Foi em uma viagem para Bahia no início do ano que Gabriel Leonardo Santos visitou pela primeira vez uma padaria erótica. O modelo de negócio, que ganhou visibilidade nos Estados Unidos e está chamando a atenção do público brasileiro, foi aposta do empreendedor gaúcho para mudar de ramo. Ao lado do amigo João Pedro Machado, abriu a BAHxaria, waffleria erótica localizada na rua Sarmento Leite, nº 921, na Cidade Baixa.
Desde que começou a idealizar o espaço, Leonardo garante que já sabia o bairro perfeito para abrir. “É um produto diferente, que chama a atenção, então precisava ser vendido em um lugar que aceite isso, e na Cidade Baixa tem muito essa diversidade”, enxerga. Antes de iniciarem a procura por um ponto, a dupla realizou um mapeamento de todas empresas com propostas parecidas no Brasil e Rio Grande do Sul. “Não encontramos nenhuma aqui no Estado, então vimos que existia a oportunidade de investir nesse nicho de mercado”, declara João.
Apesar da aposta em um novo formato, ambos já haviam empreendido em outros ramos. “Faz oito anos que tenho uma empresa na área da saúde, então é muito diferente, sair da saúde, da prestação de serviços, para o comércio, lidar com o alimento. Sempre soube que seria um desafio, até por isso que procurei o João”, expõe Leonardo. “Fui gerente financeiro de um grupo de restaurantes, o que me deu um grande entendimento das obrigações legais, muitos dos detalhes que ficam por trás de um negócio e ninguém imagina”, compartilha João.
Foram oito meses entre planejamento e obras, até que a empresa abriu as portas oficialmente em novembro. Os sócios garantem que, mesmo com pouco tempo de operação, a receptividade do público está muito além do esperado. “Criamos uma página do negócio no Instagram dois meses antes de abrir, e já tinha muita gente perguntando, interessada, então sabíamos que teria uma aceitação, mas não imaginávamos que seria tão grande”, afirma Leonardo. “Em três dias abertos, aumentamos em 10 mil seguidores, foi uma loucura, se tornou um viral”, enxerga João, que afirma que recebem clientes de diferentes perfis e faixas etárias. “Ainda estamos tentando traçar um perfil de cliente, mas está vindo todo mundo, tá bem diversificado”, declara.
A dupla ressalta que a loja foi pensada nos mínimos detalhes, como o fato de não ter mesas ou cadeiras para consumo no local. “O pessoal acaba ficando mais na rua, o que desperta a curiosidade de quem está passando, querem saber o que tem aqui, às vezes acaba até causando trânsito na rua”, afirma Leonardo. O espaço é todo cor-de-rosa e, apesar de pequeno, é repleto de detalhes temáticos, com uma parede instagramável e um letreiro néon.
A BAHxaria atua com formato de pegue e leve, e o cardápio dispõe de 10 opções de waffles, em formato de vagina e pênis, com diferentes sabores e recheios, sendo totalmente personalizado ao gosto do cliente. Por enquanto, o negócio não atua com tele-entrega. “Não começamos com a tele para não dar uma ‘experiência errada’, porque a ideia sempre foi o produto ser feito na hora e retirado no local, essa é a proposta, ser um espaço onde tu vens e enxergas o teu pedido sendo feito”, explica João, mas adianta que, em breve, irão incorporar o delivery. “Queríamos que a pessoa soubesse como o produto é de fato antes de pedir para comer em casa, porque nunca chega igual, a apresentação é diferente, o chocolate endurece, não é a mesma coisa”, pondera. Abrir uma unidade no litoral e trabalhar com eventos também está entre os planos da dupla.
Atendendo a demanda dos clientes, os sócios também pretendem começar a vender itens como canudos temáticos e bonés da empresa. “As pessoas chegam aqui e nos cobram, pedem o boné, que nós usamos no dia a dia, e a gente não imaginava que iríamos vender esse tipo de produto na loja, mas estão cobrando, então, vamos adaptar”, diz João. “Eles estão criando um laço, uma identificação com a loja, o que é muito bom”, acrescenta o sócio.
Contando com quatro colaboradores, o negócio abre nas quartas e quintas-feiras, das 17h às 22h, na sexta-feira, das 17h às 23h e nos sábados e domingos das 15h às 23h.