Giovanna Sommariva

Objetivo do negócio é seguir mudando a visão que os próprios moradores tinham sobre a região, que era conhecida por ser perigosa

Empreendedora comanda ferragem cor-de-rosa na Restinga desde 2017

Giovanna Sommariva

Objetivo do negócio é seguir mudando a visão que os próprios moradores tinham sobre a região, que era conhecida por ser perigosa

O desejo de Vanessa Garcia, 36 anos, em ter o próprio negócio surgiu da necessidade em passar mais tempo com a família. Após anos trabalhando como técnica de enfermagem e enfrentando longas jornadas diárias de trabalho, Vanessa optou por sair da área e notou uma oportunidade de negócio no seu bairro. Em 2017, abriu a Ferragem Outono, localizada na estrada Barro Vermelho, nº 1.149, conhecida por sua fachada e decoração cor-de-rosa.
O desejo de Vanessa Garcia, 36 anos, em ter o próprio negócio surgiu da necessidade em passar mais tempo com a família. Após anos trabalhando como técnica de enfermagem e enfrentando longas jornadas diárias de trabalho, Vanessa optou por sair da área e notou uma oportunidade de negócio no seu bairro. Em 2017, abriu a Ferragem Outono, localizada na estrada Barro Vermelho, nº 1.149, conhecida por sua fachada e decoração cor-de-rosa.
Já com vontade de deixar a área da saúde, a empreendedora percebeu a grande quantidade de prédios sendo construídos perto da sua casa, e a distância que o local tinha das ferragens mais próximas. Pensando nisso, comprou o terreno de 9 m² de seu vizinho, que acabava de se mudar, e abriu o seu negócio. Com uma fachada toda cor-de-rosa, o negócio trabalha para mudar a visão que moradores tinham sobre o ponto, conhecido pela falta de segurança.
"Era chamado de 'cantão', diziam que era perigoso, então não tinha nada. Pensei que poderia aproveitar para abrir uma ferragem, já que não tinha nenhuma por aqui, e também mudar essa visão", conta Vanessa. Desde então, a empreendedora se empenhou para melhorar a rua, e contou com o apoio dos vizinhos para isso. "Na esquina era um ponto de lixão, nos reunimos e tiramos tudo de lá. Comecei a plantar ali e acabei com o lixo, que foi para o meio do campinho, até que a prefeitura colocou um tonel, ajudou muito", conta a empreendedora, que também doou tinta para a pintura das calçadas. "Mudamos o 'cantão', como era chamado. Hoje, as pessoas não têm mais medo de vir aqui", percebe.
ISABELLE RIEGER/JC
Apesar dos bons frutos que vem colhendo, Vanessa lembra das dificuldades que viveu no início do negócio, principalmente pela mudança na área de atuação. "Não sabia nada sobre construção, pedia para o meu marido me ajudar às vezes, mas, quando estava sozinha e não sabia alguma coisa, muitos clientes falavam 'o que tu queres aí? Não é teu lugar, vai para a cozinha'", recorda, afirmando que sempre mantinha o sorriso no rosto e pedia para os clientes desenharem o que estavam procurando. "Eu sabia qual era o produto, mas não sabia o nome, então eles desenhavam e eu sabia se tinha ou não, fui assim durante um tempo, mas hoje já sei tudo, mais que o meu marido", brinca.
 
A empreendedora também produz vídeos educativos para o Instagram (@ferragem_outono), com dicas de instalação e manutenção de produtos, e ressalta que aprendeu tudo na prática. "Os fornecedores vinham aqui me oferecer os produtos e eu dizia que até comprava, mas eles precisavam me explicar para que servia, e fui aprendendo assim", compartilha.
ISABELLE RIEGER/JC
Moradora da Restinga durante toda a vida, Vanessa orgulha-se em ver a evolução que o empreendedorismo, em especial o feminino, teve no bairro nos últimos anos. "Antes, as mulheres criavam o negócio e colocavam o marido na frente, com medo de como as pessoas iriam reagir. Mas hoje não mais. Vejo que muitas mulheres estão à frente de negócios por aqui", diz. A empreendedora também é vice-presidente do grupo Empreendedoras Restinga, que busca valorizar e fomentar os negócios do bairro.
Vanessa conta com a ajuda do sobrinho, que também trabalha na loja, mas, para o ano que vem, pretende contratar mais uma pessoa. "Quero dar oportunidade para um adolescente, de preferência uma mulher, ganhar experiência no mercado de trabalho, sem exigência de já ter trabalhado antes", diz. A ferragem opera de segunda-feira a sábado, das 9h ao meio-dia e das 14h às 19h, e aos domingos das 9h30min às 13h.
 
Giovanna Sommariva

Giovanna Sommariva - repórter do GeraçãoE

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Giovanna Sommariva - repórter do GeraçãoE

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