Se o franchising gaúcho repetir em 2023 o desempenho de 2022, será um bom ano para empreender por meio do sistema de franquias. No terceiro trimestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2021, o Rio Grande do Sul foi o Estado que mais cresceu em faturamento geral. O crescimento foi de 43,8% com mais de R$ 3,7 bilhões, segundo levantamento da Associação Brasileira de Franchising (ABF). O diretor regional da ABF Sul, André Belz, está otimista para o ano que se aproxima pois considera o modelo um dos mais fortes para enfrentar momentos mais sensíveis política e economicamente.
"Foi um ano muito bom para o franchising. Os números mostram um crescimento bastante expressivo. Acreditamos que 2023 vai ser a mesma coisa. Temos um novo governo, situações novas, mas o franchising é sempre resiliente. Independentemente do que aconteça em termos de política, acreditamos que tudo dará certo, que o Brasil vai andar e que o franchising é uma parte do País que dá certo e vai continuar fazendo as coisas acontecerem", projeta o especialista. "Começar pelo franchising é sempre uma boa aposta. Se é o primeiro empreendimento da pessoa, ela já tem uma marca por trás, forte, consolidada, que possa dar um know-how, oferecer treinamento, suporte constante, marketing, apoio jurídico. As chances de ter sucesso em uma operação de franchising são muito maiores que empreender de forma independente, principalmente se é um empreendedor mais iniciante", acredita Belz.
Analisando o mercado gaúcho, o diretor da ABF Sul destaca que o Estado apresenta diferenças quando comparado ao resto do País no que diz respeito aos segmentos mais promissores. "O setor de educação cresceu 121% em relação ao terceiro trimestre de 2021. E comunicação, informática e eletrônicos cresceu 187%. Foram os dois que mais cresceram no terceiro trimestre. Hotelaria e turismo, que foi o que mais cresceu em nível nacional, foi o terceiro, com 98%", destaca. O setor voltado ao turismo, projeta Belz, é uma das apostas para o próximo ano. "As dificuldades para viajar para fora do Brasil por conta do câmbio são mais altas, então isso fortalece hotelaria e turismo, e deve continuar sendo uma boa opção para 2023", acredita Belz.
No entanto, mais que analisar os segmentos pujantes, é preciso encontrar um ramo que gere identificação com o empreendedor. "Não adianta olhar para os números se não gostar de lidar com a rotina daquele negócio. Se identificar como cliente e não como empreendedor. Não é só porque a área é boa ou fatura bem que ela deve ser escolhida", pondera o especialista.
À frente dos estados da região Sul do Brasil, Belz projeta que 2023 vai seguir o ritmo de recuperação apresentado neste ano. "Percebemos que, em 2022, houve uma retomada de fato. Entendemos que houve um retorno mais consistente dos clientes à compra, houve um ganho real em termos de crescimento quando você compara com a inflação. A projeção para o encerramento do ano é de um faturamento geral na casa de 12%, um crescimento de 5% no número de redes franqueadoras. Para 2023, seguindo a tendência, imaginamos que teremos um crescimento bastante relevante", afirma.