O recém-inaugurado Mura Bar, no 4º Distrito, comandado por Bianca Kamimura, 29 anos, e Rafael Moreira, 43 anos, pretende trazer para o segmento de drinks de Porto Alegre uma nova experiência. Na operação, o cliente sinaliza as opções que mais condizem com o seu gosto pessoal e a sócia e bartender, com performances acrobáticas atrás do balcão, produz um sabor único e especial. “A ideia é, justamente, chegar e conversar com a gente, vamos dar um direcionamento para o que o consumidor gosta”, explica Bianca.
A dupla já é experiente no ramo dos bares. Rafael é administrador de empresas e trabalha há 10 anos no gerenciamento desse tipo de estabelecimento. Nunca teve um para chamar de seu, mas sempre teve vontade. Ele misturou esse desejo de empreender com a parceria de anos com Bianca, e, juntos, inauguraram o Mura Bar em janeiro. A paulista, que já se considera gaúcha, veio para Porto Alegre para cursar Arquitetura, mas foi na coquetelaria que se encontrou. “É o que quero para a minha vida”, conta Bianca com os olhos brilhando.
Além de comandar a operação com os drinks, ela ficou responsável pela reforma do estabelecimento, que antes era uma fábrica de cervejas, graças aos conhecimentos adquiridos ainda nos tempos de estudante. Dos rabiscos dela, surgiu um gigantesco balcão de cerca de 10 metros, disponibilizando espaço de sobra para os dois bartenders contratados, além de Bianca, e para a clientela. Os amigos e, agora, sócios, contam que se desdobraram para conseguirem abrir um negócio com menos de R$ 200 mil.
O Mura Bar apresenta uma proposta diferente para o 4º Distrito, que é uma região tipicamente cervejeira e com opções de estabelecimentos que comportam muitos clientes. “É uma casa menor, comportamos até 120 pessoas. Temos também cerveja, mas o foco são os drinks mesmo”, comenta Bianca. Um dos queridinhos do espaço, que funciona de quarta a sábado, das 18h à meia-noite, é o Fitzgerald, uma bebida cítrica à base de gin, que, segundo a bartender, vai tomar o favoritismo do clássico Gin Tônica. A especialista, ainda, dá uma recomendação baseada no seu gosto pessoal: o Bloody Mary. “É da época da Lei Seca nos Estados Unidos, por isso que ele é meio estranho para gente. Eles têm esse costume de tomar suco de tomate temperado, e esse drink nasceu com a galera colocando álcool nesse suco para esconder da fiscalização. É à base de vodka, suco de tomate temperado, limão, sal de aipo, pimenta e molho inglês.” A bebida custa entre R$ 17,00 e R$ 35,00 no Mura, que, além dos drinks, dispõe de algumas opções de comidas para compartilhar, como sanduíches e porçõezinhas fritas.
Esse encaixe entre o sofisticado e o popular, entre os drinks requintados e a comida de boteco, é um dos pontos que os sócios querem espelhar no espaço na rua Conselheiro Travassos, nº 663. “O cliente entra e se surpreende com o tamanho que é o bar, como ele vai se modificando. É um bar clássico na parte de dentro e, na área externa, tem um pátio descolado e um ‘botecão’ na parte de cima, o mezanino. O objetivo é deixar todo mundo à vontade”, comenta Rafael.
Nesse sentido, os sócios trabalham para, no futuro, atenderem outras demandas além do bar. “A ideia é ter bastante programação cultural, desde jazz até samba, mas não se restringir só à música. Estamos falando com uma artista para fazer live painting, temos projeção para fazer alguma mostra de cinema, estamos bem abertos a assuntos culturais”, garante o sócio.
A dupla pensa, inclusive, em disponibilizar cursos para bartenders e entusiastas do ramo fora do horário de funcionamento. O Mura Bar, que nada tem a ver com muro ou quaisquer outras derivações da palavra, não se limita a espaços físicos e promete ir além da coquetelaria e da gastronomia. “O céu é o limite”, brinca Bianca, aos risos.