A Fat Bull, cervejaria de Novo Hamburgo que surgiu em 2018, comandada pelos amigos Alexandro Nunes, Daniel Jeffman e Tiago Bird, está de casa nova. Agora, além da unidade matriz e das alocadas em Ivoti e Gramado, a marca abriu, em fevereiro, uma operação no BarraShoppingSul em Porto Alegre.
Amigos, amigos, negócios à parte. A expressão, bastante divulgada entre os empreendedores brasileiros, não é tão popular na Fat Bull. Os parceiros, em todos os sentidos da palavra, viram no companheirismo uma oportunidade e começaram, ainda na garagem de casa, a brincar com os processos químicos e gastronômicos da cerveja artesanal. “Antes de tudo, a Fat Bull é amizade”, aponta Alex. Antes de tudo, a empresa é também natural de Novo Hamburgo, assim como os proprietários. O público e a coragem para empreender, conforme afirmam, levaram-nos, em 2022, para Ivoti e Gramado e, em fevereiro deste ano, para Porto Alegre, mais especificamente para o Baixo Barra, no Barra Shopping Sul.
O negócio levou, para cada cidade, uma operação personalizada. Novo Hamburgo é a matriz, uma tap house com degustação em chopeiras e alimentação estilo boteco. A outra sede do Vale do Rio do Sinos é completamente diferente: um rancho envolto por natureza com cozinha internacional. O bar da serra gaúcha é similar ao da Região Metropolitana, porém reduzido, só com aquilo que mais deu certo no espaço pioneiro. Porto Alegre é mais enxuto ainda, sem a experiência gastronômica, mas com uma considerável variedade de chopes artesanais – ao todo, são 16 torneiras.
Para os empreendedores, chegar à Capital era um desejo muito grande. “A demanda já existia. Agora, estamos conseguindo chegar nesse público, que não tinha muito acesso aos outros estabelecimentos”, comenta Daniel, que é o responsável pelas receitas das cervejas, enquanto seus amigos e sócios, Alex e Tiago, ficam na parte de administração e de marketing, respectivamente.
Com investimento de cerca de R$ 400 mil, a escolha pelo Baixa Barra, no BarraShoppingSul, além de uma oportunidade de espaço e de demanda, é uma forma de se posicionar no cenário gastronômico da cidade. Nesse primeiro passo em Porto Alegre, a Fat Bull conta, inclusive, com um restaurante parceiro, que fornece pizzas para os clientes que desejam misturar comes com bebes, literalmente na frente do novo espaço.
A produção é em formato cigano, um termo criado na Dinamarca para designar cervejarias cuja produção acontece em tanques de outras marcas. “Isso funciona muito bem, porque a gente não precisa ficar cuidando de todo o processo. Sobra mais tempo para outras demandas da marca em si”, cita Daniel. A operação, que começa em fábricas de Campo Bom e Eldorado do Sul, viaja até a Austrália, onde a marca acompanha os mesmos moldes de crescimento da Fat Bull no Brasil. “Começa com uma litragem, vai sentido o mercado, vai sendo conhecido pelo público”, explica Tiago, que ainda acrescenta que um parceiro que mora do outro lado do mundo que comanda o negócio internacional, o qual conta com a presença em eventos e lojas especializadas.
Além dos chopes, com destaque para o clássico Pilsen e o de pitaya, que tem uma cor rosada e que, segundo eles, é ácido e saboroso, a Fat Bull comercializa produtos característicos da marca, como camisetas, copos e bonés. “Tem gente que, às vezes, nem consome cerveja e acaba consumindo o produto”, identifica Tiago. Mais recentemente, a novidade são as longnecks, uma possibilidade de atender outros públicos. “A chopeira demanda uma litragem mínima, espaço. A longneck não. Isso atende aos postos de conveniência, às barbearias, aos açougues”, completa quem dá a cara ao marketing.
A recente expansão já faz os sócios mirarem no futuro. “Pensamos em expandir em Porto Alegre, com cardápio, alimentação, e em outras regiões do Brasil”, sonha Daniel, um dos responsáveis pela idealização dos projetos da Fat Bull, que comercializa chopes de 250 ml e 450 ml, com preços que variam de R$ 12,00 a R$ 45,00. As mais caras do espaço, que funciona de segunda a sábado das 12h às 22h e domingo até as 20h, são de outras fornecedoras dos Estados Unidos e da Bélgica, outra vertente além dos chopes autorais.