Giovanna Sommariva

O negócio surgiu em 2012 e busca impactar crianças e adolescentes através do esporte

Escola de futebol da Restinga já formou talentos da dupla Grenal

Giovanna Sommariva

O negócio surgiu em 2012 e busca impactar crianças e adolescentes através do esporte

Com o objetivo de democratizar o acesso ao esporte, o educador físico Flávio Teixeira, 50 anos, ex-árbitro profissional da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), criou a Escola de Futebol GB, projeto voltado para crianças e adolescentes da Restinga.
Com o objetivo de democratizar o acesso ao esporte, o educador físico Flávio Teixeira, 50 anos, ex-árbitro profissional da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), criou a Escola de Futebol GB, projeto voltado para crianças e adolescentes da Restinga.
O negócio surgiu em 2012, quando Flávio foi convidado pelo proprietário das quadras para dar aulas de futebol no local. "Comecei com três crianças. Hoje já temos mais de 150 crianças e adolescentes aqui", destaca o empreendedor, que agora comanda o espaço ao lado da esposa Darlane Teixeira, também educadora física.
A escola, de acordo com o casal, foi uma das primeiras em Porto Alegre a oferecer aulas de futebol para crianças de três anos, modalidade chamada de baby foot. "Recebemos muitas crianças pequenas aqui, até de um ano e meio, eles têm muita energia para gastar, mal começam a andar e os pais já querem trazer aqui", conta Flávio, com um sorriso no rosto. Além dos pequenos, que tem hora marcada no sábado de manhã, crianças de 7 a 9 anos enchem as quadras nas quintas-feiras e nos sábados, e jovens de nove a 17, nas terças e quintas.
 
O casal ressalta que, apesar de a escola ser particular, atua com valores dentro da realidade da região. "Temos uma relação muito boa com a comunidade, até porque os nossos preços respeitam muito o bairro", acredita Darlane. Para os meninos, o valor varia entre R$ 85,00 e R$ 109,90, dependendo da periodicidade das aulas. Já para as meninas, o valor é fixo de R$ 80,00. "Estamos com esse preço para incentivar as meninas. A divulgação está focada nisso, e estão vindo muitas, que estão nos surpreendendo no jogo", comenta Flávio. "Inclusive, nós já tivemos alunas que passaram pelo Inter e pelo Grêmio", acrescenta Darlane.
ISABELLE RIEGER/JC
Mas, apesar do esforço para manter preços acessíveis, a dupla conta que também oferece bolsas, já que muitos jovens do bairro não têm condições de pagar pelas aulas. "A Restinga quase não tem mais projetos sociais, faz muita falta, tem muita gente carente aqui. Meu WhatsApp toca o dia todo com mãe me perguntando se a escola é de graça. Às vezes, peço para trazer o filho aqui e avaliamos o desempenho, vemos se conseguimos dar uma bolsa", pontua Flávio. "Não conseguimos abraçar todos, nós alugamos as quadras, é um negócio, mas ele é um manteiga derretida, quer trazer todo mundo", admite Darlane, entre risos. Hoje, a escola oferece cerca de 30 bolsas para alunos de baixa renda.
Um dos diferenciais do negócio, de acordo com os sócios, é a preocupação que a escola tem com os estudos dos alunos e alunas. "Fazemos acompanhamento com a escola, os professores recebem os boletins duas vezes por ano e, se as notas estão muito ruins, conversamos com os pais, damos a opção de afastar por um tempo para focar nos estudos, que é o que a maioria acaba fazendo, porque o futebol é a diversão deles, então saem por um tempo mas sempre voltam", afirma Flávio.
A GB conta com quatro professores formados em Educação Física em sua equipe, além de três estagiários e dois ex-atletas que, por terem interesse na área esportiva, ajudam no dia a dia do negócio.
ISABELLE RIEGER/JC
"Temos convênio com o Grêmio, e vários alunos vão fazendo os testes dos 8 aos 17 anos, mas aqueles que passam dessa idade e têm vontade de continuar atuando na área, que desejam cursar Educação Física, damos a oportunidade de ajudar aqui e ganhar experiência nas aulas", explica Flávio.
Uma das características principais da escola, segundo Darlane, é ser um espaço familiar, o que ela também acredita fazer parte da essência da Restinga. "As mães vêm junto e assistem os treinos, principalmente as dos menores, vira quase um clube de mães aqui, elas trazem chá, bolo, café", expõe a empreendedora.
Participando de vários campeonatos, a escola foi campeã estadual pelo sub 17 na Copa Sortica em 2021, e teve quatro times classificados para a competição deste ano. "O coração está acelerado aqui, torcendo muito para, em breve, ter mais uma estrelinha na nossa bandeira", admite Darlane.
 
Giovanna Sommariva

Giovanna Sommariva - repórter do GeraçãoE

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Giovanna Sommariva - repórter do GeraçãoE

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