A edição do GE nos Bairros de abril visitou o bairro São Geraldo, no 4° Distrito de Porto Alegre

São Geraldo recebe nova cena noturna e mantém tradição de restaurantes


A edição do GE nos Bairros de abril visitou o bairro São Geraldo, no 4° Distrito de Porto Alegre

O bairro São Geraldo é divido pela avenida Farrapos, que, antigamente, era chamada de avenida Minas Gerais, ponto tradicional de comércio e boemia. Essa avenida conta com a Igreja São Geraldo, projetada em estilo art déco pelo arquiteto Vitório Zani. No entanto, o desenvolvimento do bairro se deu após o loteamento de ruas até hoje muito importantes, como Amazonas, Bahia, parte das avenidas Ceará, Brasil, Pará, Paraná, Pernambuco e Maranhão. O São Geraldo é um bairro com forte presença de imigrantes de diversas nacionalidades. A existência da centenária Sociedade Gondoleiros faz referência às gôndolas da cidade italiana de Veneza, na rua Santos Dumont. Já a Sociedade Polônia (@sociedadepolonia), também com mais de 100 anos, na avenida São Pedro, é espaço de congraçamento dos descendentes do país. Fica no bairro São Geraldo a Capelania dos Poloneses, com missas e demais ritos no idioma polonês.
O bairro São Geraldo é divido pela avenida Farrapos, que, antigamente, era chamada de avenida Minas Gerais, ponto tradicional de comércio e boemia. Essa avenida conta com a Igreja São Geraldo, projetada em estilo art déco pelo arquiteto Vitório Zani. No entanto, o desenvolvimento do bairro se deu após o loteamento de ruas até hoje muito importantes, como Amazonas, Bahia, parte das avenidas Ceará, Brasil, Pará, Paraná, Pernambuco e Maranhão. O São Geraldo é um bairro com forte presença de imigrantes de diversas nacionalidades. A existência da centenária Sociedade Gondoleiros faz referência às gôndolas da cidade italiana de Veneza, na rua Santos Dumont. Já a Sociedade Polônia (@sociedadepolonia), também com mais de 100 anos, na avenida São Pedro, é espaço de congraçamento dos descendentes do país. Fica no bairro São Geraldo a Capelania dos Poloneses, com missas e demais ritos no idioma polonês.
*Vinicius Mitto é professor e arquivista e edita o blog Bah Guri (bahguri.rs) e o Instagram (@bahguri.rs)

Nova Bréscia Lanches completa 36 anos em mesmo ponto no bairro São Geraldo

Quando se mudou para Porto Alegre em 1987, Sérgio Sbardelotto, natural da cidade de Nova Bréscia, localizada a 167 quilômetros da Capital, decidiu se arriscar no empreendedorismo para ganhar a vida. No mesmo ano, abriu a Nova Bréscia Lanches, espaço que nasceu ocupando o número 1359 da avenida São Pedro, no bairro São Geraldo, e continua assim até hoje. Completando 36 anos de operação, o empreendedor celebra o crescimento do negócio e a boa relação que mantém com a comunidade nas mais de três décadas na região.

"Na época, tinha muito lanche de rua, vendido em trailers, era tudo servido na mão, então, quem tinha um espaço para sentar, já era mais luxuoso. Nosso espaço era pequeno, menor do que é hoje, mas já era algo a mais", rememora Sérgio sobre o início da lancheria.

Hoje, a sociedade, que iniciou entre ele e Gilmar da Silva, também natural de Nova Bréscia, conta com os filhos de Sérgio, Letícia e Gustavo, que, assim como o pai, trabalham no dia a dia da operação. "Estou tentando repassar tudo para os filhos, já estou com 62 anos e continuo trabalhando, mas esse é o plano, e eles já estão como sócios", celebra.
A dica de ouro para manter um negócio firme por anos, de acordo com ele, é o atendimento e a preocupação com a qualidade. "Se fosse vender alguma dica, ganharia muito dinheiro com ela, mas o mais importante de tudo é o atendimento, receber bem o cliente, em um espaço bom, limpo e com boa iluminação, e trabalhar com produtos bons", aconselha.

O sócio celebra a boa relação que construiu com a vizinhança ao longo dos anos. "Temos clientes que vêm aqui desde que abriu e que, hoje, são avós, trazem os filhos, os netos. Estar aqui há 36 anos não é pouco tempo, as pessoas envelhecem, mas seguem vindo aqui", garante o empreendedor, orgulhoso do reconhecimento e carinho que a clientela têm com o negócio.

"Às vezes, tem gente que está no exterior, fora do Brasil, espera pelo dia que vai chegar no aeroporto e vir comer o nosso xis, que é muito reconhecido por ser o melhor de Porto Alegre. Ficamos muito felizes por esse prestígio, essa lembrança", destaca.
A relação com os negócios da região é de parceria, define Sérgio. "Nosso vizinho, aqui do lado, não vende xis, e nós não vendemos chope, então, existe essa troca. Se quer chope, vai lá buscar, se quer xis, vem aqui buscar, mesmo que para comer lá. A Arte do Pastel, do outro lado da rua, também é um relacionamento bom, de parceria, acho que tem que ter essa parceria sempre", pensa.

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Com espaço para acomodar cerca de 80 pessoas, entre área interna e externa, a Nova Bréscia, diferente de muitas operações gastronômicas, não possui tele-entrega. "Mesmo na pandemia, não fizemos tele, só retirada na loja, mas, mesmo assim, o pessoal vinha nos prestigiar, retirar os pedidos", conta Sérgio, orgulhoso. O motivo para não incluir o delivery, segundo ele, é que a entrega e o atendimento não seriam os mesmos. "Tem dias que temos fila de 40 minutos de noite. Se colocarmos uma tele-entrega junto, ou vamos prejudicar a tele ou quem chega aqui para prestigiar. Teria que ter um outro espaço só para a tele", considera o empreendedor.
O cardápio contempla mais de 10 sabores de xis, bauru, cachorro-quente, torradas e porções diversas. Os mais pedidos são o xis de carne e calabresa. O local opera de terça a sábado, das 11h às 23h30min, e nos domingos, das 17h às 23h30min.

Após 80 anos no Centro, Empório de Sedas aposta no São Geraldo

O Empório de Sedas, em 2020, saiu da rua Voluntários da Pátria, em Porto Alegre, endereço que acompanhava o negócio desde a inauguração, em 1943, rumo à avenida São Pedro, 1098, no bairro São Geraldo. A escolha do novo ponto veio da busca por uma região mais segura, com menor custo e maior facilidade de acesso para clientes e fornecedores, necessidades que a muvuca do centro de Porto Alegre não contemplava para os empreendedores.

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De acordo com os irmãos Artur e Daniel Nunes, terceira geração do Empório de Sedas, a mudança busca transformar a loja, que antes era adepta à venda mais rápida e agitada, em um empreendimento com foco em um nicho mais luxuoso. Longe do polo comercial do Centro, especializaram-se ainda mais em tecidos sofisticados para festas, como vestidos de casamento e de debutantes. "A facilidade para o cliente vir é mais importante que estar próximo de outras empresas do segmento", comenta Daniel, o irmão mais velho.
A pandemia foi o grande catalisador da mudança. Na época, com a quase extinção do intenso comércio de rua, os sócios colocaram em prática o plano de reposicionamento, em sentidos físicos e ideais da palavra. Numa lógica de racionalização, isto é, enxugamento do negócio, provocaram modificações que compreendem desde o endereço até o produto, com foco em assumir, de vez, o novo encaixe de mercado do Empório de Sedas.

Artur e Daniel trouxeram as experiências adquiridas no Centro, tradicionalíssimo núcleo mercantil, e as implantaram numa região com características opostas à anterior - o 4º Distrito -, que ainda se fortifica como referência de empreendedorismo. "Nem conseguimos acompanhar de tantos lugares novos que estão surgindo por aqui. Não sentimos falta nenhuma do Centro", diz Daniel, que, com a consolidação do Empório de Sedas, costura uma nova vertente econômica para a região, longe de outros negócios de tecido. Essa mudança do Centro para o São Geraldo, que, segundo os sócios, contribui para a melhoria do acesso, da locomoção e da segurança dos clientes da marca, favorece, por consequência, o atendimento presencial - aquele de ir na loja e sentir a textura do tecido.

Se comparados os dois endereços, não necessariamente mais pessoas frequentam, hoje, o Empório de Sedas, até porque o empreendimento está distante da alta circulação da rua Voluntários da Pátria. O que difere o novo do antigo estabelecimento é a experiência da clientela.
Diferentemente do agito transmitido pela região central, como afirmam Artur e Daniel, o São Geraldo exala tranquilidade: é acessível, plano, seguro e se desenvolve constantemente.
Essas características proporcionam a aproximação com um público mais qualificado, mais decidido a consumir. O resultado: aumento do faturamento.
Com clientela baseada em ateliês e costureiras, o Empório de Sedas, negócio especializado em tecidos sofisticados para roupas de festa, possui uma variedade de cerca de 4 mil produtos.
Os preços por metragem do atacado e varejo variam de R$ 30,00 a R$ 3 mil. O espaço opera de segunda a sexta-feira, das 9h30min às 17h30min, e, aos sábados, das 9h30min às 12h30min.
Um curiosidade sobre a chegada do negócio ao bairro é que os pais de Artur e Daniel Nunes, terceira geração de proprietários do Empório de Sedas, se conheceram no bairro São Geraldo. E, hoje, os filhos voltam às origens para estabelecer o novo endereço de uma das mais tradicionais lojas de tecido de Porto Alegre.

Há 56 anos, Komka faz parte da história do São Geraldo

Os Komka, responsáveis pela gestão da churrascaria e galeteria que recebe o sobrenome da família, conhecem o São Geraldo muito antes do bairro ser como é hoje - point da juventude porto-alegrense. Em 1967, quando chegaram na avenida Bahia, 1275, havia, aliás, pouquíssimo comércio na região voltado para esse público, como contam. A situação era completamente diferente: os clientes eram outros - em sua maioria, trabalhadores das indústrias da vizinhança - e os problemas eram diversos, com alagamentos quase rotineiros.

De lá para cá, muita coisa mudou. A começar por Edesio Komka, que, na época da inauguração, quando o empreendimento ainda funcionava durante o café da manhã, era apenas um recém-nascido, assim como o restaurante.

A dupla cresceu junto, uma metáfora que rememora aquela amizade de infância. Sabe-se, contudo, que, mesmo nessas relações de muito carinho, desentendimentos acontecem, e os caminhos quase separaram-se, em 1981, quando o pai de Edesio pensou em negociar o empreendimento.

"Lembro que eu era pequeno, adolescente, e falei que ele poderia tocar que, depois, eu assumiria", recorda, com o orgulho de quem, de fato, cumpriu com a palavra oito anos mais tarde, estabelecendo-se como a segunda geração de proprietários do Komka. No comando, Edesio virou, de vez, Deco, como ficou carinhosamente conhecido na vizinhança, tornando-se referência no São Geraldo de relacionamento bem-sucedido entre público e negócio, como conta baseado em experiências com a clientela.

Para construir esse legado, Deco teve de se adaptar e separar o joio do trigo. Hoje, ele colhe os frutos numa localidade que já enfrentou muitos problemas, como a falta de acessibilidade e de saneamento básico. "A ocupação do bairro é fundamental para a segurança e a convivência. Onde não tem segurança, não tem cliente", comenta o empreendedor, que aproveita para destacar a importância de investir no 4º Distrito. "Acho muito benéfico o aumento de casas noturnas e restaurantes, criando um polo", percebe.

Essa concentração, que tange diversos ramos econômicos, como é possível ver nesta edição do GeraçãoE, favorece, segundo Deco, a parceria entre negócios. "Só nos unindo que conseguimos melhorar esse serviço", diz o empreendedor, que prefere deixar a concorrência de lado e optar pelo auxílio mútuo entre os estabelecimentos do São Geraldo. A única ressalva que ele faz em relação ao crescimento do bairro é o cuidado com o morador, que estava ali antes desses empreendimentos chegarem.

Enquanto a economia da região aquece, Deco aplica o mesmo no Komka e põe fogo na brasa. A churrascaria e galeteria à la carte oferece itens assados no espeto, na grelha e na chapa, com preços na média dos R$ 90,00. Destaque para o galeto com queijo e bacon, que sai por R$ 56,00. Outros pratos com influência italiana, como massas e polenta frita - um clássico do restaurante -, também fazem parte do cardápio.

Para os amantes da Komka que desejam levar um pouco das especialidades da casa para o próprio domicílio, o estabelecimento oferece uma linha de congelados, com galeto, lombo, espaguete e a mais querida, a polenta, que, segundo Deco, não pode faltar.

O Komka movimenta o São Geraldo de terça a sexta-feira, das 11h30min às 14h30min e das 18h30min às 22h30min, aos sábados, com operação estendida, e, aos domingos, só com almoço, das 11h30min às 15h.

Unindo bar e gastronomia, Agulha se consolida no fomento à música em Porto Alegre

Com o objetivo de ser palco para artistas locais e autorais de todo País, os irmãos Fernando e Eduardo Titton Fontana abriram o Agulha, espaço localizado na rua Conselheiro Camargo, 300, no bairro São Geraldo. Além do Agulha, os irmãos são proprietários do Vasco da Gama 1020, bar no Rio Branco, onde surgiu o insight para o negócio no 4º Distrito. "Lá a gente recebia vários músicos da cena local, e um volume grande de reclamações da falta de espaços e oportunidades para trabalhar", conta Eduardo.

Foi dessa necessidade que começou a procura para o futuro empreendimento, e foi no 4º Distrito, mais especificamente no bairro São Geraldo, que os sócios encontraram o ponto ideal. "Disso surgiu a ideia de criarmos um espaço para apresentações, de uma maneira bem simples. Quando começamos, de fato, a planejar o que seria o Agulha, já sabíamos que queríamos instalar ele dentro desse universo que seria o 4º Distrito", lembra. Segundo o empreendedor, mesmo que, na época, a região fosse muito diferente, já havia pesquisas que apontavam a possibilidade de transformação do território em um polo criativo e cultural.
O espaço de 350m², que acomoda até 300 pessoas, foi pensado para ser uma mistura entre casa de shows e bar, sem deixar de lado a coquetelaria e a gastronomia, que segundo Eduardo, muitas vezes, não são contempladas em espaços de música. "Claro que existe uma dificuldade de operar os dois setores, mas vimos esse desafio como o nosso caminho", destaca. Quando o Agulha foi oficialmente inaugurado, em 2017, a notícia da proposta do espaço já havia se espalhado para a cena da música independente e autoral.

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Ter uma agenda eclética e democrática sempre foi prioridade no Agulha, que conseguiu expandir os horizontes com o passar do tempo. "Já nos primeiros meses, percebemos que havia espaço para trazer artistas nacionais e até internacionais", afirma Eduardo. Artistas como DJ Niack, FEBEM, Duda Beat e 50 Tons de Pretas já passaram pelo palco do Agulha, que, além de ter o foco em artistas locais, busca trazer o que está em alta no Brasil. "Nós temos alguém aqui no Agulha para fazer a curadoria e desenhamos o que queremos para a semana ou para o mês, e buscamos analisar as tendências do que está rolando no País", explica. O negócio fica de portas abertas de quarta-feira a domingo, das 18h à meia-noite, oferecendo show, em média, duas vezes por semana. Os ingressos podem ser adquiridos pela plataforma Sympla, e nos demais dias a casa fica aberta como bar e restaurante com entrada franca. O espaço oferece porções, lanches e pratos. Entre as bebidas, cervejas, drinks clássicos e autorais estão inclusos no cardápio, partindo de R$ 21,00 até R$ 32,00. As cervejas partem de R$ 8,00 e, segundo o proprietário, são as queridinhas do público. No entanto, os carros-chefes variam de acordo com o perfil do público que cada artista atrai.

De acordo com Eduardo, muita coisa mudou desde que o Agulha chegou na região. Problemas com alagamento, transporte e até com a confiança do público eram pontos presentes há alguns anos. "Existia uma resistência de uma parte da cidade, e, hoje, sinto que está diferente. Teve muito evento, notícia e muito bar abriu. Quando chegamos, não existia muita coisa, então tinha essa dificuldade de comunicação, de convencimento do público", pondera o sócio.
Além de empreender no bairro, Eduardo é morador da região e ressalta que os pontos positivos e negativos muitas vezes se misturam. Segundo ele, mesmo a região tendo muito potencial, há uma estratégia vazia de fomento à cultura e empreendedorismo.

A falta de aproximação e união entre os empreendedores antigos e os recém-chegados é um desafio, pondera o sócio. "Falta, muitas vezes, esse encontro de dois mundos. São realidades e públicos bem diferentes e, se não for bem planejado e estudado, vai acabar em uma gentrificação bem óbvia, de sair os negócios antigos e subir os aluguéis", pontua Eduardo. Acompanhe a agenda pelo Instagram (@agulha.poa).

Nova casa de festas aposta em estética futurista no 4º Distrito

Com um investimento de R$3,5 milhões, a Bash, nova casa noturna no bairro São Geraldo, aposta em tecnologia e na estética futurista. Roberto Marshall, 46 anos, Thiago Machado, 36 anos e Mateus Martins, 29 anos, são os nomes por trás do negócio localizado na rua Conselheiro Camargo, 112. Já no terceiro negócio desse nicho juntos, os empreendedores também são sócios do Club688, CAXA Club e, agora, da recém-inaugurada Bash.

Roberto foi quem começou os outros dois negócios, Mateus e Thiago contam que entraram nesse universo como hobby e, aos poucos, foram se envolvendo mais e virando sócios. "De seis anos para cá, os dois começaram a trabalhar comigo e, posteriormente, tornaram-se sócios. E criamos aqui, olhando para o 4º Distrito (4ºD), que seria um futuro polo de inovação e empreendedorismo", conta Roberto. Os sócios explicam que o planejamento do projeto já vem de longa data, começando lá em abril de 2018, no entanto, devido à pandemia, as obras atrasaram e as demandas do mercado mudaram.
Desde o começo do projeto, os empreendedores planejaram transformar a estrutura onde antes abrigava uma fábrica em um ambiente tecnológico e futurista. Foi desse objetivo que surgiu o nome do negócio. "Veio da ideia do backslash, a barra invertida do computador, qualquer coisa que tu vais iniciar é a partir dessa barra", expõe Thiago. Além da Bash, que fica no segundo andar do lugar, há um espaço multiuso que será disponibilizado para aluguel para eventos. "Não temos ainda uma data inicial, mas a programação é que, a partir de junho, comecem as locações. Ainda não temos os valores, estamos sendo pacientes quanto ao que o produto vai se formar", comenta Roberto.
As festas na Bash acontecem na sexta-feira, a partir das 23h30min até às 6h, e é proibida a entrada de menores de 21 anos. "A ideia de 21 anos, é justamente para movimentar a galera que acaba tendo um poder aquisitivo maior. Todas as nossas casas seguem isso", conta Mateus. O empreendimento usa uma pulseira digital para os pagamentos, que é cadastrada no início da festa e devolvida ao final. "Esse público mais velho acaba prezando mais por um bom serviço, a pulseira é algo inovador que resolvemos trazer para a Bash, só tem em festivais como Rock in Rio e Planeta Atlântida", acrescenta o sócio.
Segundo o trio, o bairro foi escolhido, justamente, por abraçar o entretenimento de Porto Alegre. "Em um raio de 500 metros, já tem cerca de oito operações entre bares, restaurantes e clubes, um lugar bem eclético. É bacana porque tu podes mixar públicos se é a tua intenção", destaca Roberto. "A experiência do público está sendo bem legal, a reação é de surpresa de ter algo novo. Havia tempo que não tinha algo tirado do zero aqui em Porto Alegre, pensado desde o início para ser um espaço de entretenimento, isso é o que causa o primeiro impacto", complementa Mateus. Além do espaço multiuso, os sócios planejam uma festa eletrônica esporadicamente aos sábados. A primeira edição deve acontecer ainda no primeiro semestre.

Com chope verde todo dia, bar aposta na temática irlandesa no São Geraldo

Chope verde todos os dias, e não uma vez por ano. Essa é a proposta do Sullivan's Irish Pub, espaço inspirado na Irlanda, que opera na avenida Benjamin Constant, nº1211, desde setembro de 2022. Além da decoração, que remete a um típico pub irlandês, o cardápio do negócio é temático inspirado no país, com chope stout, submarinos - chopes combinados com bebidas destiladas - com nomes de bandas como U2 e o clássico fish and chips.

André De La Corte, 24 anos, é o nome por trás do negócio, que surgiu inicialmente em 2020 como uma pizzaria. André conta que o desejo de empreender veio a partir da experiência no negócio do pai, Gerson Weissheimer, 61 anos, que comanda o Weiss British Pub do outro lado da rua. "Foi uma ideia de fazer isso ser um polo. Como tivemos muito sucesso no bar do lado, tinha fila para entrar aos fins de semana, tinha que respingar alguma coisa aqui para o lado. Iam ficar duas esquinas bem bonitas para chamar o público", conta André, que inaugurou a pizzaria Azzurra, em 2020, focada no autoatendimento. Apesar de ter atravessado o período difícil, o empreendedor percebeu que o modelo de negócio não era o ideal para a região. "Recalculamos a rota justamente pela experiência que temos no Weiss, que tem um atendimento mais personalizado, para classe e faixa etária mais altas. Vimos um gap no mercado de bares irlandeses", garante André, contando que a receptividade do público à mudança foi positiva. "No primeiro mês que abrimos, tivemos um faturamento mensal maior que o Azzurra. Não teve um número exorbitante de pessoas, mas o ticket médio foi muito mais alto, praticamente igual ao do Weiss. Não podíamos ter feito uma escolha melhor", acredita André.

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Empreendendo no bairro desde 2016, Gerson, que atua no Sullivan's na parte de compras, conta que o cenário mudou muito desde que abriu o Weiss. "Era uma rua de 'aluga-se', agora, já está 50% menos. Quando nós abrimos, os vizinhos diziam que éramos um ponto de luz que aconteceu no bairro", lembra Gerson, que enxerga de forma muito positiva a região. "É um ambiente muito comercial. Fazemos todas as compras dentro do bairro. Procuramos comprar e se servir de tudo que essa estrutura oferece: elétrica, móveis, distribuidoras de alimentação. Estamos muito bem servidos. Os comerciantes vêm gastar aqui também, bem interior", compara Gerson.

André percebe que um dos desafios da região é a distância de outros pontos, o que, em outra perspectiva, é uma vantagem. "Principal desafio é a distância do polo Moinhos e do próprio 4º Distrito, que não é tão perto do nosso ponto. Mas, ao mesmo tempo, é uma coisa boa, porque se diferencia. Lá, é mais famoso por não ter atendimento na mesa, por exemplo, e, aqui, oferecemos conforto", pondera André. Hoje, um dos objetivos do Sullivan's é estender o St. Patrick's, data comemorada em março, ao longo do ano. "Chope e pilsen verde acabam sendo os mais procurados, até porque dá aquela nostalgia do St. Patrick's, e o stout, que os irlandeses gostam muito, e a nossa produção de stout aqui no Rio Grande do Sul é muito boa. Colocamos chope verde todos os dias na torneira. Queremos fazer com que o São Patrick's seja todo dia", conta André.

O espaço, que conta com música ao vivo, opera de terça-feira a sábado a partir das 18h.

Vendendo 500 pastéis por dia, negócio atrai clientes ao São Geraldo desde 2007

As tradicionais lancherias de esquina são clássicos das avenidas largas do bairro São Geraldo. Desde 2007, a Arte do Pastel é uma delas. Apostando na massa caseira como diferencial, a pastelaria tem mais de 62 sabores e chega a vender cerca de 500 pastéis em um bom dia de operação. Acélia Maria Konzen, 59 anos, é o nome por trás do negócio e da receita da iguaria, que, garante ela, não tem nenhum segredo. "É massa caseira, bem simples, e tem que fazer um recheio bem gostoso", define sobre seus quitutes.
Natural de Venâncio Aires, Maria conta que veio a Porto Alegre em busca de mais oportunidades. "Comecei como faxineira, mas vim para vencer na vida, tinha que conseguir. Entrei em uma empresa de produtos cosméticos, fui chefe de produção, e, quando resolvi sair, decidi que ia trabalhar para mim, não mais para os outros. A minha irmã apresentou um amigo dela, que era chileno, perguntando se eu não queria aprender a fazer pastel", lembra sobre o início da trajetória.

Com a receita pronta, foi a hora de começar o negócio. Antes de ter um ponto fixo, Maria conta que passou cerca de um ano produzindo os itens na sua casa. "Comecei a vender de bar em bar, na rua", afirma.
Com o sucesso dos pastéis, veio o desejo do próprio ponto. Moradora do bairro São Geraldo, a empreendedora não cogitou se afastar da região, que percebe ser muito positiva para comandar um negócio. "Sempre gostei do bairro. Pensei que não podia ir para longe, porque tinha bastante clientela aqui", conta.

O primeiro ponto não foi o atual, na avenida São Pedro, 1378, esquina com a avenida Ceará. Em 2007, ela começou a operar na mesma avenida, mas na esquina com a Bahia. "Depois, lá ficou pequeno e tive que vir para cá. Foi feita toda uma reforma na loja e começamos aqui", lembra sobre a mudança de ponto.

Hoje, são 62 pastéis no cardápio, que também conta com panquecas, à la minuta, xis e outros petiscos. Apesar da diversidade, ela garante que os sabores mais clássicos são os preferidos da clientela. "Todos saem bem, mas tem alguns que são os mais vendidos: strogonoff, frango com requeijão, mas o diferencial mesmo é a massa", acredita.

Os pastéis, todos do mesmo tamanho, variam de R$ 9,00 a R$ 18,00 e estão disponíveis também pelo Ifood e na tele-entrega própria do negócio. A modalidade de venda, inclusive, ganhou força durante a pandemia, período adverso para a operação. "Durante a pandemia, passamos um perrengue feio, mas, mesmo de porta fechada, começamos a fazer promoção pelos aplicativos, deu para manter todo mundo", orgulha-se a empreendedora.
Com clientes fiéis desde o seu início, há mais de 15 anos, Maria acredita que o segredo para manter o negócio próspero por tanto tempo está na dedicação. "Tem que trabalhar muito, tem que gostar, porque, senão, não aguenta", percebe, adicionando um conselho. "Bom atendimento, qualidade, uma cervejinha bem gelada, tudo isso faz parte", diverte-se Maria.

A parceria com os negócios vizinhos também ajudou nessa trajetória. Segundo ela, há uma união dos empreendedores e empreendedoras da região a fim de tornar a experiência dos clientes melhor e mais segura. "A nossa vizinhança é muito boa. Nos damos superbem. Para nossa segurança, fechamos todo mundo mais ou menos no mesmo horário, não temos problema de assalto", conta Maria, que enxerga na diversidade de negócios da região um ponto positivo para quem empreende no bairro. "A nossa (avenida) São Pedro é só elétrica, mas temos tudo um pouco aqui, fica bom para todos. Gosto daqui porque estou perto de tudo. Se precisar ir para o Centro, para o aeroporto. Moro aqui, tenho negócio aqui e gosto muito", garante Maria.
Com uma equipe de oito colaboradores, a Arte do Pastel opera de segunda-feira a sábado, das 11h às 23h, e, aos domingos, das 17h às 23h. A tele-entrega própria opera pelo telefone (51) 3325-0320.