Apesar de ter feito muitas piadas sobre a sua própria altura, a passagem da Pequena Lo pelo palco da Gramado Summit deixou uma certeza: de pequena a influenciadora só tem o nome. Além dos números grandiosos - são 12 milhões de seguidores somados em suas redes sociais -, Lorrane Silva arrebatou as cerca 3 mil pessoas que acompanharam sua palestra, marcada pelas dificuldades de aliar saúde mental e a busca incessante pelos resultados nas redes sociais.
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Mesmo produzindo vídeos desde 2015 no YouTube, foi em 2020, no boom dos vídeos curtos através do TikTok, que Lo consolidou seu espaço na internet. Os números, que cresciam mais rápido do que ela podia acompanhar, trouxeram alegrias e desafios para a influenciadora, que também é psicóloga. “Estava em todos os lugares, ia de 100 mil para 200 mil [seguidores] por dia. Cheguei em meio milhão na mesma semana, e o 1 milhão veio uma semana depois. Era para eu ter ficado muito feliz com toda essa visibilidade, engajamento, viralização em todos os lugares. Fiquei muito feliz, só que até um ponto”, ponderou, revelando que o momento de destaque foi também marcado pelas dificuldades emocionais. “Gravava seis vídeos por dia, não comia e nem dormia direito. Entrei em um modo automático que não conseguia olhar para mim, minha vontade era só agradar as pessoas, porque engajamento vicia. A gente quer agradar o algoritmo, mas, se a gente não der uns passos para trás, se torna refém disso”, avaliou a influenciadora.
Do diagnóstico de Burnout, veio o insight que faltava para voltar a reencontrar propósito na internet. Lo saiu de São Paulo e passou uma temporada em sua terra natal, em Minas Gerais, com um único objetivo: reconectar-se com sua essência. “Comecei a duvidar do meu talento. A fama tem suas consequências, e uma delas é o hate. Estava muito frágil, sensível, e ler aquilo foi fazendo com que eu duvidasse de mim. Eu fazia humor com leveza, facilidade, então foi um desastre quando vi que a minha criatividade estava sumindo, que eu estava querendo agradar todo mundo. Saí de São Paulo e fui para Araxá, porque eu precisava que a Lorrane e a Pequena Lo se encontrassem. Quando consegui me reconectar, fiquei muito feliz, porque a Lorrane, a criança que vive dentro de mim, me fez chegar em lugares que eu nunca imaginei, como capa de revista e capa da Vogue”, orgulha-se sobre a publicação em 2022. “É uma representatividade muito grande em relação a corpos. Não vemos todos os dias uma pessoa com deficiência na capa de revista. Quando comecei, não tinha uma referência, e, hoje, eu me tornei uma referência para essas pessoas. Quando me vejo na capa, não estou falando só de mim. É uma representatividade imensa, a inclusão que tanto lutamos todos os dias”, acredita.
Como conselho para quem busca nas redes sociais, especialmente nos vídeos curtos, uma forma de impulsionar o seu negócio ou sua carreira, a dica da Pequena Lo é uma só: coloque-se em primeiro lugar. “É se olhar, antes de tudo, porque, para você agradar o outro, você precisa estar bem. Quando você faz com amor, as pessoas reconhecem. O algoritmo tem dia que está bem, dia que não está. Mas a dica que eu dou é continuar fazendo o que você faz de melhor. Já aconteceu de postar um vídeo muito bem feito que não bombou, e um que fiz de qualquer jeito, milhões de visualizações. Mas eu não desisti. Fui me conhecendo e isso é um amadurecimento muito grande”, avalia.