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22 de Dezembro de 2022 às 00:25
GE NOS BAIRROS
Isadora Jacoby
GE
Isadora Jacoby
O espaço, que foi colocado à venda durante a pandemia, segue firme com o propósito de fomentar a região
Após ser colocado à venda, restaurante Guaipeca resiste há 34 anos e mira em renovação da Demétrio Ribeiro
Isadora Jacoby
O espaço, que foi colocado à venda durante a pandemia, segue firme com o propósito de fomentar a região
O número 1.061 da rua Demétrio Ribeiro abriga um dos tantos negócios tradicionais do Centro Histórico. Desde 1988, o restaurante Guaipeca opera no ponto servindo almoço e cerveja sempre gelada. Quem garante isso é a sócia do negócio, Rosalina Pereira de Andara, 52 anos, mais conhecida como Rose. Desde 1997, ela comanda o espaço ao lado de Miguel Wechenfelder.
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O número 1.061 da rua Demétrio Ribeiro abriga um dos tantos negócios tradicionais do Centro Histórico. Desde 1988, o restaurante Guaipeca opera no ponto servindo almoço e cerveja sempre gelada. Quem garante isso é a sócia do negócio, Rosalina Pereira de Andara, 52 anos, mais conhecida como Rose. Desde 1997, ela comanda o espaço ao lado de Miguel Wechenfelder.
Natural de Lagoa Vermelha, Rose empreendia no ramo da gastronomia em Vacaria antes de se mudar para Porto Alegre no início dos anos 1990. Recém-chegada à Capital, ela começou a trabalhar no Guaipeca antes de adquirir o negócio. "Vim embora para Porto Alegre e não sabia o que fazer. Meu namorado na época já era dono daqui, então compramos em 1997. O Guaipeca estava praticamente falido. Eu tinha 23 anos e assumi o Guaipeca com tudo. Fui para a cozinha, fazia compras, atendimento, servia, lavava a louça e criei o prato do dia. Foi indo tão bem que não dei mais conta e trouxe minha irmã para cá, a Maria Andara", lembra sobre a parceria com a irmã, que atuou por oito anos no negócio.
Segundo a empreendedora, a jornada do restaurante foi próspera até o início da pandemia, quando o cenário ficou adverso. Rose chegou a anunciar, em junho de 2022, a venda da operação no grupo de vizinhos do bairro no Facebook. "Estávamos com 10 funcionários e não sabia o que fazer. Comecei a fazer doces. Não fechei totalmente, comecei a tele-entrega, que não tínhamos, fui para internet, fiz vídeo, criei promoções e não fechei o Guaipeca. Me descapitalizei e, hoje, está bem difícil", afirma Rose, que desistiu da venda após receber o apoio dos clientes fiéis do negócio. "Anunciei a venda e recebi tantos comentários das pessoas falando para não vender. Os clientes vieram falar comigo: "poxa, tu superaste uma pandemia, tu estás com as portas abertas, vais conseguir sair dessa'. Estou batalhando com todas as forças, cheia de boletos, mas estou aqui trabalhando", orgulha-se a empreendedora, que conta com cinco funcionários na operação. "Tenho funcionários há 13 anos. É um orgulho grande, porque é sinal que eles estão crescendo e é um ambiente bom de trabalhar", percebe.
Apesar do processo de revitalização do Centro, Rose pondera que ainda faltam iniciativas na região para atrair o público, especialmente turistas. "O Centro mudou muito, mas está precisando de eventos que atraiam pessoas. Quando tem evento no Capitólio, os bares do entorno vão muito bem, mas somente nesses dias. A boemia fica na Cidade Baixa, em outros lugares. Por aqui, temos espaços lindos, ótimos restaurantes. Dia de semana, horário do almoço, é bom o movimento. Mas durante a noite é muito parado. As pessoas não exploram os negócios do Centro", diz a empreendedora, que também mora na região.
"Moro há 30 anos e nunca tive nenhum problema. Para mim, é o melhor bairro de se morar. A vizinhança é tranquila, as pessoas se conhecem. Os bares dão segurança para a rua", acredita.
Operando de segunda-feira a sábado, das 11h às 23h, o Guaipeca tem como carro-chefe a à la minuta, que custa, em média, R$ 26,90 acompanhada de um refrigerante, e as pizzas. "No Guaipeca, a comida é feita na hora e é muito rápido. Você escolhe o prato e ele vem fresquinho. Sempre ofereci qualidade no atendimento e cerveja hipergelada", garante.
Para o futuro, após se recuperar totalmente do período difícil da pandemia, o objetivo é investir no negócio. "Pretendo fazer uma boa reforma, trabalhar com pratos veganos, me adaptar a comidas saudáveis também, que o bairro deixa a desejar", projeta.