Isadora Jacoby

Ana Cistina Rosa lançou, recentemente, seu livro em Porto Alegre

'O Brasil está visivelmente à frente em empreendedorismo', afirma mentora portuguesa

Isadora Jacoby

Ana Cistina Rosa lançou, recentemente, seu livro em Porto Alegre

 A portuguesa Ana Cristina Rosa, mentora de negócios, desembarcou no Brasil em fevereiro para o lançamento de seu livro Empreender sem Desculpas. A publicação, vendida por R$ 79,00, está disponível na Amazon e em livrarias físicas, e procura desfazer mitos na hora hora de empreender. Com cerca de 1,5 mil projetos de empreendedorismo desenvolvidos em Portugal, Ana, que é jornalista por formação, acredita que a determinação e a vontade de fazer os negócios prosperarem são traços comuns entre empreendedores portugueses e brasileiros.
 A portuguesa Ana Cristina Rosa, mentora de negócios, desembarcou no Brasil em fevereiro para o lançamento de seu livro Empreender sem Desculpas. A publicação, vendida por R$ 79,00, está disponível na Amazon e em livrarias físicas, e procura desfazer mitos na hora hora de empreender. Com cerca de 1,5 mil projetos de empreendedorismo desenvolvidos em Portugal, Ana, que é jornalista por formação, acredita que a determinação e a vontade de fazer os negócios prosperarem são traços comuns entre empreendedores portugueses e brasileiros.
GeraçãoE - De que forma o empreendedorismo entrou na tua jornada e quais são os aprendizados adquiridos nas mentoria para negócios?
Ana Cristina Rosa - Sempre fui empreendedora ainda muito antes de criar um negócio próprio. Desde criança, tinha o sonho sempre presente de querer deixar uma marca no mundo, e, depois, a vontade incessante de experimentar coisas novas e inovar em tudo o que fazia. Mais tarde, a capacidade de arriscar, ainda que cheia de medo, muitas vezes. E, hoje, o sentido de missão de inspirar através do meu exemplo. Tudo isto são, sem dúvida, características que tenho e fui desenvolvendo que me ajudaram a me tornar na empreendedora que sou hoje. Quando terminei a minha formação em Jornalismo, tive a oportunidade de trabalhar como jornalista em imprensa, rádio e TV. Gostava do que fazia, mas não me sentia 100% feliz. Em 2011, decidi levar o projeto de criar a minha própria empresa para a frente. Mais tarde, em 2019, criei a primeira certificação em Instrução Online em Portugal, onde já tive oportunidade de orientar centenas de pessoas, bem como de diversos países europeus a transformar sonhos em negócios digitais de sucesso. Este ano, faço 12 anos de empreendedorismo e não podia estar mais feliz por ter escolhido este caminho para mim. Por já ter prestado mentoria para (praticamente) todas as áreas de negócio, sinto que já passei por todos os desafios de um empreendedor. A maior aprendizagem que tirei é que tudo é uma questão de mindset. O valor está lá, a vontade está lá, o produto ou serviço é bom, mas se a pessoa não acredita em si, é precisamente nisso que ela precisa de trabalhar para passar confiança ao cliente.
GE - Qual a importância de compartilhar, além de histórias bem-sucedidas, histórias de fracassos no empreendedorismo? Como isso agrega na hora de pensar em um novo negócio?
Ana - O propósito do meu livro consiste mesmo em mostrar que empreender não é um mar de rosas. É preciso não romantizar todo o processo. O que partilhei ao longo destas páginas é o que gostava de ter sabido logo no meu primeiro ano como empreendedora, porque tinha-me poupado muito tempo e muitas cabeçadas. Acredito que nos conectamos através de histórias, e a minha, contada neste livro, tem como propósito mostrar que é, sim, possível fazer acontecer, mesmo quando tudo nos parece querer provar o contrário. Se tivermos consciência de tudo o que pode acontecer, estamos mais preparados para evitar determinados comportamentos e escolher conscientemente quais os comportamentos de sucesso que devemos adotar para alcançar resultados.
GE - Quais as principais diferenças que percebe no ecossistema empreendedor do Brasil e de Portugal?
Ana - Brasil e Portugal são duas portas de entrada incríveis para negócios. Apesar de terem múltiplas diferenças, por serem países e sociedades análogas, também têm muitas semelhanças. A determinação e vontade de fazer acontecer é comum ao empreendedor do Brasil e Portugal. As diferenças diria que se concentram muito na dimensão geográfica entre os dois países. O Brasil é muito maior do que Portugal, mais inovador e mais tecnológico, logo, o espírito do empreendedor é diferente do europeu, que pode parecer mais conservador e menos ousado. Por outro lado, em Portugal, por estarmos inseridos na União Europeia, a internacionalização surge como uma possibilidade. Apesar de mais inovador que Portugal, no Brasil, poucos acreditam que é possível internacionalizar o seu negócio e entrar na Europa. O que não corresponde à verdade. Há tanto talento por aqui e quero inspirar o empreendedor do Brasil a também aproveitar o mercado europeu. A criar um negócio sem fronteiras.
GE - No livro, há destaque para 10 perfis de empreendedores. Qual seria o perfil mais comum, positivo e negativo?
Ana - O livro mostra os diferentes perfis de empreendedores que devem ser tidos em conta para empreender em detrimento daqueles que devem ser evitados. Qualquer empreendedor vai reconhecer-se nestes comportamentos, em algum momento da sua jornada. Diria que o perfil mais comum negativo, se lhe quisermos chamar assim, seria o empreendedor empregado. Por acaso, de todos, é o que menos me identifico. O empreendedor empregado é aquele que não consegue lidar com toda a ideia de liberdade, sem ordenado fixo, sem horários. Esta falsa ilusão de que quando trabalhamos por conta de outrem temos algo seguro, é algo que faz com que muitos empreendedores fiquem pelo caminho quando numa fase inicial começam um negócio próprio enquanto ainda mantêm um emprego a tempo inteiro.
E digo falsa nada te garante que amanhã terás esse emprego, que a empresa decida reduzir pessoal e te mande embora, que não apareça uma crise e a empresa tenha que reduzir custos e lá vai o teu emprego seguro à vida. Quando somos empreendedores, não basta ter paixão e criar um negócio, temos que ter propensão ao risco. Temos que estar dispostos a aceitar numa semana parece que tudo corre bem e na semana seguinte nada correu como esperávamos. Quanto ao perfil de empreendedor mais positivo, diria que um dos meus preferidos e que considero essencial é o empreendedor que deixa legado. A maior parte das pessoas que comercializa produtos e serviços, foca-se, precisamente nisso, ou seja, na partilha de serviços e produtos e esquecem-se de algo muito importante: que os clientes não querem comprar produtos e serviços. Os clientes querem comprar soluções para os seus problemas, querem comprar emoções. É preciso ter um porquê muito bem definido e utilizado na nossa comunicação. Acredito muito que quem empreende desta forma, quem utiliza o porquê na sua comunicação e tem expresso de forma clara qual a sua missão, permanece mais tempo nesta vida.
GE - Como espera que os empreendedores gaúchos recebam a publicação?
Ana - Acredito que a visão de fora trazida no livro é importante, porque vivi em diversos países, como Inglaterra, Irlanda e Polônia, fui conhecendo o mercado e vejo que grandes profissionais do Brasil poderiam aproveitar o mercado europeu. O Brasil está visivelmente à frente em empreendedorismo. O digital abriu possibilidades infinitas para criarmos negócios em qualquer parte do mundo. Vivemos, hoje, em um mundo sem limites geográficos, já não há mais espaço para pensar pequeno. Quando criamos um negócio, temos que pensar, por que não, globalmente. O mercado são todos que podem se beneficiar dos nossos produtos e serviços. E nada melhor do que nos inspirarmos, tal sempre fiz, no exemplo de quem já o fez. 
  
Isadora Jacoby

Isadora Jacoby - editora do GeraçãoE

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