moacyr Moojen Marques e Carlos Maximiliano Fayet. Desde 2019, é gerenciado pela Opinião Produtora, que venceu a licitação e é responsável pelo espaço até 2031.
As buscas por ingressos têm sido tão intensas que a administração do espaço já prevê, de antemão, datas extras. "Abrimos um show já olhando o dia anterior e o posterior, porque com certeza vai ter show extra. O Caetano Veloso era um show de pandemia, estava marcado para março de 2020, e foi em março de 2022, só que foram três shows. E esse mesmo Caetano Veloso voltou em dezembro para mais dois shows. Ou seja, cinco shows do Caetano no mesmo ano", pontua. Para ele, os bons resultados e a assiduidade do público devem-se à agenda plural do espaço, que contempla desde ícones da MPB até shows de standup comedy. "Trouxemos uma democratização do espaço. Quando ia pensar em assistir um show de reggae, heavy metal, de rap no Araújo Vianna. A Opinião Produtora tem essa diversificação, essa democratização do entretenimento", afirma.
Em 2022, o Araújo recebeu 153 shows, número que deve crescer em 2023 já que, somente em maio, a agenda conta com 23 eventos. Com objetivo de, cada vez mais, aprimorar a experiência dos clientes, o Araújo contará, em breve, com um bar em sua esplanada, espaço que também está aos cuidados da Opinião Produtora. "A esplanada pertence ao edital, então é nossa obrigação cuidar e explorar. Já estamos com o projeto pronto e aprovado para ter um bar na esplanada, para trazer serviços para a comunidade. O arquiteto que fez foi o filho do Moojen, que é o arquiteto do Araújo. Porque a arquitetura é como uma arte; ele tem o direito de fazer intervenções aqui, porque não pode perder as características, já que é tombado. O processo burocrático já está aprovado, e agora vai para a execução. Vai ter serviço, água de chimarrão, empréstimo de cadeiras, a pessoa que está correndo vai pegar uma água", conta Rodrigo sobre a nova operação, que deve iniciar nos próximos dois meses. "Ocupando espaços, trazemos segurança", ressalta.
Além da própria operação, o Araújo Vianna alimenta a economia do bairro Farroupilha e dos bairros do entorno, como Bom Fim e Cidade Baixa, já que, a cada show, reúne cerca de 4 mil pessoas. "Há 20 anos, na Cidade Baixa, tinha o Opinião e alguns cafés começando na República. As coisas começaram a acontecer no entorno do Opinião. A João Alfredo era uma rua de casas, não existiam nenhum daqueles bares. E a mesma coisa está acontecendo com o Araújo Vianna. O show acaba meia-noite e as pessoas saem daqui com vontade de algo mais, então vão para os bares, ficam na volta. O Araújo é um motor, um combustível muito importante para essa cena comercial da região, Bom Fim, Cidade Baixa, Farroupilha. Estamos no meio e distribuímos", pontua Rodrigo. "Toda vez que colocamos esse palco para funcionar temos a consciência que o entorno econômico do Araújo Vianna vai estar se movimentando", completa o sócio.
Acreditando no potencial e nos benefícios de trabalhar na região, a Opinião Produtora migrou sua administração para o Araújo Vianna. "Somos o centro da Cidade Baixa e do Bom Fim, esse é o Farroupilha. Hoje, nós migramos toda a nossa operação da produtora, que era na Cidade Baixa, para dentro da Redenção. Trabalhar no meio do parque durante o dia, e, na noite, encerrar com o sorriso de um cliente satisfeito, não tem preço", afirma Rodrigo, que prevê, para o futuro, a continuidade dos bons resultados. "A tendência é que continue, porque nós ganhamos não só o público, mas os artistas. Virou referência", afirma.
Culinária indiana é foco de restaurante vegetariano desde 1997 em Porto Alegre
"Foi minha mãe que fez do Govinda o que ele é hoje. Cresci aqui dentro, sempre ajudando em tudo e, desde 2016, sou eu quem está à frente do negócio", conta Roberta. Há sete anos, ela comanda o restaurante ao lado da mãe, com quem ainda divide o comando da cozinha. "Ela segue aqui, dividimos a cozinha, cada uma tem seus dias, mas as questões mais administrativas seguem comigo", explica.
Desde que foi fundado, o Govinda já passou por quatro endereços, todos próximos da região, até chegar ao ponto da avenida José Bonifácio, nº 605, onde está presente há mais de 20 anos. "Sempre foi na volta da Redenção, não sei se foi ao acaso, mas deu super certo, temos o Brique aqui, então domingo é um dia muito bom para o restaurante, sem falar na paisagem", destaca Roberta.
Apesar de ter iniciado como um restaurante vegetariano, hoje, quase 100% da produção do negócio é vegana. O único item que ainda leva algum ingrediente de origem animal é a sopa vegetariana, que, de acordo com Roberta, é a queridinha da clientela. "Fomos migrando para o veganismo com o passar dos anos. Hoje, com certeza o carro-chefe da casa é a sopa, o único item que não é vegano, porque vai ricota nela, mas é uma opção que sempre temos congelada aqui. Não pode faltar, seja inverno ou verão", avalia.
Ao longo dos anos, muitos outros negócios vegetarianos e veganos surgiram na região, o que Roberta vê com bons olhos. "Não enxergamos como concorrência. Fico feliz, na verdade, por existir mais opções, porque cada um tem o seu toque, o seu tempero. Apesar de todos serem vegetarianos, sabemos que nossa comida é diferente, e temos uma missão por trás. Tudo aqui é baseado na filosofia e cultura de vida hare krishna, que é propagar o veganismo, puxado para a culinária indiana, com alguns preparos e temperos de lá, mas que adaptamos para o brasileiro", declara.
Após a pandemia, Roberta afirma que ela e a mãe pararam de fazer tantos planos para o negócio. "Agora, não planejamos mais nada, vivemos um mês de cada vez e, claro, não queremos que a nossa história termine, então o principal é seguir mantendo o restaurante, com nossa proposta, sem focar apenas no dinheiro, seguir nossa missão", explica.
Há 32 anos, Prato Verde é referência em comida vegetariana em Porto Alegre
Os irmãos Tiago e Tarcísio, já falecido, foram os responsáveis por iniciar a trajetória do negócio. Tiago Costa Flores, filho do fundador, conta que a ideia partiu do pai durante uma viagem a Curitiba. "Ele é maestro, foi fazer uma viagem para Curitiba, viu um restaurante vegetariano e se interessou. Estava começando uma cultura. Foi um insight de empreendedorismo, de algo que não tinha em Porto Alegre e que poderia crescer. E foi mesmo, hoje vemos a quantidade de restaurantes vegetarianos e veganos que a cidade tem", avalia Tiago, que hoje é consultor no negócio.
O ponto no bairro Farroupilha foi, mesmo na época, escolhido de forma estratégica. Pela proximidade com o Brique da Redenção e pela grande circulação de pessoas, os sócios encontraram no número 42 da rua Santa Terezinha, dentro da igreja que dá nome à rua, o ponto ideal. "Quando abriu, em 1991, era só um salão. O segundo foi escavado. A escolha do ponto foi determinante, ter esse charme de ser embaixo de uma igreja, com vista para o jardim, e o Brique da Redenção, que no domingo tem aquele monte de gente, a Feira Ecológica também tomou um corpo maior. A escolha do local é pela força que era o Brique da Redenção como uma parte cultural da cidade", conta Tiago, que segue acreditando no potencial da Redenção para fomentar os negócios do entorno. "É das melhores regiões que temos na cidade. É muito bom estar aqui, caminhar nas ruas arborizadas, ter um cafezinho para tomar, essa facilidade de fazer tudo caminhando, se tornou um polo de restaurantes", percebe.
Estar há 30 anos em um mesmo ponto é ser testemunha das transformações de uma região. Tiago e André contam que, ao longo desse período, o entorno mudou muito e percebem de forma positiva a chegada de outros restaurantes na região, que se tornou um polo de espaços vegetarianos em Porto Alegre. "A concorrência faz a gente sair da zona de conforto, fez com que a gente caprichasse com mais receitas, inovasse. Temos comida brasileira, mexicana, árabe, italiano, hambúrguer, pizza. É difícil encontrar a diversidade de pratos que a gente tem. Não fosse a concorrência, talvez tivéssemos ficado acomodados", acredita Tiago. E inovar, percebem, é uma das chaves para operar por tanto tempo. "Vemos que a sazonalidade influencia. Às vezes, a gente vê que dá uma baixada, que está faltando trazer uma novidade, um prato diferente, mais opções fit, mais sem glúten. Temos que nos adaptar às tendências que rolam e sempre buscamos uma qualidade de produto maior. Agora, com a marca já consolidada, o desafio é manter o alto padrão", completa André.
O Prato Verde opera de segunda à sexta-feira, das 11h às 14h30min, com buffet livre por R$ 29,50. Aos fins de semana, funciona até às 15h e o almoço custa R$ 34,00 no sábado e
R$ 36,00 no domingo.
Restaurante faz sucesso com kit churrasco vegano no entorno da Redenção
O ponto, que ocupa o número 54 da rua Vieira de Castro, no bairro Farroupilha, já era de Krissie desde 2019, quando abriu um bar no local, que, também por conta da pandemia, não durou muito tempo. "Eu e meu antigo sócio não tínhamos mais como manter e chegamos até a colocar o ponto à venda, foi quando pensei no Ian", lembra a sócia, que já conhecia o empreendedor pelos molhos artesanais que ele vendia. "Quando perdi o emprego, tive que me reinventar, então comecei a fazer molhos veganos e artesanais, vendendo para amigos, e fui ganhando visibilidade", lembra sobre a marca (@molhosian), que ainda existe, mas com vendas apenas por encomenda.
Pela proximidade com a Redenção, que, principalmente aos finais de semana, gera muito movimento, o negócio está sempre captando novos clientes. "A circulação de pessoas aqui é muito grande, então, se não conhece, passa na frente, vê a placa e já tem curiosidade de saber o que é", declara Krissie, ressaltando que o público que já conhece a operação não esquece. "Temos clientes muito fiéis, que pedem delivery todo dia, é uma relação bem legal, além de que é um público diverso, majoritariamente LGBT, mas diverso, vem gente de todas as faixas etárias e estilos", acrescenta Ian.
A única ressalva da dupla sobre a localização é que, por ser um bairro muito comercial, à noite, as quadras ficam vazias e sem iluminação, o que atrapalha na operação noturna. ”Fica quase abandonada, até tentamos fazer esse movimento, colocamos umas luzinhas ali fora para chamar a atenção, mas acho que, talvez, precisa ter mais parceria entre os outros estabelecimentos”, pensa Krissie. Porém, o boom recente de novos negócios abrindo no entorno da Redenção gera esperança na dupla, que vê o momento como positivo para a região. “No início da pandemia, muitos negócios fecharam aqui, então fico muito feliz de ver essa expansão com novos negócios, me motiva porque vai movimentar mais a região. Até a Paralelo 30, livraria aqui do lado, quando abriu, comentou que se motivou por conta da gente, então vejo que um vai motivando o outro, é muito legal”, considera Ian.
Para o futuro, o plano é criar uma espécie de mini mercado no local, com itens, hoje disponíveis no cardápio, para venda e delivery, como molhos e congelados. “Penso em um futuro mercadinho, onde o pessoal vai poder comprar o que consome aqui, ter esses itens à venda para quem quiser consumir em casa”, planeja Ian. Outra ideia da dupla, para longo prazo, é franquear a marca e expandir para outros lugares da Capital e do País.
Com aulas de danças e gastronomia, negócio fomenta a cultura espanhola em Porto Alegre
De família espanhola, Andrea, além de ser empreendedora, é dançarina, professora e chef de cozinha. E foi a dança que a conectou com a cultura espanhola. O negócio começou apenas como escola de dança; a gastronomia chegou depois à operação, ainda na avenida Osvaldo Aranha, onde foi a primeira sede do Tablado Andaluz. "Nós ficamos 10 anos só escola de dança, e foi uma época que não tinha nada especializado em flamenco", lembra.
A paella espanhola é o carro-chefe da cozinha, que é aberta semanalmente na sexta-feira. Mas antes de se tornar chef, Andrea começou no improviso, servindo dentro da sala de aula. No entanto, ressalta que enxergou o potencial do nicho.
Com apresentações de artistas locais, os valores de entrada variam entre R$ 30,00 e R$ 50,00. Para assistir os shows e ser servido com o jantar completo, o valor fica em R$ 120,00. A paella pode ser consumida na sexta-feira ou pedida por encomenda pelo contato (51) 3311- 0336. Mesmo tendo mudado de endereço nesses 32 anos de negócio, o Tablado Andaluz não saiu de pertinho da Redenção. "A linguagem do meu trabalho combina com a diversidade que tem nesse bairro. Para mim, essa região é a melhor da cidade. Aqui a vida acontece, tu sempre estás vendo gente na rua", pontua.
As aulas de dança na escola são ministradas apenas por Andrea e acontecem de segunda-feira a sábado, em formato particular ou em turmas, com mensalidades que partem de R$ 200,00.
Loja de materiais artísticos de Porto Alegre tem mais de 40 mil produtos
Desde o início dos anos 2000, a Koralle ocupa o ponto, sob o comando de Frantz, artista plástico, e Juliana Schnack, esposa e braço direito dele na operação. A estrutura da casa amarela, contudo, é muito mais antiga que isso, com data de inauguração, inclusive, anterior a do Parque Farroupilha.
"A comunidade estar inteirada com a Redenção melhora a qualidade do próprio parque e do entorno", diz Frantz, que não vê o negócio longe do bairro Farroupilha, em Porto Alegre. "Combinamos com a região, estamos no lugar certo, não pretendemos sair daqui", complementa Michele Monteiro, responsável pela comunicação da Koralle há 13 anos.
Com a pandemia, o negócio acabou perdendo uma das suas principais virtudes: o atendimento presencial. A dificuldade, contudo, virou solução, uma vez que, como forma de se livrar do tédio e do estresse do isolamento, as pessoas passaram a se interessar mais por trabalhos manuais.
Nesse período, houve um incremento das vendas online, e a Koralle cresceu 20%, como contam os sócios. Hoje, o formato representa 35% dos ganhos do negócio.
Com quase 30 anos de operação - 20 deles vividos no bairro Farroupilha -, Frantz admite pensar em aumentar o espaço físico da Koralle, mais que dobrando os atuais 350 metros quadrados.
A ampliação também passa pela busca por novos horizontes, com a adição de um café à loja de materiais artísticos, que, além de comercializar marcas do mainstream, possui marca própria. A Pintkor possui uma linha de bastões de óleo, giz em tons de pele (confeccionados em parceria com a Ufrgs), entre outros produtos.
Durante este mês, a Koralle, além de comemorar o aniversário da empresa, volta com as oficinas presenciais. Serão quatro encontros gratuitos, todos os sábados, das 10h ao meio-dia. A idade mínima para participação é 16 anos. Com vagas limitadas, as inscrições podem ser feitas pelo Instagram (@korallearte).
Parquinho da Redenção, referência de lazer ao ar livre, é essência do bairro Farroupilha
O ponto, antes da chegada do casal, como afirmam, era um lodo, com restos de uma obra que acontecia no local. O Parquinho da Redenção é o que dá significado ao endereço, em passeios com a família e em festas infantis.
Na roda-gigante, no carrinho bate-bate ou no minhocão, crianças divertem-se fora do ambiente digital - algo raro hoje em dia. "O pai que traz o filho aqui não quer o videogame, ele quer que a criança brinque, interaja, divirta-se, tenha outros tipos de emoções que o virtual não dá", destaca Isabel.
No início, seis opções de diversão compunham o parque. A pioneira foi o Austin, composto por carrinhos conversíveis em estilo mais antigo que giram como um carrossel. Paulo Sant'Ana, inclusive, é uma das personalidades que levou consigo um pouco do bairro Farroupilha, ao revelar à Isabel uma foto dirigindo um dos "autinhos", quando criança.
Esses veículos divertidos, hoje, estão sendo reformados, numa tentativa de manter o Parquinho da Redenção sempre atualizado, mas sem perder o âmago do local. O brinquedo, que foi tombado pelo Patrimônio Histórico de Porto Alegre, soma-se a outros 17 no parque de diversões. Durante esse período, a Redenção e os negócios que a circundam também foram se modificando.
"É um ponto de referência da cidade, é um orgulho participar tanto tempo da vida do porto-alegrense", comemora Isabel, que relembra de um antigo amigo que recebeu graças ao ponto no bairro Farroupilha: Chico, o "lagartão" que vivia no parque. "Um dia, ele até atravessou a Osvaldo Aranha de tanto que os guris falavam que iriam na Lancheria do Parque", brinca.
E não era só o Chico que gostava da Lancheria. Os permissionários Isabel e João Guilherme revelam uma parceria de anos com outros empreendimentos da região, como o Mercado do Bom Fim, que fica no Parque Farroupilha - e, por isso, possibilita uma confusão entre os bairros, que, de certa forma, misturam-se, conceitualmente e fisicamente.
O espaço abre de terça à sexta-feira, das 14h às 18h, e, aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h. O acesso ao parque de diversões é gratuito. O cliente só precisa adquirir ingressos se quiser andar nos brinquedos. Cada ticket custa R$ 8,00, mas eles podem ser comprados em combos promocionais - 24 custam R$ 100,00, por exemplo -, na bilheteria do local. Festas de aniversários e eventos também fazem parte da agenda do Parquinho. Para consulta, entre em contato com (51) 3321-2202.
A concessão do Parquinho, do pedalinho e do trenzinho da Redenção fazem parte da mesma empresa, a Sólidos Equipamentos Infantis. Além do bairro Farroupilha, Isabel o João Guilherme são responsáveis pelo trenzinho do Shopping Iguatemi, com a Trem Expresso Diversões.